Luto Morte
Mais um ciclo de vida se encerra, uma vida de altos e baixos, uma vida tão comum ao acaso, uma vida que deu vidas, uma vida que sarou corações, que conquistou multidões, que buscou felicidade como tantas outras vidas, o coração que pulsava nesse peito era de fato só mais uma vida, mas para quem ousou conhecê-lo, era tudo que importava.
Cada vez que um coração muzambinhense para, outros vinte mil disparam gritando saudade. É que em cidade pequena as distâncias são curtas e o amor singelamente mais perto.
Perder uma Mãe é levar uma tremenda paulada e lembrar dessa dor a vida inteira. As vezes nosso egoísmo não aceita essa partida. A tarefa foi cumprida e é chegada hora de voltar para o lar lá de cima.
Resto da paixão
O que paira é lembrança... admiração, vontade, esperança... nunca haverá consumação... pois é pura imaginação... a mente prega peça... auto-engano cheio de promessa... o luto é demorado... antes de dormir e acordado... a imagem vem sem permissão...como um pedido de salvação...
Pq não desaparece falsa ilusão?... maltrata alma... sem dó e perdão... esse é o resto da paixão
Turvo Sentido
Quando nos azuis astrais das águas geladas,
O coração não for mais o cavalgar do corcel,
Serei eu nas lágrimas das amenas cavalgadas,
Navarca na luta com a fantasia, ou na rua, menestrel.
Enquanto uns entretêm,
Outros lhes dão sentido.
Muitos riem!
Enquanto os mesmos lhes dão ouvido,
Monocórdico gemido na noite esguia,
Eu no escuro sonho com uma luz que brilha.
Luto ao som da trovoada em noite fria.
Se eu ao menos tivesse sido pardal de gente,
Erigido na mente, renascido diamante do bruto,
Não tragaria de mim constante que se lamente.
Não faria da noite dia, nem da esquiva morte, luto!
Filho do cravo mudo
E da espingarda silente.
De que muitos riem!
Enquanto outros lhe dão com tudo.
Decibel de incertezas turvas no brilho do escuro.
Capitel donde assisto à peça humana no teatro mudo.
E é tudo um drama, onde nada gruda em dia de entrudo!
Enquanto a geada não cresta o fundamentalismo besta,
O arrebatar de um sino toca o feudal preço do cinismo.
Sonho com o fluido escuro que entra por uma fresta,
Sou eu a humanidade que não presta... a sonhar que cismo!
Enquanto o amor for tudo
E tudo o que amei só:
Ridículos riem;
Poucos terão dó!...
E a poucos eu direi,
O quanto eu amei só!
Uma das coisas mais difíceis de aceitar quando alguém que você ama morre é que a vida continua. É como um rio que nunca para.
Há algo sobre perder a sua mãe que é permanente e inexprimível - uma ferida que nunca cicatriza completamente.
O colorido da vida se foi. Novos dias são suportados e não mais vividos. Sonhos e desejos perderam a razão de ser.
A batalha foi árdua, o inimigo traiçoeiro, a ciência míope. Lutamos erguidos e encorajamos pela fé e na certeza que o melhor sempre acontece. Mesmo na dor aprendemos qual intenso e verdadeiro sempre foi nosso amor.
A vida agora é só uma contagem regressiva. Tenho pressa de melhorar para fazer juz de estar novamente ao seu lado na vida verdadeira.
Gatinha, como sempre te chamei. Uma Leoa como mãe. uma Cheetara como guerreira.
Minha Cheetara, minha gata guerreira.
Eu era completo e não sabia. Agora jamais poderei voltar a ser.
O tempo sempre é um grande aliado. Já se vão alguns anos que perdi meu pai, e a vida trata de nos conduzir da melhor forma, trazendo novos significados para a dor. Um deles é a gratidão. Como palestrante e padre, acompanhar o sofrimento de tantas famílias que vivem a dor e a tristeza do luto só é possível graças a essa experiência vivida.
Entendo o "que seja eterno enquanto dure".
Entendo que pessoas vem e vão.
Mas dói quando simplesmente somem, te deixando à deriva.
O seu corpo é o sonho onde o meu dorme. Em você eu existo, Longe de você não existe paz, sonho ou alegria. Na privação do meu olhar mora a escuridão infinita, o sufoco e o desespero de uma alma perdida!.
Longe de você não existe nada, apenas o vazio, o mesmo que comandava a minha vida antes de você vir preenche-ló com sua existência sublime.
Com todas as cores você veio pintar meu sorriso, colorir meus pensamentos, alegrar meus dias. Você que tem poesia no corpo, melodia na voz e no olhar universos de encantos onde eu amo estar.
Desde de quando meu pai se foi
Eu não consigo esquecer do seu olhar de filho..
E a dor de estar na posição de pai do seu pai doente, é de cortar um coração 💔
"o tempo vai curar todas as feridas"
Talvez um dia, essa dor possa diminuir por algum tempo, mas sempre voltará com um forte aperto no peito e um vazio assustador, um vazio que estava sendo preenchido por uma pessoa amada, Que por uma desagradável ironia do destino não está mais entre nós. A pessoa que você sente que seria sua alma gêmea, se isso existir, é ela.
Mas mesmo com tudo isso, uma coisa é certa, ela sempre estará em meus pensamentos e meu coração sempre estará em suas mãos, assim como o meu amor.
É tipo navegar em alto mar hora o mar ta calmo, de uma hora para outra vem uma tempestade agita as águas e te puxa para o fundo do mar, assim vou seguindo né , o luto é isso .
Edelzia Oliveira
A peneira da seletividade não começa na infância, afinal lá temos a inocente mania de achar que família são todos que tem o mesmo sangue que a gente.
A vida adulta chega e com ela também chega o que a Bíblia chama de dia mal. E não queiram saber como esse dia dói, penso que a Ciência jamais explicará o que sente aquele que o vivenciou. Um vazio que nem a vasta imensidão das coisas criadas conseguiria preencher, uma dor que nem o mais eficaz dos remédios poderia resolver.
Nesse momento a consanguinidade se torna tão ínfima que uma mágica acontece, os lindos laços vermelhos da infância, representados pelo sangue, se transformam em laços brancos, representados pelo Espírito. Afinal aonde o sangue não se faz presente, o espírito não se faz ausente.
Não existe uma palavra para definir uma mãe que perdeu o filho, é o que mais me assusta. Porque é um conceito doloroso demais para tentar encapsular em uma palavra só.