Luto Morte
A morte é o golpe de misericórdia em uma matéria que um dia despertou tanto aflita quanto que por milagre.
Morte que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Desaba a madrugada nos ombros da minha existência. E nesta hora de tanto pavor e solidão, só a morte me consola em saber que sou imortal porque vivo. Ah que desgraça de ilusão é viver e morrer na realidade inconsciente de quem teme a dor e desfalecimento em agonia. Será morrer uma outra ilusão?... Sei não. Qual sábio explicar-me-ia com tamanha ironia não saber?... A filosofia poderia... A psicanálise, não. Não!... Nada explica tamanha covardia de viver. E você, que pensa de sua morte, e vida, e tudo, e nada?... Sei. Viver é um estado de euforia que vai de uma infinitude de graça, a um zero de tristeza e agonia. Mas viver vale a pena porque iludir-se é a maior realidade de quem vive. Aliás, viver é a maior das confusas realidades. Amar e ver o sol se nos basta. (evangelista da silva)
Sempre que estou triste flerto com a morte. De que nos adianta termos tudo o que necessitamos materialmente , se não temos alguém que nos ame e nos compreenda? Me sinto morta por dentro.
O maior tristeza da vida deve ser a seguinte: descobrir que se está condenado à morte, por uma doença inesperada, e saber que ainda falta muita coisa boa para curtir... muitos sonhos para realizar.
A morte passa pela gente e ela sempre deixa um rastro sombrio em nossos corações. Mas só cabe a você escolher carregar esse fardo.
A Morte Não É Nada Para Nós Habitua-te a pensar que a morte não é nada para nós, pois que o bem e o mal só existem na sensação. Donde se segue que um conhecimento exacto do facto de a morte não ser nada para nós permite-nos usufruir esta vida mortal, evitando que lhe atribuamos uma idéia de duração eterna e poupando-nos o pesar da imortalidade. Pois nada há de temível na vida para quem compreendeu nada haver de temível no facto de não viver. É pois, tolo quem afirma temer a morte, não porque sua vinda seja temível, mas porque é temível esperá-la.
Tolice afligir-se com a espera da morte, pois trata-se de algo que, uma vez vindo, não causa mal. Assim, o mais espantoso de todos os males, a morte, não é nada para nós, pois enquanto vivemos, ela não existe, e quando chega, não existimos mais.
Não há morte, então, nem para os vivos nem para os mortos, porquanto para uns não existe, e os outros não existem mais. Mas o vulgo, ou a teme como o pior dos males, ou a deseja como termo para os males da vida. O sábio não teme a morte, a vida não lhe é nenhum fardo, nem ele crê que seja um mal não mais existir. Assim como não é a abundância dos manjares, mas a sua qualidade, que nos delicia, assim também não é a longa duração da vida, mas seu encanto, que nos apraz. Quanto aos que aconselham os jovens a viverem bem, e os velhos a bem morrerem, são uns ingénuos, não apenas porque a vida tem encanto mesmo para os velhos, como porque o cuidado de viver bem e o de bem morrer constituem um único e mesmo cuidado.
Há pessoas que vivem profundamente sem ter medo da morte.
Para que negá-lo? Também já vi gente que fugia da morte, impressionada de antemão pelo confronto. Mas é bom que vos desenganeis: aquele que morre, nunca eu o vi amedrontar-se. Se assim é, para que os hei de lastimar? Para que chorar o seu acabamento? A perfeição dos mortos! Não conheço eu outra coisa.
DESENCONTROS
Quando voce ficar bem velhinha, esperando a morte chegar; desejo que lembres quando a felicidade batia na sua porta e voce sempre teimava e negava acreditar.
Não quero que nessa hora voce fique triste, porque nesse momento, tudo estará mais próximo, um tempo bem menor de passar... de esperar; ao invés o término ter, novamente o começar.
Uma nova chance de se encontrar.
A MORTE
A morte chegou, expulsando a vida.
O corpo logo esfriou e se enrijeceu,
Pela falta da circulação sanguínea,
E o véu da turvação o cobriu ao ser...