Loucura
"Se um momento de loucura me possuísse, e meu coração gritasse o meu amor por você...
O que você faria?
Fico imaginando perder a razão, correr atrás de você, lhe tomar em meus braços e tê-lo só pra mim.
Nessas horas de insanidade meu coração diz sim, mas a razão me impede de cometer essa loucura.
Difícil saber se controlar, pois tudo em mim chama por você...
Vivo contendo meus desejos,
Reprimindo meus sentimentos,
Sufoco meu coração quando te vejo,
caso contrário ele me entrega,
feito louco alucinado em dizer do amor que escondo em mim.
Tenho vontade de fugir,
deixar tudo pra trás,
esquecer tudo.
Mas como tirar de mim quem já é meu dono?
Não sei o que fazer?
Ficar ou correr?
De nada adianta, você sempre está presente em tudo...
Mato esse amor, ou ele me mata."
___Roseane Rodrigues___
Loucura?
Íh!! A loucura poderia ser descrita de tantas formas que, ao final, todos seriamos potencialmente loucos. Na verdade, todos somos loucos, não só os médicos.!
Mas, reduzindo a loucura a um único estado, o que seria a loucura?
Seria amar? Amar sem reserva?
Sem comedimento?
Amar sem medo das conseqüências? Do futuro incerto? De não ser amado? Do amor acabar, de morrer de amor!?
Seria loucura amar sem o consentimento do ser amado?! Arrebentar seu coração arriscando conquistar o coração do outro!?
Aquele que se sente, muitas vezes, oprimido pela nossa forma particular de amar e pela nossa insistência insana de um desejo de recíproca!
E que, com sua demonstração de fuga, causa-nos um sofrimento indizível em nosso coração e nos faz refletir sobre os motivos, os por quês e o que nos levou a tal estado de desejo, de saudade, de vontade de estar junto, de tocar, de sentir o cheiro, de ouvir, de falar,
Ou, de simplesmente, não dizer nada e, apenas, estar, escutar o bate-bate do coração, que alvoroçado pela presença do outro, se desespera no peito de tanta felicidade!?
Seria isso a loucura?
Ou loucura seria não saber o que sente o coração que ama?
Nunca saber como seria se deixar embevecer pelas sensações de prazer ao ser tocado pela ser amado!
Nunca sentir o coração acelerar por uma simples visão, ou com a perspectiva de um encontro?
Seria loucura não amar por medo do fracasso, ou seria fracasso não ser louco o suficiente para experimentar o amor?
Seria loucura amar, alçar vôo em alturas inimagináveis, esquecendo que tudo pode ser um sonho e pode-se acordar a qualquer instante e a queda livre causar-nos feridas profundos na alma e danos irreversíveis ao coração?
Ou seria loucura não amar por medo de acordar de um sonho, e, enquanto acordados conjecturamos todos esses detalhes advindos de nossa escolha e desistir antes de tentar?
Seria loucura levar a cabo sonhos guardados, mesmo com a hipótese de possíveis equívocos, de lágrimas vertentes, sucumbir sentimentos latentes, pra fugir das dores do amor?!
Sensatez, diriam uns, prudência, ponderação, diriam outros. Realmente, pode-se dizer, loucos não são sensatos e muito menos prudentes e ponderados.
Mas o que seria a vida sem as agruras, as angustias, os medos, a ousadia, a insensatez, a impulsividade e até um pouco de “irresponsabilidade” no sentido da coragem de fazer coisas e que esses feitos podem trazer, agruras, sim, mas também poder trazer “aqueles” momentos que chamamos de felicidade!?
Sim, porque todo esse aparato de palavras é pra dizer que, mesmo sendo loucura, quando se ama está se procurando a felicidade, e, se está, é feita de momentos, precisamos ser loucos, de vez em quando, pra experimentá-la, aproveitando algumas oportunidades que a vida oferece de conhecer esse outro estado, claro, é óbvio que sempre com a alcunha de que seja pra sempre!.
Há também a premissa de que, é do sofrimento que tiramos nossas maiores e melhores lições de vida. Aprendemos com o sofrimento; a felicidade sendo o divisor de águas, onde se distingue uma coisa da outra.
Sensatez!! Prudência!!
Quem disse que o amor é prudente e sensato não conhece o real significado, nem dessas palavras, quiçá de amor ou da loucura!!
Mas, amar seria mesmo loucura? Não seria a redenção da alma que se derrama ao enxergar aquele que chega e se instala preenchendo todo um ser? Que dá espaço pra outra alma onde só cabe uma?
Discorrer, em tão reduzidas linhas sobre a não ou a sim loucura do amor, de amar, deixa-nos, muitas vezes, extasiados.
O amor é o paraíso e o inferno dos amantes. Mas, como viver e conhecer esses dois universos tão adversos/inversos e controversos sem pisar no tapete da vontade, dos sonhos, da esperança e, ao mesmo tempo, do obscuro, do absurdo, da dúvida e da incerteza que os permeiam?
Afinal, com disse Friedrich Nietzsche “Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura...”
Loucos ou sãos, precisamos amar e sentir todas as sensações deste sentimento, desta abstração que pode, ao mesmo tempo, ser menos que nada e maior que tudo e, como sem querer, pode mudar toda uma estrutura de vida ou, e, até mesmo, de um certo prisma, comprometer existências futuras de tão substancialmente duradoura e profunda que se faz.
Lúcia Araújo – 10/12/2010.
Bom dia 12/03/2017(Domingo)
Existem dias em que há necessidade que permitamos que a loucura sadia ande junto com nossa sabedoria.
Ale Villela
O raciocínio é belo, a loucura é devassa e desejada, a mentira é algo que envaidece a penúria do ser.
Olhando agora, é loucura como as coisas dão certo quando têm que dar. A gente nega, faz birra e tenta adivinhar o que vai acontecer, mas no final só cabe ao tempo o que há de vir.
TROVA - 132
Lá vem ela - que loucura! -
O desejo me consome.
Vislumbro tanta fartura
E vivo passando fome!...
A lucidez da loucura...
Onde se esconderam as cores?
Os olhos já não as veem e nem as têm
Evaporaram por algo errado ou certo
E algo insano não mais as permite por perto
Onde estão os amigos?
Vozes sem som, silêncio calado
Memórias de faces em finos rabiscos
Que se apagam no tempo dos segundos
Onde estão os irmãos?
Que mesmo distantes, ainda que pouco
Em prosas sadias, derramavam sorrisos
Até que o destino se cansou... e tudo parou
E a vida vem e faz novo e belo sentido
Na paixão de ter um amigo ou ser irmão
Por acaso, querência ou sem razão
Conta baixinho: amar nunca é em vão!
Urgente
Urgente prá mim é...
O que a ansiedade estiver a esperar:
Que loucura, quando a gente sabe que vem coisa boa, dá um nó no destino, sufoca o paralelo(atividades que devem caminhar juntas) e cega o que generalizar o obtuso(não deixa ver nada além do fruto do desejo).
É uma felicidade com grito preso na garganta esperando o momento de vibrar e sair para o abraço!
Isso acontece...no futebol, nas disputas diversas, competições, no momento que antecede a chegada da pessoa amada, na viagem almejada, na conclusão de uma etapa importante de vida, enfim, todos nós temos urgências e haja coração para aguardar o presente chamado "urgência" chegar para rasgar a embalagem tão depressa quanto as batidas aceleradas do coração.
A ansiedade advinda do objeto certo e concreto é salutar, porém a ansiedade da imaginação supérflua e vaga é perigosa, pois aguarda algo que não tem data, nem hora de acontecer e corre-se o risco de ficar orbitando eternamente no vazio,
beirando o abismo da depressão!
Ilusões
Que mundo abstrato
No apogeu da loucura, se deteriorando o animal ser-humano
Orgulhosos com suas verdades mal inventadas.
No teatro desta peça, a solidão é a plateia, que com paciência te faz ver
Que neste mundo foste apenas um.
Nada!
Sonhos são mágicos
na loucura a realidade é um sonho,
para o qual esperamos...
todos parece ser de um outro mundo,
no qual somos prisioneiros...
nos calamos entre as vestis da morte,
sendo cordial... meramente o apogeu,
sendo singular sofrência, despedida.
pois assim seja breve como o amor.
que desejou um que morre se
num abismo de uma paixão,
que devera ser fruto da eternidade,
entre os tais queres desta vida.