Luto Morte
Não se pode morrer com os mortos; o luto é uma coisa, a fome é outra, não deixe a dor lhe consumir, devemos continuar vivendo.
Luto, a lição a ser aprendida na caminhada.
Você não é ilimitado, cuide de si mesmo e dos que estão em sua volta.
A morte de um ente querido nos convida a fazer uma reflexão profunda; e este processo pode ser entendido como uma lição a ser aprendida na caminhada dos dias que se seguem.
Na morte podemos observar a nossa limitação, já que diante dela, observamos o que acontecerá com cada um ao seu tempo debaixo do sol.
A depender do que nos foi passado pelos nossos genitores, cada um terá uma forma de atuar na vida, e a intenção, é a bifurcação entre uma vida materialista ou não; de ser aquele que só pensa em si mesmo, ou aquele que têm empatia e consegue ver o seu próximo como uma extensão sua.
Quem passa pelo obstáculo da morte, experimenta uma série de sentimentos: Dor, Saudade, Medo, Culpa etc.
Assim, o luto terá mais intensidade, a depender da nossa relação com a pessoa que passou; e isto para alguns pode ser doloroso, solitário e demorado.
Os sentimentos que surgirão, nos fará experimentar sensações de amor e de ódio, causando em nós uma busca por justiça que atenda nosso vazio, nossa alma ferida.
Nos dias de lamentações nos perguntaremos: Onde errei, por que não fiz isso ou aquilo?
Não erramos em nada, mas precisaremos de tempo e entendimento para cicatrizar as feridas, para abaixar a poeira, de varrer as folhas caída depois da tempestade.
Então, dependerá da intensidade e do relacionamento com a pessoa que passou, para que o rio da vida volte fluir mais ou menos igual em seu curso; pois nada será igual como antes, uma vez que uma parte foi arrancada de nosso leito; porém, as águas continuam e devem continuar o seu trajeto, e esta é a lição que devemos aprender, “a vida continua”, o tempo faz seu registro de hora em hora, minuto a minuto, segundo a segundo, e nós devemos nos tornar pessoas melhores, evoluir diante das catástrofes.
Se você parar, será como uma curva de rio que ajunta coisas, tranqueiras, e que uma hora pode transbordar pela força motriz dos acontecimentos da vida.
A Síndrome de Ulisses
Você sabia que imigrar pode trazer sensação de luto???Infelizmente isso acontece com mais frequência do que imaginamos e tem o nome de Síndrome de Ulisses.
Qualquer perda, que trás tristeza e sofrimento pode ser considerada um luto.
Na psicologia esse termo è usado, não apenas para perdas relacionadas à morte, mais também para perdas sentimentais, como uma separação, uma mudança muito dolorosa, a perda de um emprego…e acreditem : até mesmo a imigração!
Sim! Imigrar pode trazer sensação de luto. E por isso pode ser confundida com doenças como depressão,transtornos pós-traumáticos entre outras doenças, levando a um diagnosticado errado e até mesmo prejuízos na recuperação.
A síndrome de Ulisses ,não é uma doença uma doença, pois o luto faz parte de uma etapa normal em nossas vidas.Porém essa síndrome não deve ser minimizada,pois ela está no limite entre a boa saúde mental e o desequilíbrio mental.
As queixas relatadas ou observadas durante essa síndrome pode ser : irritação , perda de
energia física, inquietude, dores de cabeça, insônia,falta de memória e até confusão mental, vontade de se isolar, choro e tristeza.
A experiência de imigrar è um bom exemplo para essa situação, já que ao imigrar deixamos nossas raizes, nossos amigos, parentes e chegamos em uma terra desconhecida, onde tudo è novo,onde temos medo do futuro, angústias e em alguns casos passamos por situações que não podemos prever e em algumas ocasiões, não são experiências agradáveis ou confortáveis.
No início para a maioria das pessoas, pode ser empolgante.Representa a descoberta de um novo mundo, nova cultura, novos passeios. Mais junto com essas coisas boas ,também vem o medo do emprego novo, gastos, preocupações, dificuldade de se encaixar, dificuldade de se relacionar, dificuldade de se sentir pertencente ao novo ambiente, dificuldade com o novo idioma e em algum momento, vai bater o questionamento se tomamos a decisão certa e pode ser que bata um arrependimento.
Somos atingidos por esse fenômeno mesmo em momentos de passeio, de descontração, onde a lembrança de pessoas queridas que deixamos em nosso país , de situações que vivemos com elas e de sensações novas que gostaríamos de dividir com essas pessoas , trazem pensamentos de saudades ou tristezas, o simples ato de não ter com quem conversar , de não ter pessoas que entendam suas piadas, suas expressões, trás a tona a Sindrome de Ulisses.
Muitos imigrantes sofrem de solidão, sentem falta de apoio.
Nem sempre a falta è de quem ofereça apoio material(dinheiro, casa, comida, emprego)mais apoio psicológico, como aquela saída para bater um papo, socializar com pessoas com a mesma cultura, ter momentos de descontração.
A boa notícia è que esse sentimento tende a passar.
Para a maioria das pessoas,aos poucos a vida vai se encaixando,acontece a adaptação no emprego novo, chegam às novas amizades , vem a estabilidade financeira e tudo vai parecendo ficar melhor. Mais para outras pessoas,não è tao simples e rápido e elas precisam de ajuda. Procurar um profissional da área da saúde e contar com apoio de familiares e amigos. Ter alguém que te escute e entenda o que você está passando por já ter vivido essas experiências, è importante , pois pessoas que não viveram essa experiência tende a pensar: “nossa como reclama, está reclamando por morar em outro país? Quisera eu estar vivendo no exterior” e assim não existe empatia por falta de vivência da situação.
Eu sempre paro para tentar compreender porque querem me ver tão infeliz, se eu luto para que as pessoas vençam e me sinto derrotada quando sou impedida de ajudar.
Meu maior luto é por esta fase: pueril. Dói perder. Casa, lar e infância; para mim, sinônimos. Dói crescer. Saudade.
Hoje, adulta, mas, todos os dias, uma eterna criança (cada vez mais fragmentada).
E do fogo veio uma fagulha
Não tenho espada então luto com unhas
Sinto o mar nos pés e quebra a onda
Olho pra cima pra luz
Não pra minha sombra
Luto por lutas sem vitorias, sonho por sonhos que não se realizam e permaneço acreditando por fé em um único Criador que "creou" uma humanidade em semelhança para ser mais digna, amável, responsável e consciente perante o mundo, a vida e com ela mesma.
Não entendo porque todos a são assim
Não acreditam que tudo tem o seu fim
Por isso luto todo o dia, com suor e sabedoria
Você falar que vai ficar tudo bem, não vai melhorar as coisas, palavras reconfortantes de luto não vão trazer ela de volta.
"Meus sentimentos", você não sente a dor que nós sentimos, "sinto muito", você não sente muito, você só quer reconfortar a família.
"Meus pêsames", "Que Deus console a família" e outras frases desses tipo não vão melhorar a dor do luto.
A dor de perder a pessoa amada dói por anos, palavras não mudam as coisas, um simples "meus sentimentos" não vão diminuir a dor das pessoas.
Oque você realmente deve fazer pra melhorar o luto das pessoas e demonstrar que você tá ali pra ajudar, apoiar ela a superar essa dor, mostrar a ela que a pessoa está em um lugar melhor, dizer para ela palavras bonitas e que realmente vão deixar o coração dela aberto para essa dor sair, seja prestativo não seja uma pessoa inconveniente neste momento.
"Luto"
No luto, descobrimos que lutar é uma questão de sobrevivência, sem sabermos aonde foi parar a nossa existência.
A existência do luto é um paradoxo. No momento em que um pessoa morre, essa pessoa não sofre mais. Porém, a morte dessa pessoa trará sofrimento para seus entes queridos. Então, a existência do luto é um fruto do fim do sofrimento de um amado, e também, do luto desta pessoa. A existência do luto revela o egoísmo inconsciente natural da mente humana.
Para quem ama verdadeiramente, de forma genuína e intensa, a dor do luto fica mais leve e a alma é consolada pelas práticas pulsantes de amor que tudo fez e viveu! Porque a alma fica em paz. A saudade não vai embora, segue convivendo, com um amor para sempre dentro da gente!
Se todos chorassem a cada fracasso, o planeta inteiro estaria em um estado constante de luto.
Nasço, vivo, morro por um destino em que não mando...
Então quem eu sou?
No luto dos meus olhos...
Foi na minh'alma que nasceu a dor...
Quem é leal e quem não nos abandona...
Quem devemos procurar...
E ser dignas de confiança...
Alguém a encontrar?
Já quase desisti...
Da inocência do desconhecido...
E a saudade?
Ainda vive em meu peito...
O que levamos da terra
É o céu que possuímos...
E à morte que damos vida...
Criam-se o sentido...
Vã filosofia...
Turvo clarão de raciocínios tristes...
Nos engana e mente...
Entre sombras nos conduz...
Quem rasteja na Verdade...
Se desencanta...
Do amor escravo...
Vítima sempre serei...
São muitas as provas na vida que servem para testar quem somos...
Seguir adiante, sem descansar...
Afinal ...
Onde tudo vai dar?
No meio da confusão é preciso ver para além do que se pode olhar…
No meio de tudo onde estou eu?...
Que serão os meus sonhos...
O que posso almejar?
Sandro Paschoal Nogueira