Selecionamos as 15 obras literárias que mais causaram furor na sociedade quando foram lançadas, devido ao extremismo do conteúdo ou dos ideais revolucionários que apresentam.
1. O Anticristo
Autor: Friedrich Nietzsche
Ano: 1895
Famoso pela polêmica frase “O Evangelho morreu na cruz”, esta obra de Nietzsche é considerada uma das mais críticas contra o cristianismo.
Todo o ácido que Nietzsche jogou sobre a religião neste livro, fez com que “O Anticristo” (Der Antichrist, no original em alemão) entrasse para a lista de “livros demoníacos” da Igreja Católica.
2. O Evangelho Segundo Jesus Cristo
Autor: José Saramago
Ano: 1991
Ainda na onda de críticas ao cristianismo, quem também surpreendeu o mundo (principalmente os cristãos) foi o escritor português vencedor do Nobel de Literatura José Saramago.
Em “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago narra a história do “Filho de Deus” como se este fosse um mero mortal.
O destaque mais chocante da obra é a suposta relação que Jesus teria mantido com Maria Madalena, que na Bíblia cristã é descrita como uma prostituta.
Como era de se esperar, “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” recebeu severas críticas da Igreja Católica… Mas, continua como um dos melhores best-sellers de Saramago!
3. Versos Satânicos
Autor: Salman Rushdie
Ano: 1988
Este polêmico livro quase levou à morte do seu autor!
The Satanic Verses (título original em inglês) conta a história de dois muçulmanos que, após sobreviverem a um atentado terrorista, começam a sofrer uma transformação: um transforma-se num demônio, enquanto o outro num anjo.
O livro está recheado de críticas e sátiras irônicas contra o islamismo e o Alcorão, o livro sagrado do islão.
Vários líderes religiosos muçulmanos ofereceram milhões de dólares como recompensa para a captura e assassinato de Rushdie, que teve que receber proteção policial durante muitos anos!
4. Lolita
Autor: Vladimir Nabokov
Ano: 1955
As grandes polêmicas de “Lolita” giram em torno de dois temas bastante desconfortantes: a pedofilia e o incesto!
A obra narra a história de um professor de 38 anos que se apaixona por uma jovem de apenas 12 anos.
O mais chocante ainda está por vir… Ambos começam a se envolver sexualmente depois do professor se tornar seu padrasto!
Atualmente, “Lolita” está entre os 100 melhores romances de língua inglesa da história, porém, por abordar assuntos tabu pela sociedade, o trabalho de Nabokov também foi alvo de duras críticas.
Este livro ganhou várias adaptações cinematográficas, sendo a mais popular dirigida por Stanley Kubrick, em 1962.
5. Meu Filho, Meu Tesouro
Autor: Benjamin Spock
Ano: 1946
Supostamente, este livro teria levado a morte de aproximadamente 50 mil bebês!
O Dr. Spock ensinava as mamães como cuidar dos seus filhos nos primeiros meses de vida. No entanto, algumas de suas dicas chegaram a ser letais para as crianças!
O doutor aconselhava as mães a deixarem os seus filhos dormirem com a barriga para baixo, pois acreditava que se estivessem ao contrário poderiam se engasgar com o próprio vômito. Porém, estudos posteriores comprovaram que deixar o bebê com a barriga para baixo aumenta os riscos de sufocamento. Atualmente, esta técnica é totalmente desaconselhada pelos médicos!
Depois da Bíblia, “Meu Filho, Meu Tesouro” foi o livro mais vendido nos Estados Unidos durante o século XX.
6. Eixo da Civilização
Autora: Margaret Sanger
Ano: 1922
Assim como o “Minha Luta” de Hitler, a senhora Sanger foi bastante clara quanto ao seu ódio pelas chamadas “raças inferiores”.
Neste livro macabro, Margaret Sanger defende que os seres humanos de “raças inferiores” deveriam servir de escravos para que os “superiores” prosperassem.
A autora ainda acredita que pessoas com deficiências físicas ou mentais devessem ser sacrificadas para não “poluir” a “pureza” da raça.
O pior é saber ainda existem pessoas malucas que concordam com os ideais perversos de Sanger. Triste, não?
7. O Príncipe
Autor: Nicolau Maquiavel
Ano: 1532
Este foi considerado um “livro guia” de muitos tiranos ao longo da história, como Hitler, Napoleão e Stalin, por exemplo.
De acordo com o pensamento Maquiavélico, “os fins justificam os meios”, ou seja, o governante deve fazer o que achar necessário dentro de seu governo para manter a sua autoridade e poder.
Por causa da aplicação que os ditadores deram as ideias de Maquiavel, o termo “maquiavélico” acabou se tornando sinônimo de perverso e maldoso.
Vale lembrar, no entanto, que existem diversas interpretações diferentes desta obra, que continua a ser um dos livros mais estudados no mundo!
8. Caçadas de Pedrinho
Autor: Monteiro Lobato
Ano: 1933
Quem diria que uma história infantil tão conhecida como o “Sítio do Pica-pau Amarelo” teria a distribuição repreendida nas escolas brasileiras pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), em 2010?
Pois foi exatamente o que aconteceu. O clássico de Monteiro Lobato é até hoje considerado racista pela criação de personagem negros inferiorizados e estereotipados, como a Tia Anastácia.
Passagens como “Tia Nastácia não sei se vem. Está com vergonha, coitada, por ser preta.”, “...e Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão pelo mastro de São Pedro acima…” e “É guerra e das boas. Não vai escapar ninguém - nem Tia Nastácia, que tem carne preta.” apontam o cunho discriminatório.
A polêmica, no entanto, só surgiu nos dias de hoje, pois quando o livro foi lançado a sociedade brasileira ainda considerava tais declarações “aceitáveis”. No final, os livros de Lobato continuam nas escolas brasileiras, mas nunca mais são vistos como inocentes.
9. O Apanhador no Campo De Centeio
Autor: J. D. Salinger
Ano: 1951
Um mundo profano, cheio de palavrões, perverso, sexual e subversivo foi apresentado aos leitores através do personagem de Holden Caulfield, o adolescente perturbado que protagoniza o livro.
A mentalidade do adolescente é até hoje motivo de estudos e o livro está entre os melhores romances ingleses de todos os tempos. Mas então porque é polêmico?
Simplesmente porque o assassino do beatle John Lennon disse que foi tal livro que o inspirou a matar o ídolo mundial. Possivelmente teria inspirado outros dois assassinos: Roberto John Bardo, que matou a atriz americana Rebecca Schaeffer, e John Hinckley Jr., que atirou contra o ex-presidente americano Ronald Reagan.
10. As Aventuras de Huckleberry Finn
Autor: Mark Twain
Ano: 1885
Várias polêmicas cercaram esse clássico da literatura americana que já tem mais de um século de idade.
Na história, Huck Finn é um garoto travesso que está fugindo do pai alcóolatra que quer roubar o seu tesouro. Seu companheiro de viagem é Jim, um escravo que está saindo do sul para tentar chegar ao norte do EUA, onde a escravatura não existe.
Além das questões de violência e personagens desonestos que aparecem na trama (supostamente feita para um público infantil), a linguagem usada por Huck para falar com Jim e a forma como o escravo é retratado foi tema de vários embates americanos para classificar (ou não) a obra como racista e inapropriada para crianças.
11. Manifesto Comunista
Autores: Karl Marx e Friedrich Engels
Ano: 1848
Algumas das ideias que definiram o rumo do mundo hoje foram expostas pela primeira vez neste livro criado pelos teóricos fundadores do socialismo científico.
O regime político idealizado pelos dois foi interpretado, distorcido e adaptado de formas diferentes no mundo por líderes pró e contra as ideologias originais ali retratadas.
A Revolução Russa, Stalinismo, a China de Mao Tsé-Tung e mesmo o Brasil contemporâneo encara as consequências dos princípios desenvolvidos por Marx e Engels no século XX.
12. Harry Potter
Autora: J. K. Rowling
Ano: 1997 - 2007
A série de livros dos bruxinhos mais famosos do mundo já causou, e ainda causa, muita discórdia ao redor do mundo.
Cristãos protestantes, católicos, judeus, muçulmanos e outros grupos religiosos lotam os tribunais americanos e outros no mundo alegando que os livros contêm sub-textos ocultistas e satanistas e que, sendo a feitiçaria uma religião conhecida nos EUA, a distribuição da série nas escolas violaria o princípio do estado laico (sem influência religiosa).
Escolas inglesas, canadenses, americanas e de outras nações conseguiram na justiça o direito de banir os livros de suas prateleiras.
13. Bíblia Sagrada
Autor: Vários
Ano: Indeterminado
Com certeza é o livro mais polêmico da história, pois ainda é considerada a “base” para a vida de milhões de pessoas!
Acredita-se que muitas alterações e censuras foram feitas ao longo dos anos, tornando difícil uma análise fiável sobre a sua real autoria.
Outra questão que também gera muitos conflitos é o fato da Bíblia ser objeto central de estudo por diversas doutrinas religiosas diferentes, que a interpretam de acordo com os seus princípios.
Estas diferentes interpretações bíblicas são responsáveis, em parte, por grandes conflitos entre os seres humanos desde tempos imemoriáveis!
14. Os 120 Dias de Sodoma ou A Escola de Libertinagem
Autor: Donatien Alphose François – Marquês de Sade
Ano: 1785
Cenas de estupro, baquete de fezes, violência gratuita e abusos sexuais contra crianças… São apenas alguns detalhes que recheiam esta novela escrita por Sade, durante a sua prisão na Bastilha, em 1785.
A história mostra quatro aristocratas libertinos que sequestram quarenta e seis jovens (entre meninos e meninas) e praticam a mais hediondas torturas sexuais durante quatro meses ininterruptos!
Em 1975, a história narrada por Marquês de Sade ganhou uma versão cinematográfica, sob direção do cineasta italiano Pier Paolo Pasolini.
“Salò ou os 120 Dias de Sodoma” ficou conhecido como um dos filmes mais perturbadores da história do cinema!
15. Mein Kampf
Autor: Adolf Hitler
Ano: 1925
“Minha Luta” é a tradução deste “clássico” do nazismo.
O livro de Hitler é cheio de ideias antissemitas e racistas em prol ao partido nazista. Nem é preciso explicar o motivo de ser tão polêmico, certo?
A comercialização ou disseminação do conteúdo deste livro ainda gera muita polêmica e é proibida na maioria dos países.