Luz de Vela
O bonito de ser luz é que diferente de uma vela nós não precisamos queimar até apagar a nossa chama para iluminar outras pessoas.
A vela representa a finitude da nossa experiência terrena. Somos luz finita que se ascende outra vez.
O casamento é isto mesmo. Aceitar apagar a tua vela, para usar a tocha do companheiro, que decidirá a quantidade de luz que te deve ser fornecida, as horas, os momentos.
"Molho as pontas dos dedos e apago a vela.
Ouço um chiado bonito e findo.
Por que há tanto silêncio no escuro?
As ilusões estão impregnadas de sebo.
Simulacros de uma luz indiferente às dores dos cegos.
Pobre vela que necessita da escuridão para ser aquela que vela.
Escrevi este poema permeado de triste beleza para dizer que não são as palavras melancólicas na sintaxe que fazem um verso triste.
É a tristeza dessas velas que só se enxergam quando tudo em volta fenece.
Ora, é o belo que há nas tristezas que deixa a dor suportável e dá luz própria à cada vela que se apaga".
(Em sua página oficial no Facebook)
Pensem sobre a vela. Pensem apenas em como ela é vulnerável, submetendo-se ao jugo da chama a consumir-lhe cada segundo de glória. Agora pensem nas pessoas que assim vivem. Pensem naqueles que simplesmente se deixam consumir perante o brilho e calor do que quer que seja, e se esvaem sem significar nada, fadados a serem encerrados apenas num punhado de cera derretida. Me permitem dizer algo? Eu sou assim. Eu me sinto assim. Sou apenas o sustentáculo de um propósito maior, não necessariamente meu. E isso me deprime, isso me machuca. Mas querem saber de algo mais? Se vou passar por essa vida como alguém que simplesmente se foi sem fazer a diferença, aí já é uma decisão minha, mas não quero tomá-la. Tudo isso me deprime, mas não me derruba indefinidamente. Quero passar meus dias como uma vela sim, mas como a vela que trouxe luz para todos ao meu redor, e que deixou um rastro luminoso de coisas boas nas retinas cansadas do tempo.
Tempestade
Formam-se nuvens escuras no céu.
Coelhos entram em suas tocas,
formigas vão para os formigueiros
e pássaros se aconchegam em seus ninhos.
Mas os cachorros,
inquietos e espertos,
já sabiam.
Primeiro trovão.
O bebê chora,
a menina se enrola no cobertor e
o menino se protege dos monstros.
Os pais?
Correm para tirar a roupa do varal.
A chuva começa.
Carrinhos de comida saem da praça,
pessoas perdem seus guarda-chuvas,
tombos na calçada um atrás do outro.
"Não ia chover só amanhã?"
"Acho que a precisão do tempo errou."
(novamente).
Acaba a luz.
Alunos comemoram,
programadores reclamam
e alguns ficam indiferentes?
"Onde estão as velas?"
As nuvens ficam brancas,
os trovões se acalmam,
para de chover,
a luz volta
e um arco-íris surge no céu.
A tempestade já passou.
(Que bom, porque a vela acabou).
A musicalidade expressada com uma veemente emoção, dá uma voz atraente à alma, gera uma exultação transformadora, por meio da qual, a inspiração se propaga e afaga o coração com o calor emocional presente em cifras, notas e palavras.
Imponência amável, mágica que faz com que uma simples ocasião noturna seja transformada numa noite grandiosa, aconchegante, oportuna à luz de vela, cujo fogo aparenta ser eterno com um esplendor de romantismo que desacelera o tempo.
O equilíbrio que se alcança em um momento como este, quando a sonoridade é simplesmente marcante por atingir um certo nível de conectividade, acarretando uma sensação familiar muito agradável, um impacto bastante peculiar e tão estimável.
Iluminar a percepção de alguém é como acender uma vela: uma inspiração que guia, sem imposição de caminhos, apenas luz que não ofusca.
Como meteoros.
Somos o óleo doce
na água salgada.
A luz da vela
acesa na madrugada.
Que por mais que ao
longe seja vista
na verdade
não clareia nada.
É o que somos
que faz de nós
Lembranças.
Ou somos mais
como outros nos vêem
nos sentem e guardam.
O que fala mais de nós.
mais até que entendemos.
O que importa.
Quando se é um meteoro.
Ser cem kilos de ferro fundido
Fazer muito barulho na queda
Morar em cinco metros de buraco
causar cem metros de cratera.
Porque depois que eu cair
Não serei mais nada
Só aquilo que guardar.
No passar do vento
Serei só um pensamento
Aonde você colocar
Seja como for a resposta
a verdade é o tempo.
Na escuridão da noite, a LUA reluz seu explendor pela luz do sol... Se meus olhos brilham ao ve-la é porque recebe voce em meu olhar...!
Se um dia sua luz fraquejar, acenda uma vela e brinque com as sombras... Este é o caminho para a verdadeira felicidade!
Tenho tanto medo do percurso, que a luz que trago é uma simples vela que mal ilumina um palmo a minha frente. Por isso compartilho com todos e deixo claro que sou um mero aprendiz de posse de uma frágil luz em mãos que pode a qualquer momento com um sopro ser apagada. Esse medo que me acompanha é o bom senso dos passos humilde em direção ao conhecimento.
Prefiro a luz da vela a luz da luminária.
Vejo teu salto no canto do quarto.
Pés pequeninos sustentam a leveza do teu ser.
Tua fotografia imóvel, mas de olhar sereno
Passa-me a tranquilidade de um anjo enamorado.
Transporto-me para além da obra,
Onde cada pincelada lembra-me a suavidade de tuas carícias.
Teu semblante ao dormir tem a pureza dos inocentes,
Um brilho que me atrai como a um inseto ávido por luz.
A vela
Se apagou
A luz
Deixou de iluminar
Dores passaram a rasgar
As entranhas
Deste meu ser
Choro de saudade
Outros problemas a parte
Na cama me sinto melhor
Dormir faz aliviar
Todas essas sensações
O que eu faço
Não alimenta minh'alma
O que eu ganho
Não apazigua as dores
Nem mesmo o que amo
Tem dado sustento
Ao meu ser
O que faço… como faço com tudo
Todas essas sensações
Esses sentimentos
Parecem corroer
Dilacerar meu coração
Dizem que devo ser forte
Mas como
Se abalaram meus alicerces
Destruíram-me
A minha mansidão
A dor não passa
Parece que se instalou
Nas entranhas
Nos pensamentos
E também nas reações
(01/05/2019)
MÃE DE TODAS AS HORAS
Mãe é luz que vela o filho adormecido,
Ultrapassando as veredas da vida noturna,
Para acalentar e cuidar do filho dolorido.
E com as mãos piedosas de amor nos contorna.
Mãe, do teu ventre veio a humanidade,
Renovando a geração dos teus filhos.
Na força maternal revela a posteridade,
E se desprende para seguir novos caminhos.
Mãe provém da natureza divina,
Em ti está o fulgor do amor que nos ilumina,
Por isso Deus a fez para guiar nossa alma.
Mãe age como anjo nas horas que faltou a calma.
No seio da terra é chama do amor profundo
Mãe há! São numerosas no mundo:
Mãe Aparecida, Mãe Maria, Mãe Izabel e Mãe Raquel,
Pois são todas mães, assumindo o sublime papel.
Mãe! É mãe de todas as horas, que vai e vem.
Ela, sempre confia na força que vem do além.
Mas, mesmo passando pelas vias dolorosas,
Orienta-nos com fé nos dias de noites chuvosas.
Mãe, que a tua bênção maternal
Interceda-nos nesta vida existencial.
Peço-te ó Mãe querida a vossa proteção
Neste vale de sombra que tenta apagar o teu clarão.
Aprenda a acender uma vela nos momentos mais sombrios da vida de alguém. Seja a luz que ajuda os outros a verem; é o que dá à vida o seu significado mais profundo.
Era uma vez...
Havia na montanha do Verdouro
Uma caverna, iluminada à luz de vela
Morada de um mago centenário
Magro, estranhas vestes, solitário
Tinha apego por flora, gosto por fogueiras
Pelas fases lunares a se revezarem curiosas
Pelo brilho prateado das estrelas a reluzirem
Pelos traçados admiráveis das nebulosas
Um ancião dado a pescarias e fusões
Houve um dia que roubou do horizonte a linha
Uma ponta, amarrou em seu cajado
A outra, na calda de um cometa apressado
E deitado numa encosta, observando o céu
Planejou fisgar um “tantin” de breu
E nele, aprisionar os ais dos lamentos
As ações dos maus e os piores momentos
Era decisão decidida e sem volta
Era seu querer, eternizar o viver
De cada alegria que suprimisse o sofrer
Para que a vida vivesse feliz por vida ser
Sofria ele as dores que trazem o saber
Pois ouvia da natureza cada querer
Distante da evolução da modernidade
Resoluto, reinventava a paz a cada idade