Lobo

Cerca de 1002 frases e pensamentos: Lobo

SOBREVIVER

Nas paredes de pedra calcária da entrada
Esvoaçamos já pelas escadas de fragas
Acorrentamos os nossos nomes na hera
Inventamos traços onde nós nos amamos

Concordamos nas palavras como se fossem
De um último adeus, de um último comboio
Que partiu para longe sem, sem ti, sem mim
Janela de casa que dava para o florido jardim

Sente-se o cheiro de alcatrão numa velha canção
Ignoramos as sombras fingindo as mentiras soltas
Como uma voz que sussurra na secreta passagem
Olhar das minhas pálpebras num belo vestido roxo

Sobrevivemos a tudo a todos com coragem infinita.

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

LUZ DO SOL

Como na manhã que brilha a luz solar
Ao amanhecer eu te darei a minha vida
Onde de luto esta o meu pobre coração
Deixei as minhas flores num túmulo roxo

De olhos abertos, no limiar do teu desejo
Eu sou a escrava, dos meus sofrimentos
De lágrimas nos olhos do esquecimento
Na sepultura do desejo, rasgo a mortalha

Como uma lâmpada acesa de óleo reflexos
Brasas de raízes, oliveira de madeira verde
De pérolas, do mar de uma viagem longa
Luz sol quente de ti, de mim, a cada manha.

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

TERRA QUENTE FRIA

Estas fragas da serra que eu tanto amo
Estas estevas que me aquecem o peito
Este ar que os meus pulmões respiram
Esta terra que vive agarrada a minha pele

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

ARDÓSIA DE FISGAS

A ardósia é cega de palavras
No crepúsculo dos teus sonhos
Despida de letras em corpo nu
Comi, bebi, do teu belo corpo

Amei, desejei também ser amada
Na entrega de quem já me amou
Que conseguiu ler as minha páginas
Do que sou, cheia de sentimentos

Com a humildade de todo o meu ser
É não querer, viver só, por viver
Numa necessidade louca de amar
Fisgas de tantos loucos momentos.

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

O VENTO

É só o vento que me traz todos
Vestígios que me lembram de ti
O mar fala no horizonte já vago
O nevoeiro tece nuvens macias

Os suspiros de cores de aromas
Relata o inverno a tentar despertar
Não chove lá fora, chove dentro
Do peito profundo talvez molhado

De tantas memórias tuas já perdidas
Esquecidas de mim num sopro gelado
Para salvar a minha alma em ruínas
Afastei-me de todos os nossos silêncios.

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

MORTALHA NAS ONDAS DO MAR
I
O mar de mortalha, embalada por gemidos
Que rasgas a carne de uma dor, dilacerante
Embalsas, todas as dores, entre murmúrios
Desfalece, misteriosamente num total afligir
II
Martírio transfigurado já pela sua angústia
Sombra das noites pesadas de tanta agonia
De tanto pavor da morte, desaparecia longe
Madrugada desses pensamentos impacientes
III
Os corvos voavam ao seu redor já famintos
Enroscados a sua negra fria mortalha de dor
Desespero, na agonia da carne que se dilacera
Entre gemidos de chagas abertas sangue podre
IV
No chão que a carne se rasga, que se despedaça
Soberbo sol, assombro das lágrimas recalcadas
Dolorosa alma torcida num espasmo de angústia
Amargamente numa aflitiva treva de dilaceramento
V
O mar observara tudo, descida subterrâneos fatais
Era uma mortalha para tantos homens um túmulo
Criptas infernais onde trêmula derrama a sonolenta
Claridade de augúrios medonhos, indefiníveis sem
VI
Nomes nos túmulos tapados pelas ondas do mar - - Contemplativo.

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

PAUSA DE VERBOS

I

Não nego que me entrego sempre
Que cheguei ao ponto do insano
Procuro refúgio nas ondas do mar
E é na loucura que no mar navego

Se o tempo insiste em levar-me
Perdi-me intoxicado na dura vida
Mergulho no vento, pó sem horas
Cada dia é estranho, já sinto na pele

II

Os meus medos costumam voar
Só queria ser, um poeta irreverente
Eu entrego-me, mas nunca me nego
Num sensível sorriso já permanente

Já que algumas vezes ele quis ficar
Mas o amor morre nos meus versos
Sem tecer uma única palavra minha
Sento-me descalça na calma varanda

III

De uma outra linguagem da nostalgia
Em vez de ir, quero ver tudo a passar
Ocorre-me, então, com alguma certeza
Não é uma questão de palavras soltas

Antes de fechar as noites vazias no mar
Desfaço no meu peito, fragmenta tarde
Onde tropeço com minhas asas violeta
A passear, meia-noite numa pausa verbos.

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

BRINCAR PORQUÊ

Porquê brincar com as palavras
De um texto em ordem na melancolia
Porquê brincar com as letras
De um texto que se estende ao infinito
Porquê brincar com as vírgulas
De um texto mergulhado deste abismo
Porquê brincar com os pontos
De um texto de sublime cor da ternura
Porquê brincar com as páginas
De um livro inacabado por escrever
Porquê brincar e não ler, porquê.

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

CORAGEM

A minha alma está partida, dividida
Despedaçada já sem forças, eu só peço
Que minha coragem vença o meu medo
Que o meu corpo não se quebre de pranto
Que a minha alma não se perca em agonia
Que a minha mente permaneça sempre erguida
Que os meus joelhos se dobrem à esperança
Que o meu coração não seja devorado pelos lobos
Que os meus inimigos me respeitem e não me temam.

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

DESCRIMINAÇÃO

Descriminei-te por seres diferente
Descriminei-te por seres único
Descriminei-te por seres especial
Descriminei-te por seres livre
Descriminei-te por não seres normal
- Apesar de toda a descriminação
Não deixas-te de seres tu mesma.
- No fim amei-te como ninguém.
ƸӜƷ

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

QUANDO EU FOR

Quando eu envelhecer
E se o meu andar for hesitante
Por favor ampara-me
Quando eu envelhecer
E a minha audição não for boa
Por favor procura entender-me
Quando eu envelhecer
Se a minha visão não for imperfeita
Ajuda-me com muita paciência
Quando eu envelhecer
Se minha mão tremer muito
Por favor não te irrites
Quando eu envelhecer
E encontrares-me numa rua ou caminho
Não faças de conta que não me vês
Para, para conversar sinto-me só
Quando eu envelhecer
Se me vires triste, partilha comigo um sorriso.
✿ ❤✿ ❤✿ ❤✿ ❤

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

RECOMEÇO

Deixa-me viver
Nos silêncios
Nos abraços
Nos anjos
Nos beijos
No corpo que fala
No terço que guardo
Na oração da mente
Na palavra que chora
Na reza à vida
No respirar
No abraço ao vento
No escrever
No precisar das vírgulas
No sobreviver
Na passagem das palavras
No tatuar da alma
Nas lágrimas de orvalho
Na prisão sem idade
Na esperança do recomeço
Na vida vivida em amor.
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Inserida por IsabelRibeiroFonseca

TEMPO

Escuto o tempo
O homem, o vento
O amor, o equilíbrio
Observo o tempo
O homem , o vento
O eco, o vazio
Perdido sem riso
No choro do tempo.

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Inserida por IsabelRibeiroFonseca

PEDIR

Antes de pedirmos
Alguma coisa a Deus
Devíamos entender
A diferença de querermos
Merecermos ou precisarmos
E só devíamos agradecer
"obrigado meu Deus"
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Inserida por IsabelRibeiroFonseca

CONFISSÃO

Sou tudo, sou nada
Sou a mão do soldado
Que puxou o gatilho
Sou a lágrima da criança
Que se encontra perdida
Sou uma linha em branco
Que nunca foi escrita
Sou o assobio da bala
Que me feriu o peito
Eu sou a verdade
Feita na dura mentira
Sou um ser imperfeito
Nesta sociedade perfeita
Sou o beijo dado na face
Que transforma a tua alma
Sou a bomba que explode
No tempo já perdido
Sou o berço do futuro
Mãe, mulher, esposa
Sou a confissão bem feita
Que reza em devoção a Deus
Sou a voz que proclama
Não sou nada, sou tudo.
╭✿╭✿╭✿╭✿

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

AMOR EU JÁ...

Eu já plantei rosas de algodão
No teu corpo nu com o meu

Eu já te abracei sem te tocar
Com os meus braços sem sentires

Eu já reguei o teu corpo
Com as lágrimas da felicidade

Eu já te desenhei no meu corpo
Tatuando o teu nome em mim

Eu já te beijei sem te tocar
Com o meu pensamento em ti

Eu já te amei sem te ver
Com o meu peito a palpitar

Eu já plantei rosas de algodão
Na nossa cama só para amar-te

Veste-me o corpo meu amor
Com o beijo que me despe a alma

❤•*¨*•.¸¸♪❤•*¨*•.¸¸♪❤*¨*•.❤

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

MEU SEGREDO TEU

Soletro no teu corpo
O abecedário do amor
Desejando ter-te aqui
Onde o vício dos teus
Olhos, das tuas mãos
Enlouquece-me tanto
Deixando-me ficar em ti
Pelo toque perfumado
No tacto dos teus dedos
Ter-te tão perto, sentindo
O perfume do teu corpo
Perfeito na asa da paixão
Sentir o calor da tua pele
Na claridade dos teus olhos
De cada manhã, do prazer
Que nasce exatamente em ti.
Soletro no teu forte corpo
O abecedário da nossa paixão
Sabor da vida do nosso amor
Saber das palavras em segredo.

★★★★

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

MAR LONGE

Já tão longe do mar
Apetece-me despir-te
Com a ponta da língua
Mordendo-te com os dentes
Dos desejos ocultos
Banhar-me em ti no azul
Da água inclinada sobre
O meu corpo em chamas
Mar como te quero nu
Como posso ter-te longe
Desejando ter-te aqui
Deixar que tudo comece
E acabe em ti meu amado mar.
★★★★★

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

SONHOS

Abro o meu coração
Desnudo a minha alma
Escancaro sentimentos
Em alegrias, em dores
Em amores, em paixões
Em tantos sentimentos
Regados de lágrimas
Forjados com sorrisos
Plantados de sonhos
Remendados de felicidade.
★★★★★

Inserida por IsabelRibeiroFonseca

VINHO

O vinho...ele
Cresceu entre nós
Na escura solidão
Enquanto esperava
Para ser amado por nós
Como esperamos por ele
Para o beber e o saborear
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Inserida por IsabelRibeiroFonseca