Livro
“Vivo em um mundo louco que eu crio a cada manhã, onde as pessoas são felizes e tudo é paz e amor.
Se não posso tornar isso realidade no mundo, faço o meu mundo assim, e todos terão um mundo melhor de mim”
“O mundo sobrenatural, que excede a matéria, é o que realmente rege toda obra da criação e o equilíbrio no universo. Hora Deus comandando os seus, hora o Diabo comandando os dele, e ambos em guerra.
O fato é que existo, mas apenas quando me coloco na dimensão sobrenatural. A matéria é orgânica e perecível, enquanto a alma pertence a Deus e é eterna. Devemos usar a matéria para o estudo e desenvolvimento deste conhecimento, propagar a vida após a morte, a grandeza do reino de Deus.”
“Pessoas e coisas confundem-se constantemente por aqueles que, na ausência de amor em sua essência e não havendo desenvolvido a habilidade de pensar e refletir, não entendem o propósito real da criação, tão pouco sua existência. Por cometerem tal blasfêmia, a sociedade caminha para uma forma de vida completamente irracional ao passo que essa qualidade de gente não consegue entender que as pessoas são mais importantes do que as coisas. Compreenda-se por coisas tudo aquilo que não é uma “pessoa”. Ame o Senhor nosso Deus acima de todas as “coisas” e o seu próximo como a ti mesmo.”
“Ser homem é honrar os sentimentos mais puros de uma mulher. Realizá-la.
Ser humano é honrar os sentimentos mais puros de um outro ser humano. Compreendê-lo, respeitá-lo em suas diferenças.”
"Faça parte da solução. Do contrário, você é pior do que o problema, que, por si só, não se resolve, enquanto você tem a opção de solucioná-lo mas não a capacidade de fazê-lo."
"De certo modo, eu o amava, mas havia uma outra parte de mim. Uma que não se entendia e que era maioria no meu coração; uma parte sonhadora que escolhia assassinar-se ou não: se talvez fosse rosa demais para esse mundo humano – talvez morresse ali mesmo e agora, de morte súbita e consciente? Não, não. Não podia. Era linda demais e eu a amava."
"Os humanos gostam de pensar que se pudessem arrancar o amor de seus corações o fariam, quando não são correspondidos, mas no fundo sabem que o que os prende ao amor é o simples fato de querer estar preso."
"Então seria esse o meu final? Eu que sempre fora esquisita e doce, não merecia também um final esquisito e doce? É assim que se morre?"
"Você tem medo?", ela perguntou um dia. "Do que?" eu respondi. "É que às vezes eu tenho medo, assim antes de dormir. Da morte, da vida... sei lá. É que é tanta coisa, não é?" Eu não disse nada e nós dormimos olhando o teto, as duas de olhos arregalados, assustadas sabe-se lá por quê.
"Minha doçura é leve, caminha com a ponta dos pés saltitando como bailarina. É estranha e não sabe o que é. Mas se pergunta, sempre. Talvez seja a pergunta e pronto."
"Não, não. Eu não o amava. Eu amava aquilo que ele me havia escrito e eu ri tão alto que na minha boca até um sorriso se materializou. Sorria porque finalmente veio o veredicto de que eu era louca?"
"Talvez eu precisasse de sua ferida mais do que ele do meu amor. E a ferida eu conseguia arrancar-lhe, mas o amor de mim não sairia ainda que espremesse o meu coração inocente sobre uma mesa de granito frio."
"Não se pode matar um demônio, porque eles já estão mortos. Não se pode matar energia, e demônios são seres energéticos. Eu teria de encontrar algo que destruísse não o seu corpo, mas o seu espírito. Algo que o rendesse a mim, que o fizesse querer o fim de sua existência por conta própria. E eu o tinha – mas doía-me pensar em Jasmim como uma arma. Eu tinha que ter certeza de que ela ficaria bem. Era só o que importava."
"Ela deitou-se sobre o meu cadáver transparente e só o que fez foi sorrir, o rosto sereno. Pôs as mãos sobre os seios em pose de donzela, disse que me amava. "Eu o amo, Cupido." Ainda que eu soubesse que era só o fantasma de sua alma que vinha para dizer-me adeus, eu sorri como só os olhos azuis de um anjo o fariam, o meu corpo brilhante flutuando entre o amor e a despedida. Poderia morrer agora: eram as palavras mais doces que se pode ouvir no leito de uma morte."
"Sua voz serena e carinhosa, seus lábios trêmulos talvez de frio, de alegria ou de um susto – nós gemíamos e não há como lhes dizer a dor que nos doía: doía levemente e o bastante para manter-nos vivos."
Assassinou a sua própria história? Não, não. Assassinou tudo aquilo que não era seu, e que por não ser seu, era puramente ela. Matou-se um pouquinho só, e pronto.
Pensou até que a vida fosse sua, pobre Dona Estella, teve a sua epifania dura e desorientada, como se descobrisse então o clímax de toda sua história em um momento doido que ela jamais teria imaginado acontecer-lhe, quando criança.
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