Literatura epigrafes
A poesia dos dias sem sol.
A melancolia das nossas dores de estimação.
A fé indômita nas coisas que não possuímos ou vemos.
A indulgência aos nossos próprios crimes.
E ao paradoxo humano que ora nos santifica, ora nos dignifica ao fogo.
Não, o tempo não passa. Somos nós a passar depressa demais pelas pessoas e coisas das quais nossa alma grita por mais!
É preciso fazer planos e vislumbrar adiante, mas é imprescindível a consciência de que, o que temos é apenas o agora.
Muitos dos incômodos que enfrentamos não são superados, apenas nos acostumamos a viver com eles. Assim como um sapato apertado que, ora ou outra laceia, mas que deixa calos e cicatrizes irreparáveis.
Em pouco tempo se descobrirá que a doença que mais mata no mundo, não é o câncer , nem as complicações cardíacas, acidentes ou bala perdida.
A grande doença do nosso tempo chama-se FALTA DE EMPATIA! Que de tão perniciosa muitos nem sabem que existe.
Que a vida nos traga a coragem antes de qualquer outro dom ou predicado, pois até o amor covarde não passa de covardia, apenas.
Cada erro que cometemos são curvas no caminho da nossa totalidade evolutiva. E certos desvios estavam lá, nos esperando desde sempre. Para o nosso próprio bem maior!
Até os dons são fardos insustentáveis quando carregados de maneira errada.
Na maioria das vezes não é o peso das coisas que nos fere. Mas, nossa inércia em ajustar-nos ao novo modo de ser.
Viver é uma questão de estado de espírito.
Não importa o quão ajustada esteja sua forma, um espírito sem vontade de viver transfigura qualquer arte.
Conselhos, músicas e livros precisam da hora exata para receber, ouvir e ler.
Do contrário não passarão de suspiros inaudíveis e descartáveis.
Sempre há um silêncio no que o outro diz. Mas não compreendemos por achar que só em nós vivem segredos mudos.
Cada vazio é uma vida.
A morte não é uma necessidade do corpo que se deteriora, mas sim uma necessidade da alma que anseia por seu regresso de refazimento.
A cada um foi dado um deserto, sendo como única escolha, a travessia.
E também a todos foram dadas armaduras distintas. Talvez por isso nunca haverá total compreensão das dores, fraquezas, forças e razões alheias.
Sou as renúncias que fiz. O bem que deixei de praticar. As letras que não estudei, os lugares que não passei. O sorriso que neguei e os crimes que, por amor cometi. Pois todas as boas ações que, por ventura, sorte ou conveniência pratiquei nada mais foram que obrigações existenciais.
A superficialidade das relações que hoje nos permitimos viver é o fio condutor das profundas dores que, por fim, nos fará morrer.
Engraçado que, por mais efêmera que a vida seja, o tempo que perpassa por ela é cruel, e por vezes parece interminável. E por muitas vezes finda coisa que, outrora parecia sem fim.
O problema é que a vida não te espera ficar pronto, preparado, treinado...
Ela simplesmente solta os ventos em sua direção, e não importa qual a idade que te compete você nunca será grande o suficiente para certas ventanias.