Livro Aberto
Querem fazer da minha vida pessoal um livro aberto por isso que eu sempre direi:" temos que aproveitar os momentos de felicidade, porque a inconstância do tempo nos assola".
LEMBRE-SE SEMPRE:
Nossa vida é um livro aberto diante de Deus. Então fique esperto(a)!
(((título e texto são de autoria de Isa Soares-proverbiosesabedoria)))
Os que sonham sabem que há um livro a ser aberto, com histórias maravilhosas sobre cada um de nós. Nós que sonhamos sabemos o quanto é penoso ir de encontro ao livro. A estrada é cheia de pedras enormes, caminhos falsos, labirintos gigantescos. Faz frio, dá fome, dá vontade de desistir, de chorar. Mas não podemos! Temos um sonho na bagagem que fica dentro de nós, escondido num brilho de um olhar, num sorriso tímido, mas que toda noite é revelado e venerado antes de dormirmos. É isso que nos alimenta e é nessa firmeza que encontraremos o livro com as melhores histórias que ainda vamos viver.
Sou um livro aberto para quem quiser me ler. Porém você precisaria de muita atenção. Sou daqueles livros escritos com palavras difíceis, me escondo nas entrelinhas e às vezes até em outra língua. Eu sou essência e não capa, sou daqueles livros com paginas demais, muitos desistem na metade. Sou para poucos, sou porque eu quero ser. Aos que conseguem me ler, no final nunca entendem, porque não fui feita para ser entendida, e sim compreendida. Venho eu mesma a muito tempo tentando me ler, me entender, mas ainda há muito que não sei sobre mim. Gosto de pensar que sou um livro da Clarice, poucos leem e poucos entendem. Talvez eu tenha sido feita para confundir a cabeça das pessoas, alguém muito desordenado me escreveu. Mas eu gosto de ser assim, aos poucos que se atreveram a me ler, no final não se arrependeram de todo o esforço mental.
Se sua vida for um livro aberto, não se irrite se cada um tirar uma conclusão distinta , pois cada um que ler este livro pode ter um ponto de vista diferente.
MORTE POR AMOR
Quando Otávio me bateu à porta, às dez horas da noite, eu tinha um livro aberto diante de mim. Não lia. À cólera, que me agitara durante toda à tarde, sucedera uma grande prostração. Parecia-me sem remédio a minha desgraça, depois daquela certeza, daquela terrível certeza, eu finalmente aceitei a realidade.
Minha vida jamais havia sido invejável, mas apesar de toda dificuldade que enfrentei e de todo o sofrimento que passei, minha vida não podia ser considerada uma vida triste.
A indigência que nos cercava não permitia que gozássemos das mais singelas mordomias que existem. Meus pais, apesar de analfabetos, nunca nos deixava faltar a uma aula sequer. Meu pai sempre dizia que o futuro que podemos escolher, nós o encontramos na escola.
Algum tempo depois minha mãe adoeceu. Não suportando as complicações de uma desconhecida doença, faleceu. Eu estava com a idade de dezoito anos e acabara de me formar no ensino médio. Minha mãe sempre havia sonhado em ser professora; daquelas que estudam a língua e escrevem contos e poesias, desejava possuir um diploma de mestre ou doutora. Entretanto, a terra que perdurava sob suas unhas representavam anos e anos de estudo de quem nunca estudou, os calos de suas mãos representavam as marcas do esforço de uma escritora que não sabia ler e escrever, as rachaduras de seus pés representavam a longa caminhada de uma professora que não sabia ensinar, mas que não deixava faltar comida para seus dependentes, tampouco educação. Esse era seu maior certificado!
Daquele dia em diante a vida não era a mesma. Todos nós, apesar de ter superado a dor da perda, não conseguíamos cobrir o buraco que se abriu em nosso coração. Meus irmãos não estudavam mais como antes e meu pai já não trabalhava com tanto vigor.
Havíamos prestado concurso, no qual somente eu fui aprovado e ingressei na faculdade. Independente de sua ausência, para alegrá-la, estudei Letras. Tornei-me doutor em língua. Embora tenha um amplo conhecimento sobre a escrita, prossigo com a mesma simplicidade com a qual sempre falei e escrevi. Não escrevo contos ou poesias, mas aplico-os em minha vida com a mesma devoção de um fiel em um culto; culto este que frequento diariamente.
Antes de as reminiscências interromperem a minha leitura, eu lia o poema que havia recitado para meus pais em um aniversário de bodas. Essas recordações que citei acima foram as mesmas que emergiram em mim correntezas bravias de uma cólera irremediável, mas efêmera. Otávio, meu irmão, trazia sempre boas notícias e, ao abrir a porta e cumprimenta-lo, minha cólera deu lugar a uma imensa alegria. A ansiedade de saber a notícia que estava por vir desapareceu quanto tive de aceitar aquela tão terrível certeza, aquela tão terrível realidade.
Lembrei-me do poema que havia lido para meus pais naquele dia e recitei-o para meu irmão:
Velejando sem barco ou vela
Viajando na Vida
Por uma simples tela
As ilusões me espreitam,
Horizontes desordenados
Com placas de várias setas
Mas que não inibem minhas frestas
De sonhos que se deleitam
De imagens ilimitadas
Multicores
Refletem por sobre os mares
Por sobre os ares
Por sobre as flores
E nas variações do destino
Enraigados por desafios
Não me induzem a desistir
Pois nesta fascinante tela
Que faço da vida
A imagem mais bela
Do porto onde
Quero seguir.
Tínhamos pranto e lamentações no coração. De nossos olhos, cascatas de dores. E essa era a tão terrível certeza, a tão terrível realidade: enquanto lembrava-se de minha mãe, meu pai havia morrido.
A vida era um livro aberto, hoje será um livro a guardado a sete chaves! Onde todas as paginas que estava escrito seu nome seram queimadas! E as cinzas perdidas no tempo!
"Essa história de fazer da minha vida um livro aberto está me dando muito trabalho. Achei que borrar páginas era mais fácil. O jeito será arrancá-las."
-Aline Lopes
Minha vida é um livro aberto com poucos exemplares. Mesmo assim, não são todos que entendem o que leêm.
Livro: Aberto mestre mudo que ensina, Fechado, mestre que implora, Abandonado, mestre entristecido, Danificado, mestre que lamenta.
''Não sou um livro aberto, não tenho que ser,
sou dona das minhas páginas e publico as histórias que quiser.
Não gosto de ser folheada, é um direito meu, inalienável,
exponho ou omito os capítulos que desejar,
conto contos que julgar devam ser lidos. ''