Longe
A importância de saber se achegar e trocar ideias contigo é que mesmo longe, sinto que você guarda algo especial dentro de ti.
“Fui longe demais pra voltar, andei muito pouco para atingir meus objetivos e empreguei energia demais pra desistir. Então o jeito é continuar.”
Sentei em um banco, olhei para o céu e sorri.
Veio uma pessoa e depois outra e outra.
Muitas pessoas passavam ali
Elas só queriam contar sobre suas histórias.
E eu as escutava.
No fim do dia, concluí que todos passavam pela mesma situação.
Estavam longe de casa, mas não sabiam como voltar.
Eu lamento tanto.
Como poderei ajudar, se não conheço esse lugar?
Distância é o longe tão perto, por apenas ter discordância sobre próximo tão próximo, deveras, com a tenaz, absurda, insistência de não celebrar aquiência.
Corro, mas a hora não quer passar... Aos poucos eu morro distante e devagar. Ninguém aparece. Ninguém por aqui quer passar. Tento não me preocupar. Mas é difícil de aceitar! Eu sei que morrer não é só parar de respirar. Pois eu também morro quando eu desisto e paro de lutar! Más já não há mais nada que eu possa fazer. Ando tão desnorteado e incerto... Por esses caminhos desertos eu procuro... Procuro e não consigo te ver. Correndo por esta noite estranha que parece não acabar vejo que eu morro sozinho e devagar. E sempre que eu corro e não sei onde chegar eu volto para o nosso antigo lugar e fico esperando você voltar!...
Sou ótimo com as palavras, com as emoções que consigo traduzir
Sou um Ícaro a procura de de firmes asas que não me deixem cair
Amo o toque grosso capaz de embaraçar o meu cabelo
Seu jeito descontraído que lembra um fino desmazelo
Talvez você seja só um devaneio entre os poemas que escrevo sozinho
Talvez seja a direção certa além do horizonte para onde caminho
Desde a primeira vez que te vi fiquei totalmente encantado
Sonho com sua companhia até no instante em que estou acordado
Escrevo com a esperança de um dia ser mais que um desejo
Escrevo para que você note o quanto anseio pelo seu beijo
Eu acredito no amor verdadeiro embora seja tão complicado demonstrar
Continuamos separados mesmo com esses meus versos tentando nos juntar
A noite chega e você não está aqui ao meu lado
Rende mais um poema, essa nosso amor embaçado
Tão patético sentir tanto e só poder mandar indireta
É uma tragédia só observar e fingir que não me afeta
E triste ver quem hoje te ama, te amar tão simplificado
Não sente, nem vai sentir, metade do que eu tenho guardado
De algum lugar, posso ouvir o som da sua respiração
Sinto falta do seu cheiro que costumava me envolver
Não me largue nesse fim de mundo frio
Estou presa num tempo em que você não está
Não consigo ver nada à minha frente
Acho que só vou ficar esperando
Pelos vários dias que ainda não pudemos viver
Onde está você?
Longe demais
Sozinho eu sou bom e posso chegar longe, mas ao seu lado eu sou ótimo e tenho convicção chegaremos ainda mais longe.
Andar pelo caminho mais fácil lhe permite chegar onde deseja ir.
Andar pelo caminho difícil te prepara para ir mais longe.
Longe de você
Quanta informaçoes dentro de dois pares de olhos.
Que se olham entre a distância e o infinito
O tempo em algum momento será amigo.
Ou depende de nós abrir com o beijo o paraíso.
E depois que as portas estiverem abertas a gente ignora.
Finge que simplesmente mais uma sacola,
Que a gente deixa no esquecimento e vai embora.
Abortando do amor a sua linda história.
Que ainda poderia acontecer ao sentimento morrer?
E a gente ficaria triste por não saber se seria bom?
O coração deixaria um pouco de ter razão.
Para sentir da paixão sua força o vulcão dos mares.
Que existe é arremata nossos miudos olhares,
De se gostar ainda mais do que amantes,
De ser permitir se encontrar uma vez em cada estaçães;
Uma na primavera, outono, inferno e os verões.
A vida seria bela cheia de contentamento.
Da sua felicidade eu seria seu doce melhor momento.
Faria plantão no seu pensamento a noite e o dia todo.
A lua brotaria no seu corpo eu o amaria como louco.
Não que a loucura seja bobagem,
Ela apenas faz a gente se vestir de coragem.
Para olhar no olhos da amada e sentir parte da estrada.
E assim pego sua mãos caminhamos juntos pela alvorada adentro.
E faremos de cada toque nosso renascimento.
O amor é livre não precisa de juramento.
Ninguem segura o vento o destino é encontro de duas almas.
Que se completar e por amor se aperta.
ACORDO
Acordo,
vejo-te olhando para mim
coisa, que sempre fazes.
Teu sorriso de bom dia
quantas alegrias me trazem.
Difícil, é viver sem tí
teu carinho não sentir.
Incomoda de tí não saber,
faz falta tua voz ouvir.
Teus carinhos são tantos
que para longe me levam.
Quando de volta me trazem,
quero de novo partir
de novo quero sentir
o encanto, dessa viagem.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Acadêmico da Acilbras - Cadeira 681
Patrono - Comendador Armando Caaraüara
Presidente
Sou pobre, insistente e moro longe...
Pensei que não podia mudar minha condição,
meu pai , minha mãe , só falava em aflição,
isso já desde os tempos de vó e vô que era a mesma situação...
Era uma fartura de tudo, cê não tem noção não...
Fartava comida, sapato e até a vocação
Fartura até de roupa q era tudo emprestado,
E a casa era pequena cheia de menino, as parede de barro
até o piso fartava de ser encimentado,
Semianalfabetos que eram meu pai e minha mãe não tinham muita ambição,
Mas tinham esperança de futuro de ter um filho na escola de ter um mínimo de educação
E o lugar que eu morava era tão longe que nem carro passava,
andava a pé que parecia mil léguas pra chegar em qualquer canto,
sol a pino e só lamento que não adiantava o pranto,
Com fome, com sede, sem canto, só lamento e o pranto,
e não adiantava reclamar porque demorava mais um tanto...
Enfim minha mãe um dia se deu conta,
que eu tinha crescido um pouco
E que esqueceu da escola,
De tanto aperreio e sufoco,
Pergunta aqui e acolá, porque tão longe fui morar ?
Tem uma lá no morro,
vamos simbora matricular,
E começou uma nova saga,
De continuar aquela situação precária,
Também tinha fartura na escola,
Fartava merenda, giz e as vezes professor,
E fartava também o papel e o apagador,
E também quando chovia tinha sala de aula alagada,
Também tinha fartura de vento e até de água encanada,
Lembro do calor da sala,
O suor pingando na testa,
Mas mesmo assim era uma festa,
Porque tava na escola aprendendo pra mudar,
E daquela situação,
Eu conseguir melhorar...
Depois de já ter crescido,
Lembrando de meu passado,
Até o ensino médio eu não deixei de lado
Sempre em escolas públicas,
Vencendo os desafios,
Cheguei na faculdade pulando pedras e rios,
Na UFPE pousei com as cotas para desigualdade,
Para alunos de escola pública ter chance na equidade,
Vendo textos estranhos e longos com novos códigos e linguagens,
Percebo a dificuldade de permanecer na faculdade,
Aprendendo palavras novas e também novos conceitos,
Estratificação social aprendi nos textos de Ana Almeida que li e reli direito,
Que é um conceito sociológico da divisão social,
Quando a elite tem vantagens até em meio cultural,
Tem vantagens e privilégios na sua condição socioeconômica,
Dos cargos direcionados a faculdades e diplomas
Ao pobre só sobra a soma,
De tanta desigualdade,
Que ele vê com novidade as cotas da faculdade
Confesso a Professora Emília e aos colegas de sala,
Que não tenho vergonha nenhuma,
De minha história contada,
Porém digo uma coisa com muita convicção,
Se tivesse políticas públicas com boa vontade e ação,
O mundo seria melhor para o pobre e o negligenciado,
Ninguém ficaria de fora do mundo globalizado,
Não haveria tanta miséria nem gente fora da escola,
Mudaria o continente e quem sabe o rumo da história.
Agradeço a todos a escuta dessa prosa meio sem jeito,
Que começou com uma história, meio cheia de defeito
Mas que foi de boa intenção,
Nada disso foi invenção,
assino e termino aqui,
minha prosa com emoção!