Má índole
Todos na minha família acreditavam em fantasmas e minha avó dizia que não eram apenas as pessoas más que se transformavam neles, as más ações também.
o tempo é má vizinhança
com tal força causa danos
promessas em abastança
mestre na arte de enganos
natalia nuno
O pior crime de todos seria um erro acontecer e ninguém falar ou aprender com ele. Portanto, por mais perturbador que seja pensar nisso, esses erros, complicações e resultados inesperados são discutidos abertamente e, com sorte, todos ganham alguma coisa com isso.
Pode-se ser crítico ferrenho e sistemático da má política desde que isso não nos deixe insensíveis ao perfume e à beleza de uma flor. O antídoto contra a amargura é não olhar as coisas sempre pela mesma lente, nem torna-la refratária à multiplicidade das cores. Lembrando Guevara, há que se mostrar duro quando preciso, mas sem nunca abrir mão da ternura.
"Os humanos vivem desafios diferentes em cada momento histórico. Na atualidade, penso eu, o maior desafio é consubstanciar o amor em suas relações e ações, manter a chama da esperança acesa e preservar a fé no Criador".
Passado, presente e futuro é o tudo construindo o agora.
E o agora terminou de passar, não está mais presente, nem será mais futuro, pois passou.
Desistir jamais...
Enfrentar caminhos tortuosos tropeçando, caindo, muitas vezes se machucando, mas levantando- se de cabeça erguida. Embora sem sequer saber onde será a parada final. O cançasso, o desânimo não pode vencer um guerreiro, mesmo não sabendo onde chegar, não desiste da sua fé e esperança. Acreditando que um sonho poderá ser reaizado, até mesmo quando se está chegando no fim.
A perda traz um gosto amargo, mas é isso que nos motiva a se reerguer depois da derrota e tentar mais uma vez, para provar o sabor incomparável da vitória.
OUTRO ALENTO ...
Encontrei-te em um desejo tão divino
E o destino das emoções nos levaram
Pela mão da sensação, em um desatino
Que no peito afáveis sentidos brotaram
Outra estrada, outro sonho, descortino
Os poemas descontentes se alegraram
Pirralho como menino e de novo a pino
Pois, as invocações ao amor positivaram
Antes, a poesia, sem ousadia e a esmo
Compartindo a tristura comigo mesmo
Via cada trova marcada com torpe pó
Agora, alentado por teus gentis cortejos
Teus beijos, tenho motivo, vivas e festejos
E já não amargo, atrofio e nem sorrio só! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/01/2021, 05’45” – Triângulo Mineiro
A vida de cada um é uma construção que podemos levantar com material de boa ou de má qualidade, e onde cada tijolo acrescido tem preço e prazo de garantia. Podemos optar por trocar os ruins e inconsistentes dentro do “timing” certo, legando às gerações seguintes uma construção sólida que talvez nem seja usada por nós, ou então preferir o pré-moldado de montagem rápida para usufruir dela ao máximo, mas que não estará de pé depois que nos formos. A construção é uma escolha só nossa, mas não sua aprovação, pois o percebido no fim é o conjunto da obra.
Uma criança capta experiências negativas tão facilmente quanto experiências positivas. Elzs podem até captar nossos sentimentos e atitudes.
Se a maioria de nós têm vergonha de roupas surradas e móveis de má qualidade, vamos ter também mais vergonha de ideias surradas e filosofias de má qualidade.
Cada átomo no universo é único e inutilizado
O tempo passageiro leva meus destroços pra beira do mar
O colo que me erguia teve seus braços amputados
Procuro um lar elegante que tenha aroma de felicidade
O meus calçados não me permitem andar por serem desiguais
Talvez um dia eu aceite minha simplória verdade
O anel teve seu ouro dissolvido
Seu valor permanece, mas mudou sua identidade
O louvor segue a ilusão
Em busca de verdadeira afinidade
O cordão se rompeu antes do parto
A criança anoréxica permanece
Gritos, palavras e cantos foram dados
Agora o que me resta é acreditar na prece
a diarista
já o lusco fusco chegando
com sua casca ressequida
o céu do sertão apagando
e as maritacas de partida
pela janela vai adentrando
silenciosa, está tal rapariga
espanando num desmando
sombreando, cheio de giga
tece a noite, vai-se o dia
finca estaca na imensidão
o canto da cigarra anuncia
o tardar, tolda a escuridão
o cerrado a noite cria
a melancolia recordação
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
segunda, outubro, 2019
Cerrado goiano
Eu tô cantando a minha vida desde 2009
Conforme o nome fica forte, o papo fica forte
Me odeiam, mas respeitam meu corre
Eu tô botando 24h dentro das estrofes
A imensidão me mata aos poucos
Vejo a vida passar bem devagar
Por fora pareço a própria calma
Mas por dentro meu peito se contorse
Ouço gritos altos, são da minha alma
Já não tenho forças pra fazê-las ficar em silêncio
Posso esperar que meu corpo morra aos poucos ou posso acabar com a dor agora mesmo
Nunca tenha pressa para crítica os erros dos outros
pois vc também vai erra um dia Afinal
nos maiores erros é que se aprende grades lições
Olhar de japa
À este olhar de japa
Nada do intento escapa
Ela vê o fim escondido
No íntimo mais profundo!
Não tente moldar intenção
Com dizeres de reticências
E seus status sem razão
À provocar maledicências!
Meu olhar é sincero e puro
Assim também é meu ato
O mal não gosto e não aturo!
Se minha amizade quer de fato
Não se traia a ser imaturo
Pois, decifro qualquer intento!