Machado de Assis Poemas a Palmeira
Letras hostis
Eu sou a forma
que adorna e decora
seus medos noturnos.
Seus piores pesadelos.
A morada dos infernos
a frente da sua porta.
O nocivo banquete
servido vivo
para seu deleite.
O terreno inimigo
onde cavou seu abrigo
letras hostis,amargas
e vis
que te arrastou consigo.
Algumas pessoas tem um medo danado de envelhecer.
Eu sinto muito por elas mas já estou velha.Vou passar um café bem gostoso e parar de contar rugas no rosto.
Dizem que o segredo
da vida é viver
de forma livre e plena.
Acender o desejo é fácil...
mas ativar as emoções numa mulher é para poucos.
Despertar esse pedaço de ilusão que n'alma,sangra em desejos a pele,é quase impossível.
Só para alguns.
Soneto do dia triste
Se me achares como um dia nebuloso
Que na tristeza em tua porta bate
Não negai teu sorriso aquém se abate
Na jornada de um dia melancoso
Abraçai com um abraço amoroso
Em teu peito minha dor amortece
Pois terais no meu dia que padece
O poder de diminuir o doloroso
Embora o desgosto muito seja
No olhar há um brilho, que se veja!
Nesse peito que já foi afetuoso.
Dos deslizes se mostrando arrependido
Na vida se entregou, já é vencido
Chora o choro desse dia demoroso.
Parece que o mundo tá tão pequeno pra caber tanto sentimento
Olho ao redor e me sinto diferente
Sempre procuro ser sincera e transparente
Mas as pessoas não gostam de ser leais
Às vezes sinto que sinto demais
A vida deveria ter manuais
Eu nado na minha intensidade
E sempre me afogo nessa verdade
Gostaria de ser menos
Mais quanto mais eu tento
Mais eu aumento
- Eu Aumento
Nos seus bordados
as linhas passavam e se tornavam
as roupas que vestia.
O tecido tingido
em vários fios coloridos
do seu cabelo negro.
Independente de suas histórias
Desconhecidos contextos se formaram
E andaram mutuamente indiferentes
às suas escolhas.
Um olhar perdido.
Um olhar perdido
Uma mente insana
Um suspiro fundo
Um sorriso que engana
Muitos não percebem
Na verdade não vêem
Por fora tá lindo
Mas dentro explodindo
A destruição se fez
O semblante engana
O cabelo arrumado
A roupa deslumbrante
O perfume abstrato
O batom vermelho
Cabelo chapiado
Unhas feitas
No pé um salto
Mas por dentro um caos
Tudo acabado
Uma desolação
Um verdadeiro trapo.
Eu estava conversando com o tempo
e ele me explicou coisas inimagináveis que infelizmente eu vim a esquecer
ele também me diz que ele e o amor andam lado a lado, e mandou que eu não mais fizesse perguntas, ou então as respostas iam me enlouquecer
Eu perguntava tudo para o tempo, mas ele não me respondia, mas não parava de correr, contra o tempo ninguém pode, mas a que custava responder?
mais tarde, novamente o tempo passava
eu envelhecia, o tempo corria e se distanciava, não chegava a hora, eu gritava, chorava, clamava pra ele que comigo voltasse a falar
"POR FAVOR NAO ME DEIXE SENHOR TEMPO, eu sei que tens a resposta dos meus problemas, eu confiei a ti que curasse a minha dor"
pela primeira vez eu vi o tempo parar, sem dizer uma só palavra, ao mesmo tempo dizia coisas tão perfeitas, tão magníficas, que nem mesmo pude apreciar
eu envelhecia cada segundo mais, o tempo me abraçou, e junto me levou a sua jornada ao futuro
ele me abraçava, enquanto eu, já sem forças, não tinha, ironicamente, mais tempo pra chorar
o tempo novamente parou e me mostrou tudo que eu havia perdido, enquanto chorava de dor, enquanto eu clamava por amor, enquanto apenas esperava uma resposta, uma resposta que o tempo não poderia me mostrar
ele por fim, novamente me abraçou, e se desculpou por ser tão rápido
e no fim eu chorei, eu entendi que o tempo não trazia as respostas
o tempo me trazia perguntas, e cabia a mim mesmo respondê-las, ou deixá-las de lado
eu fiz a pior das escolhas, eu pedi ao tempo algo que ele não podia fazer
antes de finalmente fechar os olhos e descansar, juntei minhas forças enquanto esvaziava toda minha dor e sofrimento
"senhor, será que posso voltar no tempo?"
preciso de respostas~
eu aqui em mais uma madrugada
me coloco a perguntar
o que pouco me sobraria
se não pudesse te amar
ou o que me restaria a não ser chorar
meus olhos se afogariam e me encontraria em alto-mar
lamentando sua ida e tentando entender
e qual seria o motivo de continuar sem você?
contaria para lua sobre o teu último sorriso
que eu quase caio em um deslizo
e me perco novamente
mas aliás
que mal me faria se és você que me salva de novo
e todo dia é como algo tão novo
e que tanto me satisfaz
aonde eu estava com a cabeça em pensar que seria capaz
que ao invés de trazer me tirei a paz que pouco me restava
e agora sinto aqui em uma rua amargurada como se me rasgasse o peito com uma facada
e tento pensar lá frente
"será que em teu sorriso ainda farei morada?"
Conte ao vento quanto frio sentiu,
Conte ao sol o quanto o esperou ,
Conte a lua o que sua ausência gerou , depois, tome um banho de rio, e conte as águas o que ela não lavou e, viva de queixumes, atrasos de sua vivência que você só proclamou.
Prestes a desaparecer teu
Carinho por mim, fez um pedido.
Não descuide de você.
Tal como eu, fiz:
Porque diante o triz
Da separação me desfiz.
Caminho a cada momento Olhando
O chão das ruas
Admirando suas cicatrizes.
Lendo as histórias deixadas por pegadas:
Quê sobre à terra partilharam intimidades.
Lágrimas derramadas dentre
Sorrisos rotineiros em orvalho
Transvestidos em lama
Aonde anônimos contextos
Ao pisar em terrenos alheios:
Deixaram seus, pequenos pedaços!
Junto as lembranças de tua partida.
O que está acontecendo?
Por acaso está desistindo?
Não lhe vejo nem mais escrevendo...
E nem mais falsamente sorrindo.
Fiquei feliz em ver a máscara do rosto retirar
Mas no final pareceu nada adiantar
Ela parecia estar somente na interface
Mas essa estranha máscara, mais verdadeira do que a própria face.
Afinal, o que você veio a se tornar?
O jovem que eu conheci amava tanto viver
Mas sinto que em breve irá transbordar
Dia-a-dia você mais dor absorver.
Por fim te peço encarecidamente
Lute sem parar, até sua última energia se esgotar
Não perca essa luta com a sua mente
Pois contigo estarei até o seu último suspirar...
Ass: Gustavo A. Justino
Desafiadora sem se pronunciar,
As qualidades lhe obedecem,
São pertences a lhe enfeitar.
Remova a maquiagem,
E os acessórios enfeitados.
Seus dentes perolados ofuscam a retina,
Globos oculares castanho-esverdeados,
Fios alaranjados semelhados a tangerina,
Perfumadas e vibrantes bochechas de resina.
Desafio Dóra !
Desafiadora a me desafiar.
Tua dor de outrora,
Minha dor de agora, a descontinuar.
Metáforas da Aurora
Que hão de demorar.
Mitologia nossa, há de nos coroar.
Dóra
Desafiadora sem se pronunciar,
As qualidades lhe obedecem,
São pertences a lhe enfeitar.
Remova a maquiagem,
E os acessórios enfeitados.
Seus dentes perolados ofuscam a retina,
Globos oculares castanho-esverdeados,
Fios alaranjados semelhados a tangerina,
Perfumadas e vibrantes bochechas de resina.
Graduada em hipnose,
Sentidos de rapina,
Em sua apoteose
Furtou-me a idolatria.
Desafio Dóra !
Desafiadora a me desafiar.
Tua dor de outrora,
Minha dor de agora, a descontinuar.
Metáforas da Aurora
Que hão de demorar.
Mitologia nossa, há de nos coroar.
O que delonga faz confiar,
O que demora faz confiar.
Desafio Dóra !
Desafiadora a se entregar.
Tua dor de outrora,
Minha dor de agora, a descontinuar.
Metáforas da Aurora
Que hão de demorar.
Mitologia nossa, há de nos coroar.
Sensações
Eu gosto do orvalho da manhã que surge com o brilho do sol cortando suavemente a escuridão da noite
Mas, também, tenho paixão pelos fins de tarde que colorem melancolicamente o horizonte com um doce e alaranjado degradê
Impossível não falar e sentir o quão é hipnotizante e inebriante as estrelas que reluzem no céu durante o escurecer
Entretanto, nada é mais valioso e cativante do que o anúncio da chegada do despontar de um novo amanhecer