Livro
INOCENTES DO LEBLON
Os inocentes do Leblon não viram o navio entrar.
Trouxe bailarinas?
trouxe emigrantes?
trouxe um grama de rádio?
Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram,
mas a areia é quente, e há um óleo suave
que eles passam nas costas, e esquecem.
Todo o mundo tem um mistério escondido por dentro e que precisa decifrar. Se você prestar atenção, vai ser capaz de decifrar o seu mistério.
Nos livros eu me acho
me traço, me encontro, me abraço
Descubro mais sobre mim
o que move esse tuntim
Aprendo quem há dentro deste denso ser
a humana que nada nesse extenso
Desvendo meus meus gostos
os coloco expostos
na biblioteca que em mim habita
e exorbita
Me transformo
Me altero
Assim como choro e sinto afeto
É uma viagem ao universo
tão vasto, tão belo
Me desfaço em confissões
Refaço minhas profissões
Me transbordo para um mundo
tenebroso e profundo
De vilão a mocinho
Princesa a índio
Livros são paraísos!
Epitáfio
Nem sempre tudo são flores.
É preciso espernear,
se infiltrar nos amores,
conhecer, devanear...
Ouvir quem conta uma história,
seja triste ou indecente.
Ou até um poema insano
desse poeta insolente.
Visitar a Pedra Grande,
despir quem me incendeia.
Balbuciar nos ouvidos:
- Você é linda, Serra Feia!
A indecência chega a ser boa
na medida do prazer.
O epitáfio dos loucos?
Poetar, sonhar, viver.
Autor: Renan Castro
Poema que faz parte do livro Guapó, Nossa Gente, Volume 2, de Claudenilson Fernandes.
O sonho
Dormi e sonhei
que beijava-lhe
o corpo inteiro
fazendo-a perder-se
em devaneios.
Acordei despindo-me...
Desde pequeno sempre gostei de livros bem que era mais pelas capas que pelo conteúdo com palavras que ainda não entendia. Mas sempre gostei e sempre acreditei que escritores os fabricavam. Nesta mesma época já me via como um curioso e contumaz pensador e nunca pensei em escrever um livro. Pois para mim, os pensadores tem como principal objetivos espalharem palavras, visões e pensamentos ao maior numero de pessoas que encontram pelos caminhos. Confesso que é o que tenho feito mesmo sendo o autor.
Têm pessoas que precisam adoecer para se sentirem cuidadas,
Se embebedarem para se sentirem faladas,
Ricas para serem respeitadas e,
Traídas para serem endeuzadas dai ,acabam se matando para serem valorizadas.
Nunca coloque um ponto final na história da sua vida; coloque uma vírgula, uma exclamação ou ate mesmo um simples ponto e vírgula! Às vezes, a nossa história acaba porque simplesmente colocamos um ponto final no lugar de uma reticências, trazendo um rompimento de uma possível continuidade; transformando-a assim, num parágrafo em de vez de um livro!
As escolas públicas precisam mais de recepcionistas, por ser um lugar de educação, do que de porteiro musculoso, fardado, armado: segurança. Ninguém recebe a pedradas cordialidade, a informação correta e um livro de honra com o registro dos visitantes.
Tudo continua seguindo seu fluxo normal. Não deveria haver espanto, assombro ou perplexidade dos homens. Pois, tudo foi escrito antecipadamente e está detalhado no Grande Livro...
Os livros, objetos geradores de sonhos, que da imaginação florescem vida e inspiração para aqueles que necessitam de esperança.
Ao olhar para atrás e ver as marcas dos meus passos pintadas no quadro do tempo, constato que obtive o necessário para fazer esta grande travessia. Viver, chegar lá à frente, parar e poder dizer. Nasci todas as vezes que me permiti. Aventurei-me. Pisei firme no solo e, mesmo que por vezes ferido, desbravei mundos, caminhei por vezes só, atravessei desertos fantásticos, temi, chorei e sorri, e hoje aqui sigo confiante no futuro desconhecido imerso num imenso universo onde tenho, ainda, muito para descobrir.
(Adilson Santana)
ISBN: 9789899682535 Arquivo. Biblioteca Nacional de Lisboa - Portugal
Tenho um medo profundo de viver longos anos e não realizar nada, chegar à velhice e continuar sendo um livro em branco. Alguns temem a morte, eu temo a vida. Porque pior que a morte, é a vida não vivida.