Frases de Lygia Fagundes Telles

Cerca de 32 frases de Lygia Fagundes Telles

O dia em que o sonho nos abandonar, nós estaremos tão tristes, vivos, mas tão tristes como se tivéssemos morrido.

Lygia Fagundes Telles

Nota: Trecho de discurso durante entrevista ao programa “Roda Viva”, em 1996.

Uns lutam com o cimento armado. Com as leis. Outros, com os bisturis. Com as máquinas – tantas e tão variadas lutas. Eu luto com a palavra. É bom? É ruim? Não interessa, é a minha vocação.

Lygia Fagundes Telles
As meninas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Mas hoje minha face lúcida acordou antes da outra e está me vigiando com seu olho gelado. “Vamos – diz ela – nada de convulsões, sei que você é da família dos possessos, mas não escreva como uma possessa, fale em voz baixa, sem exageros, calmamente.”

Sarcasmo é veneno.

Lygia Fagundes Telles
A disciplina do amor. São Paulo: Círculo do Livro, 1980.

Nota: Trecho do conto Senso de humor.

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Faço um convite ao jovem leitor: Me leia. Não me deixe morrer.

Lygia Fagundes Telles

Nota: Trecho de discurso durante uma homenagem na Academia Paulista de Letras (APL), em 2015.

Um dia a gente morre, vai pro céu; e Deus dá então pra gente um par de asas pra conhecer o mundo inteiro!

Lygia Fagundes Telles

Nota: Trecho de carta ao também escritor Erico Verissimo, escrita em 9 de setembro de 1941.

Descobri outro dia que a gente só se mata por causa dos outros, para fazer efeito, dar reação, compreende? Se não houvesse ninguém em volta para sentir piedade, remorso e etc. e tal, a gente não se matava nunca. Então descobri um jeito ótimo, me matar e continuar vivendo. Largo meus sapatos e minha roupa na beira do rio, mando cartas e desapareço.

Lygia Fagundes Telles
Verão no aquário. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Gostava de minha mãe porque ela não era mais jovem. E numa noite de disponibilidade, seria capaz de amar até tia Graciana se ela lhe passasse ao alcance da mão.

Lygia Fagundes Telles
Verão no aquário. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Inserida por reginsss

– É o caçula?
– É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincado de mágico quando de repente avisou, vou voar!

Lygia Fagundes Telles
Os contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Nota: Trecho do conto Natal na barca.

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Inserida por usuario91037

Através do vidro as estrelas me parecem incrivelmente distantes. Fecho a cortina.

Lygia Fagundes Telles
Antes do baile verde: contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Nota: Trecho do conto Eu era mudo e só.

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Inserida por usuario91037

Deixei pender a cabeça para o peito. Cruzei os braços. E senti-me mais desligada da terra do que um anjo louro e corrompido como o Anjo de Fernando: nem jovem nem velho, nem feio nem bonito, nem bom nem mau, nem fêmea nem macho — um ser neutro, tomando suco de laranja.

Lygia Fagundes Telles
Verão no aquário. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Inserida por reginsss

Costurar as feridas e amar o inimigo que odiar faz mal ao fígado, isso sem falar no perigo da úlcera, lumbago, pé frio. Amar no geral e no particular e quem sabe nos lances desse xadrez-chinez imprevisível. Ousar o risco. Sem chorar, aprendi bem cedo os versos exemplares. Não chores que a vida é luta renhida.

Lygia Fagundes Telles
A Disciplina do Amor