Luto Morte
Quando a dor se alastrou pelas minhas vísceras, teu abraço foi o principal responsável por saná-la. Seu ombro me valia mais que qualquer ouro ou diamante, havia ele acolhido a minha alma.
Vejo, agora, minha carne sangrar, e a vida de mim se sucumbir, eis que ao pé do meu ouvido, escuto o padre a proclamar, "Prometo estar contigo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-te, respeitando-te e sendo-te fiel em todos os dias de minha vida, até que a morte nos separe.".
Uma nova força, uma antiga nova força, renasce ou desperta, a cada sentimento de ódio certeiro eficaz, explode em toda a sua fúria silenciosa, mas não importa o que digam os crendeiros, essa nova força é imortal e invencível: refiro-me enfaticamente à força plenipotenciária do Espírito que é maior até que a do próprio demiurgo, mas não maior do que a do Deus desconhecido e verdadeiro que tenta nos salvar deste mundo insípido criado pelos agentes do conformismo e do nada.
Um dia estarás morto,mesmo estando vivo, e teu coração sonhador e solitário então sangrará, mas com a tinta rubra do sangue da desventura, pintarás poemas da esperança de um amor eterno.
CORRE,CORRE
a vida nos prega peças
quando menos esperamos nos prega essas
nascemos sonhando não esperamos que
o tempo coloque tudo as avessas
muda os rumos que almejamos
trabalhamos,estudamos,planejamos
trabalhando desanimamos pois tudo que pensamos
corre não corre como planejamos
sonhar é bom até os animais sonham
gatos e cachorros com certeza
olhos reviram, latem, suspiram
patas em convulsão se arrastam pelo chão
vivemos em um looping
somos vitimas do vai e vem
não somos donos de nossos gostos
nem de nossos atos também
Vivemos a morte à cada dia
hoje não vemos quem a gente via
o tempo nos leva e a tudo
ficamos com ele,cegos,surdos,
caducos,parados,esquecidos
arrependidos,findos
Levantou pela noite silenciosa e turva a desolada diva e andou desesperada num vai e vem pela casa vazia... Bebeu vinho, tomou Valium... vagarosamente devorou uma estranha erva que havia em um vaso de vidro. Reviveu na memória a dolorosa verdade de uma vida cheia de solidão e vazio. Divagou por devaneios vagos onde viu vaidades, vícios, virtudes e vituperios... Escreveu pelas paredes velhas versos vorazes e venenosos...Viu vultos,ouviu vozes... Entre luzes vibrantes de velas Dançou uma valsa na varanda... Enquanto ouvia violentos toques musicais que viajavam aos seus ouvidos divinos vindo de um invisível violino!... - Ali já não mais invejava os que envelheciam!... E num ávido impulso resolveu voar junto ao vento como se fora uma ave ventureira que rumava ao verdejante vale que leva ao eterno nirvana! Voa veloz desolada diva! Voa!...
EXCELENTÍSSIMA ENFERMIDADE
Eu nem te vejo
Eu nem te sinto
Eu nem te toco
Ah, mas você...
Você é esperto rapaz...
Sutilmente se instalou
Dominou
Alastrou
E na beneficência do temor humano
Trancou
Fechou
Separou
Isolou
E como se já não bastasse
Até fez-se expirar a vida de inocentes
E, aos montes
Leva consigo em meses
O que vida toda não foi capaz
Eu nem te vejo
Eu nem te sinto
Eu nem te toco
Ah, mas eu te conheço bem
Não se cansa, né?
Nunca é suficiente, né?
O caos é teu melhor amigo
Agora ele se familiariza
E traz novos companheiros a todos
E como uma boa visita
Trouxe comida
E alimentou os monstros
Antes adormecidos,
Se corromperam em carrapatos da sanidade
O imaculado e vívido sangue
Neste momento, é parte deles
Me contenho com resto
Mas pelo menos me diga
Está feliz?
Está satisfeito?
Conseguiu o que queria?
Serei teu pior inimigo
E assim como sua adoração pelo poder
Sou perdidamente apaixonada pela justiça
Cortejo fúnebre
(À esperança morta!)
Minha esperança de viver
Com o anjo da minha vida
Se foi, em mim a ferida
Ficará.... Até eu morrer
Ela está oculta, sem ver
Meu coração, não há ida
Só volto sem adeus, partida
Partes do meu ser a sofrer
No leito do caixão, esperança
Dorme.... Será? Um dia renascerá?
Trago-lhe rosas brancas, verá...
É como a cor de sua pele, branca
Tua pureza, inocência de criança
A minha paz é junto a ti, primavera
Quero o perdão do seu amor, se tivera
O meu amor estará em minha lembrança
Trago-lhe rosas azuis, cor do mar
Não quero perder tua amizade
Em ti coloco minha fidelidade
Lembro-me do brilho do teu olhar
Puros olhos azuis, feitos para amar
A minha confiança em tua integridade
E a harmonia que no meu peito invade
É o céu, o paraíso, vivo a suplicar
Trago-lhe rosas cor-de-rosa
Contemplando a tua beleza
Eu sinto tua delicadeza
Em tua presença amorosa
Teu corpo esbelto, és formosa
E tua juventude é realeza
Da mais bela nobreza
Em tuas bochechas rosadas, airosa
Trago-lhe rosas vermelhas
Cor de teus belos lábios
Teus pensamentos são sábios
Teus lábios de mel, sou abelhas
Que ficam a pousar-te centelhas
De paixão por teus anseios
Da fertilidade de teus seios
A fidelidade do meu amor, abelhas...
Trago-lhe rosas negras
Por esta separação, tristeza
Meu coração noturno, nobreza
Se mantêm firme nas regras
Queria estar ao teu lado, deveras
Juntos até a morte, certeza
Que a sorte seja a natureza
Pétalas coloridas e não alvinegras
Trago-lhe rosas verdes, esperança
Voltes a ser atuante em minha vida
O dinheiro não compra o amor, é devida
A sorte do equilíbrio de nossa dança
Na valsa da prosperidade, temperança
O descanso da juventude vivida
É crescimento do filho da grávida
Do parto a sorte, teu amor ter herança
Quem será teu filho futuro?
Agora és noiva de outro sortudo
Tua felicidade para mim é tudo
Respeito-te a decisão, é duro...
Aceitar.... Mas aceito e vivo no escuro
Adeus.... Infelizmente, contudo...
Tua felicidade a mim é tudo, sobretudo
A tua luz em meio a este cortejo fúnebre obscuro!
A única opção daquele que possui o coração dilacerado, — é vencer! Seguir adiante e curar sua própria ferida.
Sou livre porque o Cordeiro me amou
Em Tuas mãos está a chave que do cativeiro me livrou
Naquela cruz o barro e o sangue
Se fizeram um só em meu Jesus
Tua graça me livrou da morte
A contemplação e a crítica deveriam se elevar ao status de arte por serem habilidades escassas e incomuns nestes dias.
De nada adianta olhar e não ver. De que vale estar em frente a algo e nada sentir?
A insignificância ao que nos rodeia é a desistência da vida e a insensibilidade às pequenas coisas é a morte que chegou e ainda não foi assimilada.
O Amor;síntese
Amor, se sente.
Amor se vive.
Amor torna tudo diferente.
O amor surge, e assume.
Amor, traz alegrias, dores
e ciúmes.
Para o amor vivermos.
Com ele transformações faremos,
momentos difíceis serão vencidos,
vidas serão salvas.
O amor presente se faz, em tudo.
Quem ama, tem o espirito puro,
não julga, faz.
Quem ama é um ser de sorte,
vive a vida, nada teme, vence a morte.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras. RJ
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Acadêmico da Acilbras - Roldão Aires
Cadeira 681 -
Patrono- Armando Caaraüra- Presidente
Eu também tinha medo, até perceber que não valia a pena. Podemos morrer de um milhão de maneiras diferentes todos os dias, então, por que se importar?