Luzes
Propaganda da Verdade
De passo em passo,
luzes piscam com cuidado,
ilusão otimista, alegre,
mas nas profundezas,
vira regaço
reconheço-me um ordinário.
De cheiro em cheiro, frito,
rebuscado de pinceladas
harmoniosas de óleo,
hipócrita, que lambe a colher
e prepara veneno.
Saio pela rua com um papel,
pesado e de vidro cortante,
verdadeiro.
O que mais fatia?
a vida instigante.
Pisca-pisca por miséria,
o som reboa vozes,
ouço muitas,
de bocas amarelas.
Cuidado, meu papai-noel
têm dentes afiados,
rosto roxo,
saco obscuro e profundo
engole um gole,
de copo em copo,
ataque sem mágica,
não há feitiçaria
nem circo,
tenda muito menos,
as palavras falsas são
omitidas sem consciência.
Me fecho no apartamento
construído por engenheiro
quadrado e métrico,
por cinza, e isolamento
vou me desfazendo
nos relacionamentos
de aspecto elétrico.
O decorrer dos descobrimentos
se resume há risos,
não seja feliz por isso
tudo é algo conciso
por trás de tormentos.
Hoje eu estou sozinho
enquanto festejam a moeda
o ouro na aliança,
no colar presentista.
O corpo e a carne assam
no forno seco
e são cobiças de monstros.
Saio isolado, atendo telefonemas,
encho as variadas necessidades,
preencho a minha falta,
nos copos vazios,
arremesso um para cima,
bem forte, contra a gravidade
que o empurra ao abismo,
é onde eu vou
onde estou.
Há frutas e bebidas
empoleirados na mesa
farta como barrigas cheias,
e o mundo não acaba, não muda
o garfo enfia e beija bocas,
largueadas, inóspitas de bem.
para todos dizerem Amém.
A solidão entra na casa,
entalada por corpos
cheia de ar frio
de cada um para com outro
tempero árido nos pratos
e o meu telefone parou de tocar
penso entrar no rio, o formo
com sal.
Palavras são desperdiçadas,
um só dia se faz paz,
todo potencial em atos falsos
onde se vai toda harmonia
e voltamos ao normal.
Em embrulhos e distinções,
não creio em fantasia,
e sim no real, na indiferença
na eterna ambição.
Não ajoelho e machuco,
se me dobro me fere,
rezar só em sonho
nada é verdade,
só a certeza de morte
e de pouca mudança
concreta, hermética.
Posso ofegar letras e sentidos
de prazeres inexistentes.
-Queres um anseio,
e tapinhas nas costas duras,
trabalhadas pelo conformismo?
Desejo-lhes:
Um Feliz Natal!
As luzes se apagam
os corpos se incendeiam;
Os olhos se calam,
nesse incontrolável devaneio.
As bocas se encontram,
linguas malditas
dançam sem parar;
Não há mais ninguém no jardim.
Em meio ao silêncio da vasta escuridão
seus lábios entreabertos me esperam...
O mar é testemunha,
é incontrolável sem razão.
Ele ficava tonto em meio aquelas luzes de neon e aquele barulho misturado a minha voz quase que inaudível pedindo que largasse aquele copo e fugisse dali comigo. Ele ria tanto, e eu só queria abraçar aquela loucura. O que eu mais gostava dos seus momentos longe da sobriedade, era seus olhos fixos nos meus. Porém ele falava pouco, quase nada. Mas me olhava constantemente sem hesitar. Eu disse que não mentiria, mas a unica coisa que via era seus olhos destruindo minhas verdades. O problema era a tal loucura dele que o impedia de ir embora comigo. E também ir embora de mim. Ele queria ficar, ficar mais um pouco. Quem sabe ficaria mais se eu pedisse. Ele só viveria para sempre naquelas luzes impertinentes que o cortava das minhas retinas se eu soubesse viver desse jeito. Eu queria um sentido novo, ele insistiu em ser minha atração desfocada.
Lamento de um Eterno Menino
Em brumas do ontem, onde as luzes se cruzam,
Rezava a família ao inverso destino,
Que arrebatou, com mãos invisíveis e firmes,
Um filho, um anjo, de sorrisos divinos.
No seio do lar, uma estrela fulgente,
Nascido em corpo de homem, coração pueril,
Guardava a pureza dos céus em seus olhos,
E em risos serenos, o mundo sentiu.
Ond'outros viam a ciência e leis rígidas,
Via ele cosmos, e em estrelas dançava;
Na poesia e música encontrou a linguagem
Que ao peito dos homens, mansamente tocava.
Filósofo, advogado, de astros amante,
No seu mundo próprio, uma missão traçava:
Ensinar que no amor, como um rio que flui,
Encontra-se o sentido onde a vida se lava.
Mas como explicar, quando o céu se desfaz,
O quebrar da ordem, o filho que parte?
Chora o universo, na perda de um astro,
Que brilhou tão breve, em tão frágil arte.
"Se ele é incrível", assim ele disse,
"Ele não será fácil, mas vale o lutar";
Pois mesmo na dor da mais cruel despedida,
É o amor que nos resta, é o amor a ficar.
Sagrado menino, em adulto disfarçado,
Tuas lições de ternura, ainda ecoam, vivazes;
No teatro da vida, foste peça rara,
E nas cortinas do fim, deixaste rastros de paz.
Por todos os dias em que a música cessa,
E em que os poemas não podem consolar,
A lembrança de um espírito eterno e criança
Nos fará sorrir, nos ensinará a amar.
Delicadezas são adoráveis... sensibilidades gosto de ter... todo o universo cria coroas de luzes Iluminando esse modo de ser.
Que se danem eles!
Se suas luzes não brilham, não será a minha, por estarem próximos de mim, que irão ofuscar.
Observam o céu e tudo que está nas alturas
Analisam primitivamente os sons as luzes e as criaturas
A conclusão limitada não desatam os nós
Logo surgem os deuses para explicar Deus do sol
Deus da lua
Deus que faz tudo brilhar
Milhares de anos se passaram até Que a ciência viesse explicar
Cortinas se abrem, luzes se acendem, máscaras caem, estruturas são abaladas, verdades são ditas, pessoas saem machucadas, e a vida precisa ser continuada.
os dias loucos,
as luzes da cidade,
o jeito que você brincava comigo como uma criança
quando éramos eternamente selvagens
era o único refúgio em que conseguíamos nos encontrar
essa conexão parecia nos aproximar.
Ao apagar das luzes, feche a porta! Antes, certifique-se de que o interruptor ficou apagado. Só assim, tenha coragem para sair. Seja o ócio, o ópio.
Havia uma menina e essa sentada em sua cama admirava de sua janela o brilho incessante das luzes da cidade. O vento batia em seu rosto como um sopro gélido, no entanto, tranquilizante.
Seus pensamentos estavam vazios e seus olhos se fecharam com intuito de captar apenas os sons que surgiam em sua volta. Seus músculos relaxaram e sua respiração regulou-se. Abriu os olhos e sorriu para a noite pronta para enfrentar o dia seguinte.
Quarto escuro
As paredes perderam suas vozes
As janelas perderam suas luzes
Os dias perderam suas cores
Tornou-se um inverno aqui dentro
Tudo tá tão escuro e frio lá fora
A casa reflete os ecos da quarentena
O quarto tá vazio como uma sentença
Lá fora tá escuro, e vejo o reflexo das estrelas
Lá fora tá deserto, e sinto a distância das certezas
O quarto tornou-se um cubo
Vou fazê-lo um santuário de reza
Pra me conectar no meu refugio
Vou acender a minha vela
Nem mais, nem quais, vou me aquietar
Pra voz de dentro assim soprar
Os anseios, as perguntas, responder
O que nada pode garantir a não ser o poder de crer
A fé me guia com todo seu poder de oração
O quarto escuro tornou-se o lugar de iluminação.
É difícil fascinar uma criança.
Diante de tantas luzes e grandezas, ela se atentou à simplicidade e delicadeza de um caracol.
No seu caminhar esguio mais arrastado, deixava um rastro molhado, que ficou pra sempre grudado, dentro do seu coração.
Wall de Souza
Dispare fogo quando as luzes se apagarem
fins psicológicos também, e apenas fique
773.692 palavras. Quantos ficarão com esse tão falado fogo?
Nós traços a reta da desdenho para os quais são recíprocos o olhar perdido.
Transcendendo as luzes que o túnel revela,
Tão pouco se refere ao mero sentido de sentir algo no propósito de ser e ter a reta como constante vertente sangria,
No lapso temporal se tem um olhar esquecido pelo tempo...
Entre esses o desejo se espalha num arco de esperança que reluz no final do túnel
Porque dor é fácil de sentir,
Ainda mais quando se percebe o movimento
De luzes, som, calor.
O que será que se expressa na real intenção?