Lugar
“Você tem cheiro de novidade com um toque de coisa familiar. Procuro encontrar um novo lugar para que você possa fazer morada em mim e que essa morada seja terna e confortável, singela mas afável, para todo o sempre. Amém.”
Reescrever minha história sem códigos secretos me encaminhará há um lugar melhor na linha do espaço e do tempo.
Livre e feliz é aquele que pode ser ele mesmo em qualquer lugar. A beleza interior é chave que aproxima, alegra, encanta, abre as portas da alma para deixar fluir o amor e acolher a todos com ternura.
No momento em que aquilo que sinto é pleno, a eternidade acontece... O tempo e o lugar deixam de existir, quando tudo o que há é só você e sua entrega integral e absoluta àquilo que vivencia. Ame...e conhecerás o eterno.
E o tempo passa... algumas coisas se vão e outras se vem,tudo muda de lugar; nos também. Mudamos de cidade de preferência de gostos e de estilos,mas não porque somos indecisos ou que não temos personalidade, é que vivemos em busca da felicidade.
E a felicidade não é viver na mesmice,é conhecer lugares diferentes, pessoas e culturas surpreendentes ; é ter novas atitudes... é se renovar a cada amanhecer.
A vida nos ensina que para ser feliz não é preciso muita coisa,basta ser simples e saber adaptar com o novo.
E a maior riqueza que a na vida é poder sentir o tempo passar, vivendo o novo,contemplando o belo e vendo os sonhos serem realizados .
(Janaina Costa)
O prestígio de um lugar é como a lua. Quando não cresce, necessariamente diminui.
Só posso falar do Guarujá a partir de 1.970, ano em que comecei a frequentar a cidade como turista de um dia, já que o apartamento da família era em Santos.
Tenho amigos que conheceram a cidade bem antes disso e a alegria daquelas lembranças contrasta com a tristeza de ver a cidade no estado em que se encontra. Alegrias e tristezas maiores que as minhas.
A única ligação da Ilha de Santo Amaro era a balsa e fazendo aquele trajeto sacolejante, de ida e volta, em cima de uma Honda 750 cc. eu me sentia um desbravador.
Andávamos sempre em pequenos grupos de quatro ou cinco, acompanhados de garotas que pretendiam demonstrar sua parte de rebeldia acompanhando os raros e tresloucados motociclistas.
Os motoqueiros eram tão poucos e quase sempres as mais bonitas já tinham namorado com quase todos.
Com exíguos biquínis de cortininha, aqueles que podiam ficar maiores ou menores, de acordo com a ocasião, elas quase sempre prometiam mais do que acabavam dando.
Em ambos os lados a Avenida Adhemar de Barros existiam grandes terrenos vazios e ao chegar à Praia de Pitangueiras a gente tinha a impressão de que se ali não fosse o paraíso era o mais próximo que se poderia chegar.
Mas não parávamos em Pitangueiras porque ali era grande a vigilância dos pais sobre as garotas que pegavam praia em frente aos seus prédios.Seus biquínis eram pequenos mas a vigilância dos pais era feroz.
Nosso destino era a Praia de Pernambuco.
Lá, as garotas santistas mais ousadas fugiam das areias escuras da praia de Itararé, José Menino e Gonzaga e depois de duas ou três caipirinhas especiais do Hotel Jequiti elas estavam sempre dispostas a montar nas motos sem discutir qual seria o destino.Ninguém falava em poluição, praia imprópria ou camisinha.
Nessa época pré-aids o que contava eram as pílulas anticoncepcionais e o risco de uma visita a uma das clínicas clandestinas de aborto que todo mundo conhecia, sendo a mais famosa delas na Rua João Moura em São Paulo, propriedade de um médico perito criminal da polícia. Guarujá era um sonho para nós.
Ninguém tinha apartamento por aqui, nós nos contentávamos em passar o dia e voltar a Santos para as noitadas no Clube da Orla, no Ilha Porchat, no Juá ou simplesmente trocando de garotas sempre que possível.
Nessa época o Hotel Casa Grande era o lugar mais badalado para se hospedar. Quando eu desejava impressionar alguma garota mais difícil, convidá-la para o fim de semana no Casa Grande era a última tentativa, a palavra-chave, a certeza de não errar.
Quarenta anos se passaram e o glamour que todos nós conhecemos transformou-se num amontoado de lixo em cada porta, um bando de moleques pedindo esmolas em cada esquina, praias impróprias e favelas.
Muitas favelas e muita bandidagem.
Tomaram conta de tal maneira da cidade que fizeram dos prédios verdadeiras gaiolas com grades.
As grandes casas da Enseada e do jardim Virgínia colocaram muros altos nas suas portas o que não impediu que perdessem muito do seu valor, porque para entrar ou sair desses muros, não há sistema de segurança que impeça roubos e mortes.
Em um ou outro condomínio fechado há a aparência de segurança.
A peso de ouro empresas privadas prometem o que nem sempre conseguem garantir.
Ainda é possível ver de vez em quando, carros lindos e caros, motos potentes, e gente bonita.
Alguns ainda mantém a esperança de que a cidade possa se recuperar de quarenta anos de maus tratos e voltar a ter glamour.
Eu não.
Se as pessoas se colocasse no meu lugar pelo menos um dia, elas não me criticariam mais pelas coisas que penso e falo.
E ela me fazia muito bem quando estava presente, não só um corpo ocupando um lugar mas sim um coração preenchendo todo o vazio...
Quando sua voz silenciar ou der lugar aos sussurros e gemidos, não temas! Creia, Deus te ouvirá assim mesmo!
A igreja é o lugar onde as pessoas devem romper com as barreiras. A Bíblia ensina que somos livres em Cristo Jesus. Então, como comunidades do Pai, devemos ser os canais da graça para rompermos com os preconceitos, com a indiferença, com o racismo, com o egoísmo e com a falsidade. A Bíblia diz: Conhecereis a verdade e ela vos libertará. Essa verdade é Jesus Cristo.