Literatura epigrafes
A gente adentra a página como quem nada quer, pensando no que pode haver entre duas cidades. Decerto, as pessoas são outras, os prédios, as avenidas conduzem a destinos outros. Um amor está à espreita, caso tenhamos a sorte de todos os passos conduzirem ao encontro.
Para nos contar da eterna teia que é a saudade, da construção que é o afeto, esse ônibus ao outro que estamos atrasados para pegar (mas sempre dá tempo). E como dá tempo nos sentamos, aliviados, diante desse ponto de partida e chegada que é o outro.
Estamos tecendo com o que pudemos, aceitamos esse trabalho com a linha que temos e não paramos, pois sabemos que o único modo de encurtar uma distância é percorrendo-a. Mal sabemos que estamos, com isso, construindo uma outra distância. Maior.
"As pessoas deveriam doar seus livros antes de morrerem. Se uma pessoa, ao morrer, leva junto uma biblioteca, morre mais que uma pessoa."
Dizem que a Nigéria é o gigante da África, mas um gigante que tropeça em seus próprios pés pode cair. Cai mesmo.
E se Moçambique fosse governado pelo povo? Talvez as praças fossem lugares de festas e não de medo.
Ela olhou para a carta de despejo na mesa, havia tantas palavras, mas a única que ela conseguia ler, era 'FIM'.