Maldade das Pessoas
Hospitalidade: virtude que nos obriga a alimentarmos e alojarmos certas pessoas que não precisam de alimentos nem de alojamento.
Quem se mata corre atrás de uma imagem que forjou de si próprio: as pessoas matam-se sempre para existir.
As pessoas são muitas vezes escravas da sua arbitrariedade, mesmo em si próprias; mas é espantoso que elas saibam tão raramente aplicar a sua vontade.
Há tantas espécies de pessoas de vinte anos ou de cinquenta anos como há espécies de amigos, amantes ou pais.
Existem pessoas que não pensam naquilo que deviam fazer, mas no que já fizeram; como se a Razão tivesse olhos atrás e pudesse ver apenas o que ficou para trás.
Há pessoas a quem se tem afeição porque agradam, e outras que só agradam porque se lhes tem afeição. Gosta-se mais das primeiras quando estão presentes e das outras na sua ausência.
A necessidade de fazer tomar consciência às pessoas de que podem mudar a sociedade não é incompatível com a necessidade de as tornar tolerantes para com as fraquezas humanas.
As pessoas acham sempre que precisam envelhecer para se tornar sábias; mas, na verdade, com o passar dos anos, acabam por se ocupar em manter-se tão sábias quanto eram antes.
A maior desgraça que pode acontecer a qualquer escrito que se publica não é muitas pessoas dizerem mal, é ninguém dizer nada.