Luto Morte
VOCÊ JA SE PERGUNTOU PORQUE CRIAMOS DEUSES E FANTASIAS, MITOS? PORQUE TEMEMOS A MORTE?
Nos primórdios da existencia humana, eramos obrigados a enfrentar a crueldade, a morte e a fria realidade da natureza de frente, não havia supermercados, geladeiras, enlatados, conforto, eramos obrigados a lutar com animais mais fortes e ágeis, nossos companheiros de batalha eram mortos sem piedade na frente dos nossos olhos, a morte, medo e sofrimento era companheira diária, mas em troca, eramos mais fortes, não havia espaço para ilusões, fantasias, amigos imaginários, sabiamos que a natureza era cruel, não havia como inventar um deus pai protetor, conheciamos a realidade da maneira mais cruel, mas com o passar dos tempos, com a evolução mental aliada a capacidade de raciocinar, começamos a domesticar animais, cultivar lavouras e plantações, criamos o comércio, ferramentas, tudo ficou mais fácil, nos distanciamos da realidade, e como consequência nos tornamos "fracos" escravos de nossa própria inteligência, começamos a criar mitos, deuses, fantasias pra preencher o vazio de estar longe da realidade da natureza, hoje tememos a morte pois não convivemos com ela, somos considerados evoluídos, mas somente em alguns quesitos, em outros somos mais ignoranteS que os animais selvagens, somos a única espécie que oramos pra amigos imaginários, adoramos estátuas, consideramos as pessoas em pecador e não pecador, julgamos o próximo pela sua crença, pelos seus atos, somos a única espécie preconceituosa e materialista, e sem querer exagerar, chegamos a um ponto onde até uma vaca pode nos considerar "ridiculos
Fui morte e vida, ódio e amor, alegria e tristeza, sorriso e choro. Tudo ao mesmo tempo. Estou sobrecarregada de tudo.
Sentimentos como solidão doem. Mas com o tempo, percebi que ser rejeitado, sofrer,carregar a morte na alma, é o que me transforma em guerreiro, e me protege.
"Perto disso [morte] nada mais faz sentido. Cada mesquinharia, cada estupidez parece tão pouco... Vc já deu um abraço em quem vc ama hj?"
Quando a gente coloca a morte em perspectiva todo o resto fica tão pequeno... cada idiotice, cada medo bobo, cada covardia.
A morte é como brincadeira de roda. A lembrança da infância com as cantigas finas, as mãos entrelaçadas, o giro alucinado, beira a insanidade. As vozes das crianças na mente trazem o início do final próximo. O frio das ruas, a luz baixa, o cheiro de flor, a paz eterna.
Eu me pergunto será que a vida continua após a morte será que temos algum propósito maior depois da morte.
Até uma simples vacina contra a gripe nos protege mais da morte do que a condição de imortal da Academia.
De vez em quando
É um efeito colateral
A morte salivando como se eu fosse seu prato principal
As sombras chamam meu nome
Meu outro lado está com fome.
Mentiu quem disse que ele havia morrido
Meu lado poético só estava adormecido
Às vezes deixo ele passear
Um minuto longe do cárcere para respirar.
Logo ele dormirá
Mas antes, no papel, ele rabiscará
Irá descrever todas as confusões dentro do meu ser
Vai ser assim até o dia que cada célula do meu corpo apodrecer.