Maldade das Pessoas
Enquanto as pessoas são mais ou menos jovens e a partitura de suas vidas está somente nos primeiros compassos, elas podem compô-la juntas e trocar os motivos, mas quando se encontram numa idade mais madura, suas partituras estão mais ou menos terminadas, e cada palvra, cada objeto, significa algo diferente na partitura de cada um. (A insustentável leveza do ser - parte 3: As palavras incompreendidas)
O garoto do pandeiro
No meio de pessoas ensebadas e poças nojentas de cerveja e mijo, ele surgiu com seu pandeirinho. O mundo cheio de motivos para ir embora congelou naqueles olhos verdes melancólicos e ao mesmo tempo despretensiosos. A festa ganhou sentido e por alguma razão minha vida também.
Foram três ou quatro anos de um amor que beirava a obsessão: eu andava pelas ruas e achava que todo mundo era ele. Cheguei ao ponto de um dia me olhar no espelho e também achar que era ele. Fiquei louca de pedra mesmo.
Não comia, não dormia, não ria, não tinha a menor idéia do que fazer da vida.
Tentei terapia, ioga, curso de artes plásticas, budismo, cartomante, centro espírita… Nada adiantava. Eu não conseguia encontrar uma razão para viver ou um alento para sobreviver. A única coisa que eu fazia era chorar o dia todo porque o tal do garoto perfeito não queria saber de mim.
Até hoje, amigos da época da faculdade ainda me encontram e perguntam “E fulano?”. Eu apenas sorrio e respondo incerta: “Passou, coisa de quando eu era criança”. Depois fico um pouco envergonhada em lembrar o quanto eu enchia o saco de todo mundo com a minha monotemática – eu basicamente não falava de outra coisa.
Toda vez que tinha um trabalho pra fazer na faculdade, minha inspiração era a cidade natal dele, ou alguma banda que ele gostava muito, a etimologia do seu nome, a rua onde ele morava, a pinta do lado esquerdo do seu rosto…
Eu lia o que ele lia, escutava o que ele escutava, ia aonde ele ia, torcia pelo mesmo time e cheguei até a me apaixonar pelas mulheres que ele paquerava. Eu gostava tanto dele que acabei virando ele, mas não me perguntem o que isso quer dizer.
Foi o maior amor que já senti na vida. Lembro até hoje de uma sensação muito absurda da época: todas as vezes que o metrô parava na estação próxima ao cortiço em que ele morava, eu sentia uma bola de fogo tão grande no peito que eu pedia a Deus: “Não me deixe morrer antes de vê-lo só mais uma vez”.
A república onde ele e mais 200 estudantes comunistas da USP dormiam ficava no beco mais escuro da Avenida São João. As paredes eram forradas de imagens do Lênin, Che, Fidel, Lula (os tempos mudaram mesmo…) e uma ou outra atriz pornô. A trilha musical para minhas inesquecíveis tardes de amor começava quase sempre com a letra “c”: muito Chico, variando um pouco para Cazuza, Caetano ou Cartola.
A emoção de estar ali com ele era tão forte que eu sempre ia embora antes da hora com medo de vomitar ou explodir. Minha boca secava, entortava, eu só falava burrices. Era um horror e ao mesmo tempo a glória.
A história terminou junto com a faculdade. Ele sumiu no mundo e eu cai na vida. Tive dezenas de namorados, aprendi a amar menos, o que foi uma pena, e aprendi a ser mais cínica com a vida, o que também foi uma pena, mas necessário. Viver pra sempre tão boba e perdida teria sido fatal.
Dez anos depois recebo uma ligação estranha, a mesma voz de sempre, as mesmas lacunas que eu, sempre nervosa, nunca soube preencher. A bola de fogo ainda estava dentro de mim, minhas pernas ainda podiam fraquejar, minha boca ainda secava, eu ainda guardava em mim os restos corajosos e puros do primeiro, e sempre maior, amor.
Cortei o cabelo, comprei roupa nova, fui o caminho inteiro me dizendo “Agora você é uma mulher, comporte-se como tal” e rezando a Deus para que ao menos dessa vez me ajudasse a controlar o queixo que sempre tremia.
Cheguei primeiro, estalei os dedos, mordi a boca, suspirei, fechei os olhos. De repente ele estava lá. Olhei bem, olhei de novo, olhei mais uma vez… Não… o que tinham feito do meu amor? O que tinham feito do meu demônio, da minha morte, da minha vida, da minha essência, dos meus valores, das minhas verdades?
Ele se sentou ao meu lado com olhos verdes apagados e limitados, comentou que retardatariamente ainda tocava seu pandeirinho e acreditava no PT. Sua camisa era brega, seu cheiro era oleoso e seu papo era digno de descontrole dos queixos realmente, pois dava muito sono.
Nos beijamos e nada, nenhuma disparada no coração, nenhuma dobrada involuntária nos joelhos, nada de estrelas, sininhos, fogos e cores vibrantes. O garoto perfeito dos olhos verdes perfeitos e das músicas perfeitas era agora apenas o garoto desinteressante do pandeiro. Como eu pude quase morrer pelo garoto do pandeiro?
Voltei pra casa amando e odiando o tempo. Amando porque o tempo havia passado, odiando porque o tempo havia passado.
Porque as cidades, como as pessoas ocasionais e os apartamentos alugados, foram feitas para serem abandonadas.
Acontece que eu não sei pensar antes de falar, como a maioria das pessoas, então eu vou falando e só penso depois.
A 93 milhões de milhas do Sol
As pessoas preparam-se, preparam-se
Porque lá vem, é uma luz
Uma linda luz, além do horizonte
Para dentro de nossos olhos
Oh, minha nossa, que linda
Oh, minha bela mãe
Ela me disse, filho, você irá longe na vida
Se fizer tudo direito, amará o lugar onde estiver
Apenas tenha certeza de que onde quer que vá
Você sempre poderá voltar para casa
A 240 mil milhas da Lua
Percorremos uma longa distância para pertencer a esse lugar
Para compartilhar essa vista da noite
Uma noite gloriosa
Além do horizonte há outro céu brilhante
Oh, minha nossa, que lindo
Oh, meu pai irrefutável
Ele me disse, filho, às vezes, pode parecer escuro
Mas a ausência da luz é uma parte necessária
Apenas tenha certeza de que você nunca está sozinho,
Você sempre poderá voltar para casa
Casa
Casa
Você sempre pode voltar
Toda estrada que é uma subida escorregadia
Mas sempre há uma mão na qual você pode se segurar
Olhando profundamente pelo telescópio
Você pode perceber que seu lar está dentro de você
Apenas tenha certeza de que onde quer que você vá
Não, você nunca está sozinho,
Você sempre voltará para casa
Casa
Casa
A 93 milhões de milhas do Sol
As pessoas preparam-se, preparam-se
Porque lá vem, é uma luz
Uma linda luz, além do horizonte
Para dentro de nossos olhos
E quando todos os dias ficam iguais, é porque as pessoas deixaram de perceber as coisas boas que aparecem em suas vidas sempre que o sol cruza o céu.
Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece. (...)
E morre-se sem ao menos uma explicação. E o pior – vive-se, sem ao menos uma explicação. (...)
E ter a obrigação de ser o que se chama de apresentável me irrita. Por que não posso andar em trapos (...)?
Farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo, por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz… Também é bom porque em geral se pode ajudar muito mais as pessoas quando não se está cega de amor.
Nota: Trecho de carta para Elisa Lispector, escrita em 19 outubro de 1948.
...MaisTolice é permitir que a maldade alheia contamine seus pensamentos e sentimentos bons!
Helda Almeida
21.01.2024
É incrível como que, com tamanha beleza que existe na natureza à ser admirada, ainda existam pessoas que perdem tempo cuidando e falando mal da vida dos outros!
Pessoas más nunca acreditam que são más; elas acreditam que todos os outros são maus.
Ambos queríamos fugir de nossos abismos. Eu da solidão e de ter alguém e ela das pessoas que a machucavam. No entanto, eu sempre me mantive nesse abismo. Tristeza e solidão sempre coexistirão em meu ser, como a maldade.
Por incrível que pareça, o mundo está cheio de pessoas maldosas. Mantenha-se afastado destas, porém não deixe de colocá-las em suas orações.
Há pessoas que tem mania
de perseguição!
Se acham detentoras da verdade
e só pregam a bondade,
sendo sempre as injustiçadas.
Veem maldade em tudo,
achando-se acima do bem e do mal,
verdadeiras deusas em foma humana.
Acreditam que além delas,
todos são infelizes.
E pior do que isso é Deus sendo
colocado no meio como avalista.
Esquecem que Ele é amor e a tudo vê,
que não julga e nem condena .
ELE promove a paz e não a guerra,
cura as feridas e não machuca.
E se há maldade no mundo
não é pelas mãos d'ELE e sim
por essas pessoas que
se acham tão perfeitas e no direito
de sair julgando a todos.
Acredito que já está passando
da hora de acordar e ver que ninguém
é o centro do universo
para ser motivo de tanta perseguição.
E se muitas vezes o que se é falado
serve como chapéu, sinto muito.
Como diz o ditado :
"O Bom julgador por si,se julga."
Talvez o Natal exista para fazer as pessoas repensarem suas atitudes com os demais. A exaltação de diversas coisas boas ao próximo é tanta que a reflexão interna sobre isso deveria ser, no mínimo, obrigatória. Deveríamos amar uns aos outros simplesmente por sermos irmãos de alma, mas a inveja, junto com outros sentimentos destrutivos, nos tornou frios e distantes. Morremos desde os primórdios e cada dia o amor se apequena, tornando-se uma mera poeira cósmica em meio a uma galáxia de maldade sem fim.
Cuidado com a feitiçaria gospel, pessoas que gastam sua vida e tempo orando contra, torcendo contra sua vida e sucesso só para provarem que estão certas e que você é errada. Se apegue a Deus e confie nEle pois conhece seu coração e pode reverter todo mal e perseguição em bençãos sobre você. CREIA!
Preciso de você...
Eu quero você, sem maldade
Apenas sentir o teu carinho...
Não peço declaração de amor,
Nem promessas de fidelidade!
Sem ti tudo se torna saudade,
Eu fico triste, muito sozinho...
Preciso tanto de ti meu amor,
Sem você não existe felicidade!
Gui Gouvêa