Luto Morte
Os humanos foram tao controlados pelo medo da morte, que parece que esse medo se tornou uma entidade viva...
Algo que os controla livremente
os controla de tal forma, que eles mesmos tiram as próprias formas de salvação...
A morte pode chegar num instante (Salmos 144.4). O Inferno será num instante para quem não está em Cristo; e o céu será num instante para quem está em Cristo.
Pois é na arte
Nas curvas das palavras
Fome obsessão requintada
Que a minha morte se veste de veludo
Quem passar pela segunda morte, a morte espiritual de seus pecados, chegará também à segunda ressurreição em espírito, quando Cristo voltar.
amorte
amo-te
e te amando
não temo a morte
porque até a morte
sabe a sorte
que é um dia
poder te dar um cheiro
no cangote.
sinto uma falta não sentida
por uma morte já vivida
e que a cada despedida
meu eu desaparecia
é o que eu lembro
é o que sinto
um vazio ao recordar
daquele lindo mar
eu amava olhar para ele, sempre
até me afogar.
Algumas das pessoas que hoje estão no corredor da morte poderiam não estar lá se os tribunais não tivessem sido lenientes com elas enquanto eram rés primárias.
A CARA DA MORTE
Eu vi a cara da morte
Numa certa encruzilhada,
Cangaceira bem armada,
Com faca e foice de corte.
Pude contar com a sorte
Assim que me golpeou,
A bruxa quase acertou
O meu bucho avantajado.
Eu me vi sendo estripado
Quando a dita me ajudou!
Foi encima de um lajedo
Que o pantim aconteceu...
Um calango amigo meu
Tremeu na base do medo,
Mas confiou-me um segredo
Que não conto pra ninguém.
Quando me tornei refém
Da sovina, usei a dica
Do calango, o que explica
Porque me safei tão bem!
Dei-lhe um soco no cachaço,
Que a canguinha escorregou
Do lajedo e mergulhou
Na lama de um riacho,
Não fui conferir, mas acho
Que sumiu dentro do chão
E não volta no Sertão
Enquanto lembrar de mim.
O calango diz que sim
Balançando o cabeção!
O lagarto é um coringa
Colorido da Savana
Nordestina, que esgana
Contorcendo-se com ginga,
Na quentura da Caatinga
É um sábio professor
Pré-histórico, driblador
De instinto muito forte,
Que sabe enganar a morte
Camuflado, sem odor!
Peguei-me calangueando
Quando ainda era menino,
Na pedreira do destino
Fui um brincante, laçando
Lagartixas e levando
Pra brincar no meu quintal,
E depois, sem fazer mal,
Eu as deixava ir embora.
Esse bom tempo de outrora
Para mim não foi banal!
Que cá não monte trincheiras,
A morte. E não me visite
Tão cedo, e nem apite
Nunca mais pelas ribeiras
De Sapé a Cabaceiras,
Do Anel do Brejo ao Sertão,
Fique lá pelo Japão...
Deixe, eu dormir no terreiro
Na sombra do juazeiro
Em minha esteira, no Chão!
É o desconhecido que receamos quando olhamos para a morte e a escuridão, nada mais.
ALÉM DOS PERCALÇOS
A morte como subproduto do tempo não pode absorver a nossa existência e nos fazer definhar, apesar da exuberância da vida.
Vivamos o melhor que o criador nos tem presenteado!
Trouxe flores para enfeitar o nosso fim.
Porque a morte de um amor bonito nem sempre precisa
parecer tão ruim.
Limbo, o lugar que não é nada e tudo ao mesmo, o local entre a vida e a morte, o amor e o ódio. Limbo o pior lugar de se estar, o tudo e o nada.