Literatura de Cordel

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A solução dos problemas humanos terá que contar com a literatura, a musica, a pintura, enfim com as artes.
O homem necessita de beleza como necessita de pão e de liberdade. As artes existirão enquanto o homem existir sobre a face da terra. A literatura sera sempre uma arma do homem em sua caminhada pela terra, em sua busca de felicidade.

A medicina é minha fiel esposa e a literatura é minha amante; quando me canso de uma, passo a noite com a outra.

A Filosofia pensa, a literatura escreve e a dança pensa e escreve com o corpo.

Sem a literatura, a vida é um inferno.

De todo o minimalismo
clichês e letras de música
de toda minha literatura
você ainda é a melhor página.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

Nota: Trecho do poema Link

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O que a literatura faz é o mesmo que acender um fósforo no campo no meio da noite. Um fósforo não ilumina quase nada, mas nos permite ver quanta escuridão existe ao redor.

Só os mais fracos de espírito se recusam a ser influenciados pela literatura e a poesia.

Para que minha vida me bastasse, precisava dar seu lugar à literatura. Em minha adolescência e minha primeira juventude, minha vocação fora sincera mas vazia; limitava-me a declarar: "Quero ser uma escritora". Tratava-se agora de encontrar o que desejava escrever e ver em que medida o poderia fazer: tratava-se de escrever. Isso me tomou tempo. Eu jurara a mim mesma, outrora, terminar com vinte e dois anos a grande obra em que diria tudo; e tinha já trinta anos quando iniciei o meu primeiro romance publicado, A convidada. Na minha família e entre minhas amigas de infância, murmurava-se que eu não daria nada. Meu pai agastava-se: "Se tem alguma coisa dentro de si, que o ponha para fora". Eu não me impacientava. Tirar do nada e de si mesma um primeiro livro que, custe o que custar, fique em pé, era empresa, bem o sabia, exigente de numerosíssimas experiências, erros, trabalho e tempo, a não ser em virtude de um conjunto excepcional de circunstâncias favoráveis. Escrever é um ofício, dizia-me, que se aprende escrevendo. Assim mesmo dez anos é muito e durante esse período rabisquei muito papel. Não creio que minha inexperiência baste para explicar um malogro tão perseverante. Não era muito mais esperta quando iniciei A convidada. Cumpre admitir que encontrei então "um assunto" quando antes nada tinha a dizer? Mas há sempre o mundo em derredor; que significa esse nada? Em que circunstâncias, por que, como as coisas se revelam como devendo ser ditas?

A literatura aparece quando alguma coisa na vida se desregra; para escrever - bem o mostrou Blanchot no paradoxo de Aytré - a primeira condição está em que a realidade deixe de ser natural; somente então a gente é capaz de vê-la e de mostrá-la.

Simone de Beauvoir
BEAUVOIR, S. A Força da Idade, Nova Fronteira, 2009

Os best-sellers estão para a literatura como a prostituição está para o amor.

O excesso de exactidão censura a tua vaga literatura.

Isso é parte da beleza de toda a literatura. Você descobre que seus desejos são desejos universais, que você não está só e isolado de todo o mundo. Você pertence.

F. Scott Fitzgerald

Nota: Em correspondência com Sheilah Graham

Acredite no poder
da palavra “Desistir"
tire o D coloque o R
que você vai Resistir.
Uma pequena mudança
às vezes traz esperança
e faz a gente seguir.

Bráulio Bessa

Nota: Trecho do poema Um aprendiz.

RECOMECE

Quando a vida bater forte
e sua alma sangrar,
quando esse mundo pesado
lhe ferir, lhe esmagar...
É hora do recomeço.
Recomece a LUTAR.

Quando tudo for escuro
e nada iluminar,
quando tudo for incerto
e você só duvidar...
É hora do recomeço.
Recomece a ACREDITAR.

Quando a estrada for longa
e seu corpo fraquejar,
quando não houver caminho
nem um lugar pra chegar...
É hora do recomeço.
Recomece a CAMINHAR.

Quando o mal for evidente
e o amor se ocultar,
quando o peito for vazio,
quando o abraço faltar...
É hora do recomeço.
Recomece a AMAR.

Quando você cair
e ninguém lhe aparar,
quando a força do que é ruim
conseguir lhe derrubar...
É hora do recomeço.
Recomece a LEVANTAR.

Quando a falta de esperança
decidir lhe açoitar,
se tudo que for real
for difícil suportar...
É hora do recomeço.
Recomece a SONHAR.

Enfim,

É preciso de um final
pra poder recomeçar,
como é preciso cair
pra poder se levantar.
Nem sempre engatar a ré
significa ca voltar.

Remarque aquele encontro,
reconquiste um amor,
reúna quem lhe quer bem,
reconforte um sofredor,
reanime quem tá triste
e reaprenda na dor.

Recomece, se refaça,
relembre o que foi bom,
reconstrua cada sonho,
redescubra algum dom,
reaprenda quando errar,
rebole quando dançar,
e se um dia, lá na frente,
a vida der uma ré,
recupere sua fé
e RECOMECE novamente.

Bráulio Bessa
Poesia que transforma. Rio de Janeiro: Sextante, 2018.

A essência de um homem de verdade,
vem do pai pra formar um cidadão,
vem da mãe pra lhe dar educação,
e um menino vira homem caráter.
Macho véi, com muita sinceridade,
Eu lhe digo que aqui no meu sertão,
caráter e honestidade são coisas de criação,
tem família que sofre com sede e fome,
sem dinheiro, sem luxo e sem “sobrenome”,
12 filhos e nem um vira ladrão.

Seja humilde, mas não seja besta.

Sou o gibão do vaqueiro,
Sou cuscuz, sou rapadura
Sou vida difícil e dura
Sou nordeste brasileiro

Sou cantador violeiro, sou alegria ao chover
Sou doutor sem saber ler, sou rico sem ser grã-fino
Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser

Da minha cabeça chata, do meu sotaque arrastado
Do nosso solo rachado, dessa gente maltratada
Quase sempre injustiçada, acostumada a sofrer
Mesmo nesse padecer, sou feliz desde menino
Quanto mais sou nordestino, mais orgulho tenho de ser

Da terra de cultura viva, Chico Anysio, Gonzagão,
de Renato Aragão, Ariano e Patativa.
Gente boa, criativa
Isso só me dá prazer, por isso, eu tenho orgulho em dizer
Meu obrigado ao destino,
Quanto mais sou nordestino, mais tenho orgulho de ser

Se eu soubesse que esse mundo
Estava tão corrompido
Eu tinha feito uma greve
Porém não tinha nascido
Minha mãe não me dizia
A queda da monarquia
Eu nasci, fui enganado
Pra viver neste mundo
Magro, trapilho, corcundo,
Além de tudo selado.

Assim mesmo meu avô
Quando eu pegava a chorar,
Ele dizia não chore
O tempo vai melhorar.
Eu de tolo acreditava
Por inocente esperava
Ainda me sentar num trono
Vovó para me distrair
Dizia tempo há de vir
Que dinheiro não tem dono.

O amor tem gosto de seriguela madura.

Bráulio Bessa
Poesia com rapadura. Fortaleza: Cene, 2017.

Minha alma triste suspira
em deslumbrante desejo,
ausente da minha terra,
há tempos que não a vejo.
são suspiros arrancados
do peito de um sertanejo.

Nascemos sem inveja, sem preconceitos e desconhecendo a mentira,mas com o tempo nos tornamos adultos.