Frases de Lygia Fagundes Telles

Cerca de 32 frases de Lygia Fagundes Telles

A beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da noite, está no crepúsculo, nesse meio tom, nessa incerteza.

Lygia Fagundes Telles
Os contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Nota: Trecho do texto Venha Ver o Pôr do Sol.

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Quando na realidade o amor é uma coisa tão simples... Veja-o como uma flor que nasce e morre em seguida por que tem que morrer. Nada de querer guardar a flor dentro de um livro, não existe nada mais triste no mundo do que fingir que há vida onde a vida acabou.

Lygia Fagundes Telles
Verão no aquário. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Quero ficar só. Gosto muito das pessoas, mas às vezes tenho essa necessidade voraz de me libertar de todos.

Lygia Fagundes Telles
As meninas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Não peça coerência ao mistério nem peça lógica ao absurdo.

Lygia Fagundes Telles
Os contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Nota: Trecho do conto Potyra.

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Quem me detesta tanto assim para me atacar até em sonho? Quis saber e nesse instante vi minha imagem refletida no espelho.

Lygia Fagundes Telles
A disciplina do amor. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Nota: Trecho do conto Era um leão.

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Já que é preciso aceitar a vida, que seja então corajosamente.

Lygia Fagundes Telles
Ciranda de Pedra. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Não há gente completamente boa nem gente completamente má, está tudo misturado e a separação é impossível. O mal está no próprio gênero humano, ninguém presta. Às vezes a gente melhora. Mas passa.

Lygia Fagundes Telles
Ciranda de Pedra. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Não cortaremos os pulsos, ao contrário, costuraremos com linha dupla todas as feridas abertas.

Lygia Fagundes Telles
A disciplina do amor. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

Como quando se tira um vestido velho do baú, um vestido que não é para usar, só para olhar. Só para ver como ele era. Depois a gente dobra de novo e guarda mas não se cogita em jogar fora ou dar. Acho que saudade é isso.

Lygia Fagundes Telles
As meninas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

A distância mais curta entre dois pontos pode ser a linha reta, mas é nos caminhos curvos que se encontram as melhores coisas da vida.

Lygia Fagundes Telles
Ciranda de Pedra

O menino então sorri e nem o inimigo mais feroz resistirá a esse sorriso de quem se oferece tão sem defesa.

Lygia Fagundes Telles
Verão no Aquário

Se é difícil carregar a solidão, mais difícil ainda é carregar uma companhia.

Lygia Fagundes Telles
Os contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Nota: Trecho do conto Eu era mudo e só.

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Me leia enquanto estou quente.

Lygia Fagundes Telles
LISPECTOR, Clarice. Entrevistas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Nota: Frase dita durante uma entrevista realizada pela escritora Clarice Lispector e publicada na obra "Entrevistas" (2007).

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Mordo o último biscoito e respiro estimulada. Aí está onde eu queria chegar: milhares de coisas estão subentendidas. Nas entrelinhas. O lado omisso. Quero a verdade, M.N., meu amado, escuta, entenda isso, quero a verdade. E você sugere reticências. Omissões.

Lygia Fagundes Telles
As meninas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Confesso que não sei, até hoje não sei por que de repente, sem alterar a voz, comecei a falar com tamanha fúria que não consegui segurar as palavras que vieram com a força de um vômito.

Lygia Fagundes Telles
Os contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

Nota: Trecho do conto Uma branca sombra pálida.

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Eu me aproximo das pessoas como um ladrão que se aproxima de um cofre, os dedos limados, aguçados, para descobrir, tateantes, o segredo.

É difícil separar a ficção da invenção, a fantasia da memória. Não há uma linha separando o que você viu do que você sonhou. A imaginação ocupa o espaço da memória.

Lygia Fagundes Telles

Nota: Trecho de entrevista ao jornal "O Povo", em 2007. (fonte)

Tinha falsa lúcidez dos loucos mais não chegaria a enlouquecer, falava em suicídio mas não chegaria a se matar.

Lygia Fagundes Telles
Verão no Aquário

Com a ponta da língua pude sentir a semente apontando sob a polpa.
Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca.
Cuspi a semente: assim queria escrever, indo ao âmago do âmago até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto.

Lygia Fagundes Telles
Verde lagarto amarelo

O escritor pode ser louco, mas não enlouquece o leitor, ao contrário, pode até desviá-lo da loucura. O escritor pode ser corrompido, mas não corrompe. Pode ser solitário e triste e ainda assim vai alimentar o sonho daquele que está na solidão.

Lygia Fagundes Telles

Nota: Trecho adaptado de entrevista ao jornal “O Globo”, em 2009.