Luto Morte
"Perto disso [morte] nada mais faz sentido. Cada mesquinharia, cada estupidez parece tão pouco... Vc já deu um abraço em quem vc ama hj?"
Quando a gente coloca a morte em perspectiva todo o resto fica tão pequeno... cada idiotice, cada medo bobo, cada covardia.
Até uma simples vacina contra a gripe nos protege mais da morte do que a condição de imortal da Academia.
A morte é o encontro de todas as pessoas, com seus costumes, valores e tradições, onde suas diferenças
se anulam diante da mesma situação.
[...] Pois somos Reles soldados moribundos da vida, buscando vencer a guerra... Vencer a morte. Desistindo sempre ao som dos morteiros, que estilhaçados deixam os preciosos sonhos à enfrentar o fracasso; Para morrermos nos braços, da pátria amada mãe gentil.
Deus não precisa nem dos seus louvores e nem das suas orações. Ele tem o poder da vida e da morte...e basta.
"Não devemos temer a morte sabendo-se que estivemos mortos durante séculos antes de nascermos e não lembramos de ter sofrido com isso"
Creio que perdemos a imortalidade porque a resistência à morte não evoluiu; seus aperfeiçoamentos insistem na primeira ideia, rudimentar: manter vivo o corpo inteiro. Só se deveria buscar a conservação daquilo que interessa à consciência.
“– Você acha que o destino vai ser cruel?
– Não existe destino. Existe apenas a vida, a morte e o céu noturno. O destino não será cruel, ele não existe.
– Então, talvez… o futuro?
– O futuro? O futuro não faz nada. Ele apenas espera o momento de se tornar o presente. A diferença é que o futuro escolhe as pessoas. Ele escolhe pra quem ele quer existir.
– E a vida?
– A vida é uma caminhada na estrada deserta. Você simplesmente segue, sem rumo. Mas assim como a estrada a vida também acaba.
– Não seria injusto se morressemos sem aproveitar essa "estrada"?
– Não. Não seria injusto. Injustas são as pessoas. As pessoas desperdiçam tempo, a culpa não é da vida se ela não foi vivida como deveria.
– E a morte… Não parece assustadora?
– Não. Não acho que seja. Apenas imagine que no final da estrada, tenha um abismo. Sem perceber, sem se dar conta, você cai. Mas isso não é ruim. Durante a queda, você tem a chance de lembrar de tudo que viveu enquanto estava caminhando. A morte não é assustadora, ela é especial, para você refletir.
– E onde se encaixa o céu noturno?
– Se encaixa na morte. Depois de refletir, você chega no final do abismo. A morte… a morte é a queda. No fim… é tudo escuro. Seu corpo já não existe, e só se faz presente sua alma. Sua alma mergulha na escuridão. Mas não de uma forma ruim.
– Como, então?
– Ela brilha. A escuridão é o céu noturno. E no momento em que sua alma mergulha, ela deixa de ser apenas uma alma com lembranças boas ou ruins. Ela vira uma estrela. Ela ilumina o véu negro. E além de ser uma estrela, visível aos vivos… Ela passa a ser uma lembrança para os mesmos.
– Uma lembrança?
– Sim. Existirão noites em que as pessoas olharão para o céu. Sem perceber, elas começarão a lembrar-se da pessoa que foi para lá. Isso significa que ela viu sua alma perdida no vasto escuro do céu. E mesmo sem saber, qual das estrelas, ou qual das almas lhe causou aquela sensação, eles saberão que ela vai estar lá. Brilhando por alguém que ela deixou pra trás.”
A morte foi derrotada na morte de Cristo. 1° Coríntios 15.54-55: Tragada foi à morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Mateus 28.6: Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito.
Cantos de morte
Meus encantos são cantos,
são prantos, são tantos,
são contos e espantos,
todos sem acalantos.
Meus encantos são cantos,
são contos de morte,
são dores mais fortes
e dias sem sorte.
Meus encantos são prantos,
são pratos nos cantos,
são restos de cantos,
dor sem acalanto.
E de tanto, de tanto
sofrer com meus cantos
num dia de pranto
sozinha num canto
eu hei de morrer.