Loucos
Os loucos se apaixonam
Vivem em mundos diferentes
Sorriem do nada,
Os loucos são doentes
Normais,
São somente loucos
Nada mais.
Duas almas nunca serão tão apaixonadas se não forem loucas.
Pois somente os loucos conseguem amar intensamente para se entregar completamente.
Amores virtuais, inconsequentes...
Amores loucos, doentes.
Amores que xingam, maltratam
Amores que ferem, infiéis...
Amores perturbantes, alucinantes
Amores, droga que vicia.
Amores desiguais, diferentes,
Amores doces, quentes...
Amores que calam, que falam
Amores silêncios, palavras
Amores ditos, benditos
Amores de ontem, de hoje
Amores que virão, passarão
Amores pássaros, livres, presos
Amores abraços, amores prisão.
Amores versos, poesia
Amores música, melodia
Amores que canta
Amores único...amores canção !
Eu não sou diferente de muitos loucos, pois meu maior sonho também seria poder ver as pessoas em paz, mas não falo da paz que todo mundo pensa, falo da paz que todo mundo faz, da paz que todo mundo vive, da paz de ter todos os dias o que comer, da paz de ter um bom lugar para morar, um bom lugar para viver, falo da paz de ter um bom ar para respirar, da paz de sair de casa e saber que se vai voltar, da paz de olhar para as pessoas e por está tão feliz nos dê a vontade de cumprimenta-las, falo da paz de poder sair cantando para o mundo falando que tudo está bom, falo da paz de que todos buscasse melhorar o todo e não apenas a si mesmo, falo da paz que se possa buscar a liberdade e não dessa luta que temos todos os dias apenas para sobreviver, falo da paz que vive em silêncio, da paz que chora todas as horas, falo da paz que vive aprisionada, sendo censurada, sendo massacrada, sendo esquecida e a cada dia pouco cultivada e colocada como a utopia de mais um louco como eu...
Os verdadeiros loucos são aqueles que se prendem aos limites e regras, e deixam de viver seus conceitos.
Quanto mais estudarmos como loucos, mais nos tornaremos incompreendidos, estrangeiros por acessar a linguagem universal. E por esse motivo, para aqueles que conhecem apenas a linguagem do vulgo, seremos loucos.
Há sempre uma regra para se ser. Certinhos fazem isso, loucos fazem aquilo e quando todos começam a fazer o que está descrito, confundem seus papéis de tão idênticos que se apresentam e voltam a questionar o sentido da vida.
Sou marginal da vida
Filho de dois loucos que deram certo
Projeto mal feito que ainda vive
Em meio aos torvos desta geração
Sou máquina de escrever sem algumas teclas
Ando curvo com a coluna ereta
Filho de deus
Corrompido pelo pecado
Sou dívida que não se paga com dinheiro
Suspiro frente à nefasta morte
Que ávida me espera
Mas ainda não me alcança
Salto o abismo sem asas
Não voo, mas sei nadar
Se me afogar foi de tristeza
Por não entender o que é amar.