Malandro
#MALANDRAMENTE
Não vacila...
Nem tenta a sorte...
Quem é do meio sabe como é...
Coração de malandro...
Bate na sola do pé...
Toda minha caminhada...
Nesse imenso mundo cão...
Com malandragem de sobra...
E liberdade para conquistar...
Caio fácil não...
E quando caio...
Logo me ponho a levantar...
Malandro que é malandro...
Sabe bem como viver...
Vou continuar assim em meu caminho...
Pelas noites de luar...
Malandro sabe onde ir...
Quando deve sair e a hora de entrar...
Sabe quando deve ficar mudo...
Sabe quando deve falar...
Já dizia o poeta...
"O mundo é dos espertos"
Malandro bom envelhece...
Pedindo força ao universo...
Não vê a morte tão cedo chegar...
Sandro Paschoal Nogueira
facebook.com/conservatoria.poemas
Parem de atribuir o termo 'otário' às pessoas que fazem as coisas certas. Enquanto continuar assim, a 'malandragem' sempre vai parecer algo mais vantajoso.
Todo bandido é, antes de tudo, tolo: não esperou os lucros tempestivos da vida honesta e adiantou-se em colher os lucros que lhe custarão muito caro.
O HOMEM DO VALE-TRANSPORTE
Quando eu era pré-adolescente, nos meus 14 anos, todo sábado ia ajudar minha tia a trazer uns pacotes para abastecer um armarinho que ela tomava conta. Reparava sempre, no meio do caminho, num cidadão magro, moreno, alto, na conhecida Praça do Diário (Praça da Independência), pedido vale transportes, uma vez até eu dei ao pobre, mas ficava meio assim... (Todo sábado lá, e ele vem pro centro da cidade só com a passagem só de ida e fica pedindo a de volta. Estranho. Ai fui sacando a dele, o cara ia pedindo com uma mão, com cara de choro, nem falar falava, só balbuciava algo incompreensível, e juntado com a outra, daqui a pouco ele começava a vender o que tinha juntado, recebido). Não é que um tempo desses e o entrecortei na Rua da Concórdia, incrível, e pedindo passagem ainda, e me pediu passagem, quer dizer, agora dinheiro, melhorou, não se usa mais vales-transportes. Eu disse: Me erra cara! Te conheço desde menino! Ele não se fez de rogado, virou pra outro lado e continuou pedido a outras pessoas. Hoje, pela manhã, no comecinho da rua Nova Nova, pasmem! Tava ele lá! O próprio! Tirei até uma foto pra guardar de prova, com os cabelos agora já grisalhos, compleição física, no entanto a mesma, sequinho, sem barriga, pedindo passagem ainda com cara de choro e a pouca voz, vida toda. Daqui a pouco se aposenta nesse ramo. Mas o Brasil tá de um jeito tal, atualmente, que ele até dá pena, face ao atual cenário de corrupção desmedida. Tantos agindo sem tanta visibilidade, sem tanto esforço. Subtraindo mais, incomparavelmente mais e saindo bem na foto, posando de bom moço, bem vestidos, nos enrolando direitinho, roubando algo mais precioso: nossa alegria, tranquilidade, respeito, nossa paz, boa fé, nossa confiança, nossa esperança, crença nos homens de boa vontade.
(18.02.2017)
Quem acredita que teimosia é sinônimo de persistência, normalmente é o teimoso, afinal prefere acreditar que está certo sem ao menos consultar a definição de cada comportamento.
Malandrão, eu? Não, ninguém é bobo
Se quer guerra, terá; se quer paz, quero em dobro
Mas verme é verme
Já foi há muito tempo que deixei de estudar
A família era pobre tive de ir trabalhar
Comecei na construção
Fiquei com calos nas mãos
Só eu sei o que passei
Três dias de escravidão
Eram muitos lá em casa
E dinheiro não havia
Mas eu trabalhador
Qualquer coisa me servia
Até de bar fui empregado
Estava sempre embriagado
O patrão um dia viu
E logo me despediu
Triste vida triste vida
Mais valia não nascer
Já fiz de tudo na vida
E não ganho para comer
Inventei umas canções
Um dia até fui gravar
Mas tinham mais de três tons
Já ninguém as quis comprar
Até fui arrumador
Já me chamavam parqueiro
Mas veio um vereador
Montou lá um mealheiro
Foi então que fui pedir
Para me alimentar
Mas ninguém me quis ouvir mandaram-me ir trabalhar
Triste vida triste vida
Mas valia não nascer
Já fiz de tudo na vida
E não ganho para comer
Se ficar em rodinha de banca falando, falando ´pra não dizer nada
Por favor, mais por favor ´memu, me deixa de lado
se isso é ser malandro, prefiro ser chapéu atolado
Um dia você tem 7 querendo ter 12, chega nos 13 se sentindo o super herói, até os 18 mete o loko várias vezes, logo está nos 30, querendo voltar aos 8, loucuras ainda acontecem até os 40, aos 45 você repensa, 'começa' raciocinar, olha pra traz e vê que malandragem de verdade é viver.