Literatura de Cordel
As vagas travestidas sob a derme, entranhadas na carne, não se esgotam no engano. Do torpor que obstrui os meus passos, replica-se uma agulha dessecada pela chaga inconsumível, sorrateira como as leoas que não declinam da caça, mas fogem atentas às abnegações que lhe são próximas.
É na rotina que se obtém o atestado da dedicação pura.
De Campos errantes, livro!
O nordeste não é para os fracos
É pra cabra macho, mulher arretada, povo trabalhador
Quem não conhece a tua história
Nem reconhece a tua luta
Não conhece o seu real valor.
Histórias são sementes de afeto e valores humanos.
Se espalharmos sementes boas, construiremos uma sociedade melhor para todos.
Florilégio
Sou uma pessoa
muito simples.
Meu único luxo
é ler Cruz e Sousa
e Murilo Mendes
no original.
Há basicamente, dois tipos de escritores: Os arrogantes e os geniais.
Os primeiros fazem o leitor sentir-se um ignorante. Os segundos, mais humano.
Como é raro encontrar quem abra mão da comodidade das releituras e que se arrisque criando estórias.
Não são as características físicas algo determinante para a criação do Sentido através do personagem literário e sim a profundidade a ele aplicada. O que torna uma ave perita no voo não é o seu tamanho, mas como ela utiliza as correntes de ar.
Aquele que ao terminar um Romance destaca unicamente os possíveis erros ortográficos da obra, lembra de certa forma um Capitão que ao regressar da viagem inaugural de seu barco, relata ao Mestre Carpinteiro que há falhas na pintura.
Qualquer narrativa literária onde figure o ser humano, exige de quem a escreva algum domínio sobre a arte da ambiguidade.
Não esqueçamos que o Mainstream Editorial costuma dar ênfase a produtos livrescos, mas fazendo-os passar por Literatura.
Ninguém exige que o Médico seja um excelente Poeta, ou de um Químico o desempenho de um Romancista. Mas, pasmem, ainda há os que defendem que o Escritor domine a sua Arte e de lambuja, sane todas as mazelas do mundo.