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Cerca de 10368 frases e pensamentos: Livro

SEXTO SENTIDO

Ela mente.
Eu minto.
Ela sabe.
E eu sinto
Muito.

Inserida por carlos_galdino

OUTRA MULHER DE FASES

Ela,
Panela de pressão,
Final de mês,
TPM,
Depressão,
Urgência,
Um Nove Meia,
Emergência.
Ela que morde e assopra.
Ela que topa e destopa.
Ela que uiva pra lua.
Ela que rosna e que late.
E haja paciência!
E haja chocolate!

Inserida por carlos_galdino

ELA

Ela carrega um silêncio de lua
E as cores de um fim de tarde.
Por onde passa perfuma a rua
E a noite ilumina a cidade.
Ela carrega um brilho de sol
E as horas perdidas de um relógio sem ponteiros.
Ela me fisga com um sorriso anzol,
E me pesca e me prende por inteiro.

Inserida por carlos_galdino

O QUE É ISSO COMPANHEIRA

Ei, moça da passeata,
Pode gritar no megafone que eu não presto,
Mas diga uma coisa: essa boca também beija,
Ou só faz protesto?

Inserida por carlos_galdino

DIAS DE CHICO

Tem dias em que fico de Chico,
Science,
Buarque,
Anísio,
Cesar,
Mendes.
Noutros sou João,
Donato,
Gilberto,
Bá,
Do Rio,
Ninguém.
Mas hoje eu acordei Múcio Goes.

Inserida por carlos_galdino

MENSAGEM NA GARRAFA

Meus erros ortográficos são graves,
E grávido eu assumo os meus filhos.
Sim, os erros de português são meus
E o guardanapo na garrafa
É uma mensagem pra você: SOCORRO!

Inserida por carlos_galdino

BELCHIOR

Eu sou Belchior,
E meu coração jaz esquecido num estacionamento de
aeroporto.
Eu estou Belchior.
Pior que Belchior.
Pedi emprestado, não paguei.
Andei a pé do Centro à Vila Ré.
Morei de favor.
Amei de favor.
Fiz piada com a tristeza
E neguei 7 vezes o meu nome.
Eu jantei com a fome.
Eu quase fui Antônio Carlos.
Meu pai errou e me chamou de José.
POEMAS

Inserida por carlos_galdino

POR QUE TE AMO


Amo tuas mãos.
Tem gosto de lençóis
acetinados da infância...

Tuas mãos:
Pérolas a tocar-me as faces!

Amo tua voz!
Tem delírio de música erudita
dos palácios reais...

Tua voz:
Doce canção a beijar-me a alma!

Amo teu corpo!
Tem calor do manto na estrada onde passou
o bom samaritano e o mendigo.

Teu corpo!
Pois me aquece nas noites frias,
quando ninguém mais me oferece nada.

Amo-te! Se me podes ser apenas um toque,
um calor e um sussurro!

Inserida por joanaoviedo

VERSO TRISTE


Estou em luto, a poesia morreu.
Morreu nas frágeis mãos de quem a escreveu.
Porque o amor foi para longe, tais quais os monges
que se fecham em antigas catedrais.

E não voltará! Nunca! Nunca mais!
É como a alma sem vestes na noite invernal...
“Nu eu vim do pó e a ele regressarei.”
Sem tema de amor, histórias de rainha ou rei.

E partirei... Cantando ou chorando
os versos que compus para o amor...
O amor que se perdeu e amei tanto!

Mas minha alma purificada,
deixará no chão as folhas orvalhadas
de versos tristes, rabiscadas.

Inserida por joanaoviedo

AUSÊNCIA DE PALAVRAS


De tudo para quanto vivi,
eras tu do que mais morri.
Da ausência de palavras,
do canto que não ouvi.

Eu sinto porque tu foste,
pelo amor e o desgosto...
Era uma verdade tão vã,
que só durava no afã
das palavras ditas com escárnio
travestindo-se o riso dos falsos
versos de Chamfort.

Era sua verdade tão vã!
De tudo o quanto vivi,
eras tu do que mais morri.

Inserida por joanaoviedo

MEU BATUQUE


Escuta o meu batuque! Vai até a madrugada.
Meu batuque é silêncio que me põe a vida pensá...
Deixa ele batucá... té que eu dance a ultima música
e alguém me põe pra niná.

É batuque com repiques dos sinos lá da aldeia
e dos sons das ondas do mar,
de cheiro de campos floridos,
e da areia branca da estrada...
Da canção dos violeros!
Tem gosto de céu estrelado e dos causos
que meu pai contava, à noite, lá no terrero.
Das roupas que mamãe lavava e secava
no varal da minha infância...
De quando levava a gente na cidade pra comprá
os tecidos boladinhos para ela costurá,
vestidos dos contos de fadas mais lindos daquele lugá.

Por isso, deixa meu silencio batucá.
A cada vez que ele batuca
põe-se minha alma a pensá.
Deixa ele batucá...
Té que eu dance a ultima música
e alguém me põe pra niná.

Inserida por joanaoviedo

PARA ONDE FOI O PRÍNCIPE?



Uma canção para a menina
que foi embora.
Linda menina que brincava
comigo no meu jardim...
E sonhava com seu príncipe!

Vestida, sempre, de chita, saia balonê
e tiara de pedrarias nos cabelos de princesa,
a coroa de sempre dessa menina!

O príncipe...
Ah, o príncipe?
Foi só uma história!

Inserida por joanaoviedo

O AMANHECER



Retornei-me ao mundo dos mortais,
até revestir-me de imortalidade outra vez.
E caminhei por entre os prados e jardins
para remarcar meus rastros, antes que ventos
os apagassem.

Dormi o sono dos justos ou dos injustos,
e despertei-me como qualquer deles...
Ouvindo a melodia dos pássaros.
E o sol brilhava assim mesmo na minha janela.

Inserida por joanaoviedo

APRENDIZ DE SOLIDÃO


Aprendi a ser só
Aprendi seguir e ousar!
Percebi que para voar
é deixar-me ser levado...
Planar nos ventos sem suas asas.
Vi o quanto posso...
Eu, pássaro de rapina!
Não perco na noite imensa ou curta.
Aprendi a usar minha retina
tal qual a azul luz da mira de um fuzil.

Inserida por joanaoviedo

LOUCURA DE AMOR


Grita, grita! Oh, alma amargurada!
Até acordar-te do teu pesadelo.
O amor existe! Foi apenas um sonho ruim.
Não fora embora seu amado!
Nem há montanhas intransponíveis,
ou, pássaros de mau presságio.

Escuta! É a mesma canção do vento
que o trouxe um dia! Ele ainda sopra!
Podes sentir o perfume em tuas mãos.
A fragrante essência dos deuses!
Não as lave! Leve à tua boca e sentirás
quão doce sabor!

Acorda-te, desse pesadelo,
Oh, alma amargurada!
O amor ainda existe. Persiste!
Não te enlouqueças na tua dor!

Inserida por joanaoviedo

DEVOLVA-ME


Devolva-me as doces palavras
e as mais puras gargalhadas
que tocaram-lhe os ouvidos!

Devolva-me !

Devolva-me os beijos
que com sofreguidão lhe dei,
e as carícias que só eu soube,
ou não soube, mas que desenhei
em seu corpo as marcas
da felicidade efêmera.

Devolva-me!
E se quiser, devolverei os beijos e os abraços.
Conceda-me uma noite, apenas!
E daquela estrada, peço que me retorne de onde
juntos seguimos, pois não sei mais voltar, estou perdida!

Devolva-me!
Devolva-me a direção do caminho!

Inserida por joanaoviedo

ASSIM É ESSE MEU AMOR


Esse amor que é meu e me alimenta
de versos, anelos e ternura.

Que um dia saí a procurar,
a chamar de alma minha...
Há muito já habitava-me os sonhos.

Sua voz macia e um sorriso terno...
Mãos pequenas de pérolas!
E os negros olhos a mirar os meus!
Esse amor seria todo meu paraíso!
E me amaria por tudo e também por nada.


Assim é esse meu amor...
Eu o amaria por tudo e também por nada.

Inserida por joanaoviedo

O VINHO DA JUVENTUDE ESCARLATE



O vinho que eu bebi em sua boca me enlouqueceu.
Era de uvas frescas colhidas em tempos da juventude escarlate.
Em tempos que o trem apitava ao longe anunciando sua chegada.

Eu na estação à procura...
Não era mais o menino de alma singela e pura,
mas o homem esbelto com seu paletó aos ombros,
em busca da menina de tranças.
E eu não mais a criança!
Não mais o vestido floral.

Era um tempo de estio, não mais um jardim estival.
Jardim que juntos plantamos para selar nosso amor
de criança...

Hoje quando o trem apita, ouço da vida um prenúncio:
Não mais o trem que chega, e sim, avisa sua partida.

E bebo o vinho embriagante da sua boca, na lembrança.

Inserida por joanaoviedo

QUERO


Quero ser o sonho que te faz bem...
Que te faz dormir e sonhar.
Eu quero ser sua poetisa a cantar
as melodias mais profundas
das sereias no fundo do mar.
Deixa-me cantar!

Sou também jardineira das flores
E posso uma semente lançar...
As sementes dos amores.
E pintar um jardim tão perfeito
Que não haverá outro jeito
a não ser amar, amar, amar...
Nas profundezas do mar,
ou no mais simples leito.

Inserida por joanaoviedo

POR TUA ALMA É QUE ANELO


As violetas passaram sobre o meu olhar,
deixando sombras arroxeadas.
E os nardos cobriram a visão da tua passagem...
Indas que ouvia a carruagem de um príncipe,
não pude sentir o gosto por te ver passar...
Mas os olhos da minha alma ferida sentiu tua sombra...
- Podes passar-te, oh majestade!
E sobre mim, essa sombra palpitará,
como se meu corpo estivesse tocado!

Será imenso esse amor que me abrigas.
E nunca mais, nunca mais, haverá um estribilho,
em meus versos onde te pousarás teu brilho!
No encanto da alma, e por quem anelo.

Então apenas os nardos e as violetas se passaram
arroxeando meus olhos e cobrindo-me a visão
da tua breve passagem.

E meu corpo palpitará
como se lhe houvesse tocado.

Inserida por joanaoviedo