Literatura de Cordel
A vida
A vida não espera
Você passar a limpo
O hoje
É a pedra mais preciosa
Que não se encontra em garimpo
A vida nos dá a opção
E nós temos as escolhas
Nós somos alunos
E a vida professora.
A vida as vezes judia
Mas você tem a opção
De se agarrar na alegria
Ou de mergulhar na solidão.
A vida te dá o que você planta
Se plantou o bem
O mal pode vim
Mas nada adianta.
A vida é breve, passageira
Não se ache imortal
A conta chega
E a morte é certeira.
A vida é bela e preciosa
Não perca o sabor
Viver
É sensação mais saborosa.
A vida é cada amanhecer
Agradeça todos os dias
A oportunidade
Que você tem pra viver.
Salve-me rainha
Salve-me dessa dor sem fim
Apenas salve-me
Você não pode me dizer que é o fim
Eu não quis que fosse assim
Só salve-me
E um dia, podemos sorrir?
ZÉ BARRIGÃO
Apreciem, meus leitores
Uma forte discussão
Que tive com Zé barrigão
Um cantador do sertão
O qual, no tanger do verso
Vencia qualquer questão
Um dia, determinei
A sair do Quixadá
Uma das belas cidades
Do estado do Ceará
Fui até o Piauí
Ver os cantores de lá
Me hospedei na Pimenteira
Depois em Alagoinha
Cantei no Campo Maior
Na Bahia e na Baixinha.
De lá eu tive um convite
Para cantar na Guilhermina
E foi lá que eu vi, uma moça
Linda, com os olhos sem melanina
Me apaixonei de repente
O único problema, eu não sabia o que falar
Não sou bom com as palavras
Então um cordel eu fiz, e eu comecei a recitar
A alegria tomou conta, e as lágrimas começou a rolar
É no cantar do passarinho
Que me vem inspiração
O som toca meu coração
Porque é tão pequeninho
Consegue fazer seu ninho
É um ser vivo de valor
Nas asas não cabe dor...
Nesse verso aqui pelejo
EM CADA DETALHE VEJO
O TOQUE DO CRIADOR.
MOTE: LUIS EDUARDO ALVES
(M)ês das mulheres é
(U)m mês resiliente,
(L)he inspira ser forte...
(H)oje seguimos em frente
(E) faça um favorzinho
(R)espeite mais a gente!
Com muita inspiração,
sob a luz do luar,
começo poetizar
as coisas do coração.
Minha imaginação
se transforma logo em rima,
elevando a autoestima,
de forma muito completa...
Assim declama o poeta
do cordel: Everton Lima.
com esses lindos olhos brilhantes, em um azul da cor do céu e essa pele bem rosada, com um tom de pastel, esses lábios adocicados em um puro sabor de mel, meu desejo é beijar você, porém levantando o seu véu, desenhar e pintar uma família, com lápis e um pincel, escrever nossa história, em folhetos de cordel, até que a morte nos separe, e fim de neste mundo o nosso papel...
ANTIGOS REPENTISTAS
Eu tenho muita saudade
dos antigos repentistas,
que cantavam lá na praia,
diziam que eu era artista.
Em dupla, com violões,
encantavam os corações...
nunca mais os vi na vista.
Cada passo dado na vida, é um motivo a mais para agradecer a caminhada. O destino pode ser longo, mas com perseverança, em breve o alcançará.
"Peço desculpas a muitos, pois perdão só peço a Deus"
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"A fortaleza do fraco, é tentar enfraquecer o forte, utilizando sua fraqueza para tentar se fortalecer".
"Sementes lançadas em lajedos, só nascem pedregulhos"
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"A dificuldade maior para a caminhada, é quando nos achamos incapazes de dar o primeiro passo".
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E vamos indagar sobre o nordeste.
Aprendeste que o sudeste és um estado celeste.
Tão prudente, surpreendente.
Mas aonde fica o nordeste?
No meio de um um bradar:
Ignorante, errante, néscio, tolo!
Pertencemos a um estado, que tem potencial pra ser um país.
Com abundantes qualidades:
Cultura, arte, cantilena...
Clima, contrante social!
O berço do Brasil
Vamo traduzir? é pra ser chamado de vossa alteza.
O nosso berço é acometido por ataques
Nosso sotaque é judiado
Somos um povo trabalhador, mas somos chamados de mandrião, bandoleiro, malandro e até mesmo larápio.
O Nordeste não vai se calar para o Norte ou Noroeste, Sul ou Sudeste e nem mesmo pro Oeste.
Vamos bradar:
Um xêro no cangote acompanhado de um beijo.
Eles vão relinchar: E nordestino é gente?
Vamos bradar: Não viste jornais, somos o verdadeiro significado de vossa realeza.
- STEFANY CARVALHO - escritora de superlativo
O PINGUIM
O pinguim quando ele anda
Vai bailando engraçado
O passinho bem curtinho
Parece sapateado
Vai ver é pra esquentar
Pois se fica a hibernar
Ele morre congelado
É O FIM
Tudo que inicia
Se finda.
Tudo que é como
Se fosse
Não é.
São palavras bem covardes
Que agradam os Mané.
Nem o céu
Nem o inferno.
É apropriado a mim.
Não tenho nada de santo
Do diabo um pouquim.
Mas rezo todos os dias
Pra Deus ter pena de mim.
Se não for tanto trabalho
Me indique o atalho
Que me incurte o caminho.
Livrai- me de todos males
Pode ser devagarzim.
Me desvie dos demônios
Que miram contra mim.
A desgraça alheia minha
Resplandece os corações.
Pai eterno meu Senhor
Me livre de tais tentações.
Arrumai pra aí
Um cantinho
Com carim.
Pois aqui
Estou sozim...
Mesmo em meio à multidões!
280924
cuidado com espinhos pequenos
cuidado com palavras pequenas
cuidado com abraços curtos
cuidado com beijos abreviados.
cuidado com pequenas armadilhas
cuidado com pequenas medidas
Cuidado pois ninguém tropeça em montanhas,
são as pedras pequenas
que mais quebram a gente.
Roney Rodrigues em "Sobre coisas pequenas"
ÁRIA PARA AS REPRESAS DE SÃO PAULO
Naveguei por tuas entranhas
Me arrebentei em tuas curvas
Me molhei no teu centro
Bebi dos líquidos teus
Mergulhei, pulei, me diverti.
Fui inocente ao teu encontro
Amei sob os teus olhos.
Perdi amigos e quase irmão no teu dorso. Chorei as mágoas dos esquecidos.
Naveguei na esperança
Mergulhei em busca de paz
Descobri tua história, tua criação
Percebi tua importância,
Passei a cuidar ainda mais.
Vi teu nome batendo asas
Rubras asas de teu Guará.
Alimentei minh’alma, meu corpo.
Saciastes a sede de muitos
E não pedira nada em troca,
Mas aqueles que de ti beberam
A esqueceram.
Ficaste triste
Desabastecida de esperança
De chuva e de cuidados.
E teu corpo espalha-se
Por minhas periferias
Pelas margens de minha cidade.
Encontrarás rios-mares
Nas noites frias e quentes
Desaguará nas válvulas dos desperdícios Será beijada pelo céu
Em dias de chuva
E aquecidas nos dias de sol.
Silenciosa eclusa de minha vida
Cuja paisagem me enche os olhos na alvorada
Teu gigante corpo sobre as cidades
Trazem as histórias do século XX
E o desprezo do XXI.
Minha esplanada líquida
Que de tão importante
Far-se-á em ouro.
Mas mais importante
São os ouros de vidas
Que por ti clamam.
Me recordo muito bem,
eu, maestro do silêncio sabia te silenciar,
meus métodos impecáveis te jogavam pra longe
lembro da imagem do seu rosto inocente reluzindo
como um cometa e me acertando em cheio,
eu acordava suado no meio da madrugada
e ficava acordado até meu corpo se apagar,
porque minha mente nunca se apaga,
ela está sempre ligada repetindo meus erros
me levando para um passado recente
transbordando minhas lembranças.
O passado é um trem carregado apitando e saindo da linha, eu nunca fui bom corredor e sempre perco essa corrida.
Roney Rodrigues em "Memória Fumaça"
O inverno corta rente a carne
a ferida arde mais em quem sente
mais que os outros.
Em um ponto de ônibus qualquer
as horas demoram para passar
e o vento assopra loucuras geladas
no ouvido de uma moça que deixa escapar algumas lágrimas,
ela recolhe algumas gotas que caíram.
Com um lenço vermelho ela impede que vejam a fragilidade.
O frio mais assassino é um coração polar,
um coração tão frio que afasta qualquer alma
que ouse se encostar para esquentar.
Roney Rodrigues em "Coração Polar"
Quando um abraço acontece,
os corações se esbarram,
o calor estremece as veias,
as pontas soltas se ligam,
o relógio se retorce
e o tempo desacelera.
Amar é um grande descompasso,
é curvar o tempo e ser eterno
nem que seja apenas
por um momento.
Roney Rodrigues em "Descompasso"
Acredite, palavras são profecias. O que é dito volta com a ferocidade de um furacão ou com a maciez de um lábio apaixonado. O dia ainda não acabou, aproveite cada oportunidade para espalhar a cura de uma palavra boa.