Machismo
Acordo entre cavalheiros
Decidiu-se, arbitrariamente, naquele dia:
- Que a palavra não seria mais censurada de modo algum,
nem por um decreto lei.
- Que os olhos não se fechariam
nem mesmo se a cabeça abaixasse ou fosse forçada a abaixar-se
pontilhada por uma espada de gume afiado.
- Que as mãos só se estenderiam ao aperto, se esses, sinceros fossem, inevitavelmente!
Sob pena de se negarem mutuamente ao afeto contido no entrelace das mãos
caso não os fossem.
- De forma alguma haveria perdão,
pois, não há o que se perdoar quando não existe o pecado.
- E mesmo quando o outro por ventura parecesse distante,
ainda assim, haveriam predicados para homenageá-lo.
- E mesmo se o outro se fizesse distante,
por vontade própria ou por decisão alheia à sua vontade
haveria que se, habilmente, apreender-lhe os motivos de sua ausência
acolhendo-lhe sem questionamentos, disponibilizando-lhe de forma imediata
pão fresco para saciar-lhe a sua própria fome e a de seu exército,
água boa para cessar-lhe a cede e a de seus compatriotas
e leito confortável para quedar-se em descanso.
- Decidiu-se racionalmente que não se dividiriam mulheres durante as transas,
a menos que fosse vontade delas, e se assim quisessem, seria feito.
Decidiu-se também, que as mulheres seriam tratadas feito rainhas
e a elas seriam dadas todas as condições de igualdade nas decisões
permitindo-lhes a liberdade necessária para escolhê-los, e não o contrário,
cabendo a eles apenas aguardar serem escolhidos e honrados com tal graça.
Por fim, decidiu-se, que devido a tal acordo celebrado entre cavalheiros
findava-se ali, a guerra,
travada antes e até o presente momento, pela incompreensão e bestialidade masculina
em seus momentos mais idiotizados de afirmação de suas masculinidades tardias
pautadas em um machismo socialmente contraído e totalmente retrógrado.
- Decidiu-se em comum acordo entre cavalheiros
e celebrar-se-á em pacto de honra
com a cessão de um fio do bigode de cada celebrante
e um risco de sangue na lâmina da verdade,
que todos os acordos por hora celebrados serão mantidos,
fazendo-se cumprir tal decisão sem meios termos, sem meias verdades
e de maneira irrevogável.
Publique-se, divulgue-se, cumpra-se.
Não permita que controlem sua rotina, mesmo que sendo horas árduas. Não permita que ditem seus passos, e amedrontem suas vontades. Não permita que apontem em você os erros que cometestes esquecendo também que ele cometeu alguns imperdoáveis. Não permita jamais, limitem sua felicidade lhe oprimindo com ameaças e humilhações. Você é mais do que está na boca daquele que te oprime e te humilha, e ele o faz, simplesmente, porque não pode ser tão forte quanto tu és, porque sabe o quão covardes foram os erros que ele comeu e esconde. Abrace a si e a quem está na chuva por ti. Atualmente, são raras as pessoas que amam e entendem a luta que travam diariamente!
As vezes eu olho pra ele e penso:"O que foi que eu vi nele?Ele me feriu,não me deu valor,foi machista,ciumento e controlador!"
Elas precisam de um dia só delas porque nós a coisificamos.
Dissemos com palavras, ações, repressões, torturas, agressões, intimidações e humilhações onde era o seu lugar. E nos esquecemos de amá-las.
O nosso maior erro foi subjulgar e subestimar sua capacidade em troca de um orgulho besta e um machismo babaca. O que não as impediu de chegar.
Ainda sou tão capaz de ter pensamentos machistas quanto qualquer outro homem, o que me envergonho. Mas penso que se a gente começar a ensinar os moleques dentro de casa a como tratar a mãe, a irmã, a vó, a tia, a prima, eles serão capazes de tratar qualquer mulher da forma que elas merecem.
Continuamos agredindo e dizendo que elas são
incapazes, elas fizeram disto o seu combustível.
Elas não vão desistir, são incansáveis e obstinadas. E só querem aquilo que nós sempre tivemos.
A mulher não foi feita apenas para dar a luz, ainda que esta seja a sua maior e mais nobre dádiva.
Continuamos machistas, babacas e idiotas, elas continuarão chegando.
Claiton de Paula.
E ele disse ´´venha até mim``
E como se era de espera ela foi.
Ao chegar percebeu amor
Ao sair sentiu dor
Ao voltar teve medo
E ao tentar sair de novo, não conseguia mais.
Mas no fim do seu discurso eu comi aquele bombom com gosto e disse que nós mulheres não perdemos nosso valor quando engordamos, quando emagrecemos, quando erramos, quando somos estupradas, quando fotos íntimas são vazadas, quando usamos roupa longa ou minissaia, quando choramos ou sorrimos de mais. Não perdemos nosso valor nunca!
(MADALENA)
Todos os dias eu vejo uma notícia de crime contra a mulher.
Temos lei pra isso, mas além de branda é ineficaz.
Primeiro porque as delegacias não dão muita importância para as denúncias em que a mulher esteja sofrendo danos morais e ameaças (parece que se ela não chegar ensanguentada ou já morta, a denúncia não tem fundamento).
Segundo porque as mulheres sabem que podem sofrer retaliação ao denunciar, e pela ineficiência da lei, acabam desistindo e tentando uma luta solitária, silenciosa e sofrida. E geralmente, com o mesmo fim.
Fora que tem aquelas mulheres que, por um amor doentio ou pelos filhos, se deixam enganar e caem nas juras hipócritas de arrependimento e mudança de seus parceiros.
Uma coisa é fato: quem deseja, fala. Quem fala, faz. É tudo uma questão de tempo.
E a primeira vez, jamais será a última.
Não posso ser filha de mais ninguém, ninguém vai me amar como meu pai e minha mãe me amam
Houve um revés no planeta e nem todos os pais e mães são maravilhosos quanto os meus, nem todos os pais são dignos de terem tido filhos, muitos não tem noção do mal que fazem para sua cria e para a sociedade.
O olhar de quem não estava prestando atenção era do Paulinho, um menino de cinco anos que convivia com gritos e surras desde que estava na barriga de sua mãe, mãe omissa e doente.
O pai se casou com uma mulher gostando de outra e não cansa de repetir isso aos quatro cantos do planeta, a mãe uma pessoa estudada que acredita em cada choro de arrependimento, mesmo que apanhe novamente dez minutos depois.
Paulinho nunca sorrir, nunca soube o que é autoestima elevada e na cabeça dessa criança todas as família são assim, ter família é chato, talvez uma prova de tolerância ele pensava, lógico que com a cabeça de uma criança não com essas frase de uma escritora que não consegue traduzir a confusão contida na cabeça dele.
Os vizinhos começaram a violar a privacidade daquela família por causa de gritos constantes pedindo socorro pelos maus-tratos, os vínculos sociais livremente aceitos pelo machismo não imperava naquela rua e ninguém tinha o pensamento mesquinho de que aquela mulher e aquele filho mereciam apanhar.
Em meio aos próprios preconceitos e cheia de condicionamentos que aquela era a única família que a mãe de Paulinho poderia ter, com uma agravante que ela era proibida de trabalhar, dificultava que ela saísse de casa.
Apesar do clima fora de controle, havia paz e serenidade naquela mulher que acreditava no ser interior daquele homem nojento, asqueroso, imbecil, ok, sem ofensas, mas a mulher achava que tinha chance de salvar aquele homem, achava que o mundo deles (família) poderia ser feliz e harmônico.
Foi difícil estancar o sentimento de culpa daquela mulher que se achava digna de cada bofetada, de cada empurrão, de cada soco, chutes, murro, nunca foi saudável essas agressividades e eu não acredito que ela mereça passar por isso e que é mulher de malandro, essa senhora está completamente doente psiquicamente e precisa de ajuda e não de julgamentos e o Paulinho precisa entender que esse mundo não é para ele.
Uma mulher não deve deixar sua naturalidade ser afetada por receio de instigar um pensamento maldoso masculino. Se o fizer, ela estará sendo machista também!
O maior problema para todos nós, homens e mulheres, não é aprender, mas desaprender. Estamos repletos da sabedoria popular de vários séculos e nos sentimos aterrorizados em abandoná-la.
Quando as mulheres são bem-sucedidas, a imprensa, até mesmo a imprensa do setor, gasta muito tempo falando sobre como nos vestimos, que sapatos estamos usando, quem estamos destinadas a ver. Isso é muito triste para as mulheres.
08 de Março é o Dia da Mulher
O Dia da Mulher é muito importante para a nossa sociedade. É o momento de fazermos muitas reflexões sobre a mulher e suas conquistas históricas, passando pela presença marcante na política, esporte, religiões, ciências, artes, do sorriso suave num paletó executivo ao trato acolhedor nas barraquinhas de verdura na feira livre, do afago no olhar à palavra forte do firmamento de seu valor simplesmente humano, nem mais e nem menos que os homens.
Partindo do ponto de vista da igualdade de valor diante do belo direito de existir, é que trago minha reflexão sobre essa data tão relevante e ovacionada por nossa sociedade. Reflito acerca do que tem me provocado muitos questionamentos tristes, pois fico desconfortável ao ver o que a mídia de uma forma geral, seja ela escrita, televisiva, musical, etc, tem feito para depreciar o valor da mulher, não digo num sentido do imaginário coletivo cultural do que é peculiar ao mundo feminino, falo num sentido mais amplo da pessoa humana. Entretanto, quando chega o mês de março, mais precisamente no dia 08, o pensamento machista e depreciador dá lugar a um sentimento florido passageiro e rende para a mulher todos os elogios possíveis em homenagens transbordantes de beleza. Sendo que durante todo ano, incessantemente, frases machistas estão fazendo a "festa" através de músicas que têm um poder de anestesiar a profundidade existencial do valor do homem e da mulher em suas relações afetivas!
Diante deste quadro triste de machismo e desvalorização da pessoa humana mulher, que se manifesta através da ideologia dominante da indústria midiática durante 11 meses, se é que posso dizer que o mês de março é o suficiente para reconhecer quem verdadeiramente vocês são para a vida, mas enfim, resolvi fazer um poema-recado para os homens. Assim, desejo que vocês, mulheres, sejam felizes e se valorizem cada vez mais, porque vocês já são especiais pelo fantástico fato de nascerem mediante mais um célebre espetáculo de Deus, a fecundação!
Então, homens, vamos fecundar o mundo com longanimidade, perseverança e amor incondicional como se fôssemos crianças. Toda beleza de ser se congrega nisso, vamos viver sem medo do amanhã e parabenizar as mulheres num sempre Dia da Mulher, cantando a música Pessoa de Gonzaguinha, que diz: "Seja sempre o sorriso de uma pequena criança em mim, seja sempre seu brilho de vida em meus olhos até o fim...".
Carta para o homem
Olá, amigo mídia viril, homem macho.
"Compositor" dessa decomposição,
reveja logo, mulher não é capacho!
Seja leve pena em afetiva doação!
Ser sem lágrimas e intransponível?
Tem que ter 1% safado e pegador?
O azul do Céu tem choro lamentável!
Ó mundo, pureza ainda é despertador!
Moço, acorda as flores sem dissabor,
amamenta os dias da mulher que ama,
não tema a incerteza do tempo sabor
e seja menino-homem na hora da cama.
Seja a gravidez constante no fulgor,
o sorriso fiel que aplaude o caminho.
No segundo da dúvida, seja o amor!
Aí, a mulher vira ninho e tu passarinho...
Março de 2016
Quem disse que futebol é coisa pra menino?
Quem disse que azul é cor que ele tem que usar?
Um homem que é homem de verdade cria um filho
Mostrando pra ele o que a vida tem pra dar
Quantas vezes nos passaram a mensagem de que nossas vozes não valiam a pena ser ouvidas, seja quando somos ignoradas numa reunião, ou criticadas nas redes sociais, ou reduzidas a um conjunto de partes corporais?
Ter que pensar na própria mãe, irmã ou filhas para ser capaz de sentir o mínimo de empatia por uma mulher é um sintoma grave não só de machismo, mas de incivilidade.
Só por que trabalho e amo Dança Árabe não quer dizer que tenho que concordar com o modo machista de pensar e agir de árabes que estão em nosso país. A origem da Dança Árabe não é Árabe. Não há comprovação científica, mas tudo nos leva à origens Egípcia e Cigana. O que restou da grande civilização Egípcia hoje é usado para enriquecer o turismo árabe. Uma dança que liberta a mulher não poderia mesmo ter vindo de uma cultura que desrespeita e violenta mulheres. Apesar de a nossa sociedade ainda ser machista, nós temos a nossa liberdade e não abrimos mão dela. Eu amo a minha dança com toda a sua beleza e conteúdos herdados de civilizações bem mais evoluídas.
A cultura machista sobre a mulher é percebida a milhares de anos nos processos políticos e religiosos. Sendo a mulher um produto do homem, submissa pelos modelos de comportamentos étnicos em uma sociedade para dar causas e efeitos da moralidade.
“Acorda Amor” como canta Chico Buarque. Acordar para o que está acontecendo, parar de apanhar para depois responder, sair da perspectiva do aplauso em frente a TV.
Diante da situação em que vivemos o que é mais seguro: Chamar a segurança ou tê-lo o ladrão dentro de casa?
O que é mais conveniente: Ser protegido ou temer a proteção?
Emburrece-se quando se emudece, quando uma resposta for o silêncio.