Literatura epigrafes
Certas situações confortáveis são desconfortáveis, e sendo o mundo literário de momentos de inclusão e exclusão, o jeito é ficar alerta. E isso significa o quê? Trabalhar.
Em primeiro lugar eu escrevo para existir, eu escrevo para mim. Eu existo no mundo e a minha existência repete-se nas outras pessoas.
Escreve-se para preencher vazios, para fazer separações contra a realidade, contra as circunstâncias.
Se você tem medo de escrever algo,
isso é um bom sinal.
Suponho que você sabe que está
escrevendo a
verdade quando está aterrorizado.
Escrever é uma espécie de poder sobrenatural. Como ver os mortos ou fazer levitar os móveis da sala.
Não há como agradar a todos, porque esse livro mítico com um final que todos querem não pode existir - vocês querem coisas diferentes, cada um de vocês. A única coisa que posso fazer, à luz desse fato, é escrever uma história honesta da melhor maneira possível.
Escrever não é um mestre fácil. As frases deixadas inacabadas nunca continuam tão bem quanto começaram. Novas idéias dobram o arco principal do texto e nunca mais se encaixam perfeitamente.
Livros significam todas as possibilidades. Eles significam sair de si mesmo, perder-se, morrer de sede e viver plenamente. Eles significam tudo.
Você escreverá sua história de várias maneiras. Nunca se preocupe com a história. Você tem apenas uma.
O verdadeiro caráter é revelado nas escolhas que um ser humano faz sob pressão - quanto maior a pressão, mais profunda a revelação, mais verdadeira é a escolha da natureza essencial do personagem.
Em nome da folha
Nenhuma folha vive sem raiz, quando ela se solta da árvore achando que vai ser livre, ela voa e a cada vôo apodrece ainda mais, seja livre, mas jamais esqueça de fincar raízes A'Kawaza
Um verso blue
para mim
para você
(...)
Um verso blue,
my dear,
perdido
nesse sábado de pedra
nesse dia de chuva.
(...)
O que vê
espelho
fixado
na parede do quarto?
Vê
dia e noite
e rastro da insônia.
(...)
O que vê
senão
essa cara
sem dono
esse terno de linho
e esse lenço no pescoço.
(...)
Só gente muito ingênua acredita em autobiografia. E apenas hipócritas afirmam que estão contando o próprio passado.