Literatura epigrafes
Acreditava que o maior conhecimento, especialmente para uma mulher, eram as palavras. Fatos, histórias, fantasias... o que importava era estar com fome e abraçá-las quando a vida se tornava complicada ou vazia.
Circulo muito por diversos bairros. Esse caminhar pelas ruas te dá a oportunidade de experimentar a alteridade, fazer uma outra leitura dos lugares.
Eu nasci e cresci no subúrbio, sou da Madureira. Quando eu fui fazer faculdade, comecei a escrever e eu sentia falta na literatura contemporânea brasileira desses personagens suburbanos. Eles pouco aparecem como protagonistas e, entretanto, representam a maior parte da economia do País.
Me sinto menosprezado pelo seu sentimentalismo frio! Sinto-me como um poço sem fundo com seu silêncio pertubador. Ignorado ou rejeitado? Qual palavra definiria esse sentimento retroverso...?
Não há novas histórias. Tudo depende de como você lida com elas. Nos romances, os personagens vão se apaixonar; você sabe disso quando vê a capa do livro. É como chegar lá que é divertido.
A realidade sempre me atraiu como um ímã; me torturou e me hipnotizou. Eu queria capturá-la no papel.
Afinal, uma história não pertence apenas a quem a conta. Pertence, em igual medida, a quem está ouvindo.
Em consonância com essa estranha contradição humana, muitos livros serviram para espalhar torrentes de palavras de sabedoria sobre amor, bondade e compaixão por todo o mundo.
Minha bagagem agora são as dúvidas. A cada livro volto ao ponto de partida e ao coração agitado de todos os primeiros tempos.
Os livros de Atenas, Alexandria e Roma nunca estiveram completamente silenciosos. Ao longo dos séculos tiveram uma conversa sussurrada, um diálogo que fala de mitos e lendas, mas também de filosofia, ciência e direito. De alguma forma, talvez sem saber, fazemos parte dessa conversa.