Literatura Brasileira
Cores (Parte 4)
Lá vai a garota de olhos azuis,
hipnotizando com o oceano que há no olhar.
Um canto que hipnotiza homens sem esperança
e os leva para um abismo sem volta.
Mulher de voz doce e coração frio
que faz a monotonia morrer e dá cores para a vida.
As cores se tornam mais intensas
e o canto da sereia se torna um vício.
A loucura se mistura com o gosto amargo da tristeza
e a garota de olhos azuis se diverte com isso.
Consegue ter o mundo em suas mãos
enquanto manipula a mente dos loucos solitários.
A sua dança hipnótica penetra na mente e vicia.
A louca dançarina de olhos azuis esconde o passado
em sua voz que se misturam com as cores
e logo em semi-colcheias.
SOUSA, Rodrigo. 2018
Cores (Parte 5)
Diga-me a razão da hipnose que guardas em ti.
Um azul escuro no espaço sideral,
ratos gordos que correm por cantos escuros.
Chuva corrosiva que você fez chover em mim...
A minha loucura num impulso meu num olho meu.
Oh doce carpa, o que tiveste feito naquele aquário?
Um gato tentou te atacar ou foi só a doce menina?
Está numa situação tão dolorosa...
Talvez as gotas amargas, cinzas e corrosivas
da chuva do sorriso dela tenham feito isso.
A euforia em Júpiter, a força gravitacional...
A alegria do pulo volta intensa e dolorida.
Pescador sonhador, viu uma miragem?
Ou a sereia com olhos angelicais era real?
Não há realidade quando a ilusão domina a mente
enquanto cores intensas pulsam;
pulsam como uma taquicardia desesperada
e se agitam feito peixe fora d'água.
Cores viram sons e então uma orquestra.
Talvez uma música livre de vanguarda.
Enfim... cores não são só cores;
São sentimentos e pessoas.
SOUSA, Rodrigo. 2018
Primitivo No. 1
Nossos desejos nos devoram.
E lentamente devoram o cérebro,
o coração e os olhos.
Pronto! Agora somos irracionais.
Primitivo e lutando irracionalmente
pelos frutos de nosso desejo.
Talvez isso seja só um transe
e logo vai acabar.
Será? Um desejo hipnótico que nos devora
e permanece. Nós somos primitivos.
Nos devoramos uns aos outros
com o propósito de alimentar nossa imaginação.
Frio, primitivo e agressivo.
Sendo devorado pelo desejo.
SOUSA, Rodrigo. 2019
Em 1964, esse secular silêncio começava a ser rompido e a reação feudal estava profundamente assustada com essa perspectiva. O alastramento das relações capitalistas no campo - seguindo o Brasil a via prussiana - realmente, com todas as deformações provocadas pelo desenvolvimento aqui inaugurado com o período Kubitschek e sofisticado com o chamado "modelo brasileiro", começa a colocar na arena política o trabalhador agrícola e completa o quadro em que a revolução burguesa necessita com urgência ultimar o seu processo já tão retardado (O populismo: a confusão conceitual)
O pior de tudo é que estes maus e corruptos políticos no Brasil estão matando os sonhos de esperança do sofrido povo brasileiro.
Um sopro, onde o vento não passa...
Há dias, em que a África mora aqui
Em outros, fica logo ali, depois do jardim
É e foi sempre e sempre assim
Seja sob a lua, sob o sol, sob a chuva
Não é difícil de se aperceber ou encontrá-la
Basta tirar do horizonte o olhar e mirar
Nas crianças nordestinas: anjos sem asas!
Nascidas guerreiras, já quase em partida
Encolhidas em colos, sedentas de vida
Algumas coisas que escutamos são tão sem sentindo que além de não acrescentar nada em nosso saber, ainda coloca dúvida naquilo que já sabemos.
Precisamos perseverar no exercício das virtudes para que possamos refletir o amor daquele que nos criou.
O maior laboratório natural de bioquímica do planeta para o século XXI é a Amazônia e ainda se encontra adormecido e muito pouco conhecido. De lá ainda há de vir as mais completas respostas e melhores soluções para nossa desafiante bio-diversidade.
O jovem brasileiro acaba indo buscar ícones, valores, modelos, ideologias e filosofias estrangeiras bem mais visíveis na internet - rede mundial de computadores pela falta do acesso ao conhecimento da arte, da historia e da cultura de sua própria cultura. Ora por outra me deparo com um jovem frustrado por ter buscado tão longe e de forma muito adaptável um valor que agora encontrou por aqui, na ainda hermética cultura nacional brasileira falando suas ideias de forma de simples e objetivo entendimento, singularizando em síntese o seu verdadeiro argumento de vontade, ideal de vida e entendimento que sempre desconheceu. Sendo assim, falta a difusão e melhor propagação dos conteúdos artísticos, históricos e culturais nacionais para que nossa identidade juvenil seja exercida por aqui e com maior vigor. Em contraposição o empresariado da festa visando grandes lucros na industria dos eventos entope o mercado pequeno brasileiro da região sudeste com valores alienígenas, modismos e fanfarras que na verdade a nós não nos acrescenta em nada e não nos diz respeito. A colonia cultural brasileira tem que encaminhar a passos novos de nossa juventude estudantil para a liberdade de metrópole mais que cultural nacional brasileira, que é para todo o planeta....infelizmente só não tanto reconhecida, por aqui.
O mercado da festa e dos eventos no Brasil tem que começar a entender que não vende mais por que está sempre fresquinho. Vende muito mais por que é brasileirinho.
A arte e a cultura mais que só avança perante ao novo. Ela em si por tempos retrocede ao velho, resinificando o que já existe e foi feito por futurismo no passado, mas que começa a fazer mais sentido perante o hoje, diante da contemporaneidade.
A arte, a cultura e o patrimônio no Brasil ainda é um vasto oceano bravio por causa de teóricos vaidosos chancelados navegantes distantes da realidade.
Vejo a arte e a cultura muito mais que substratos de identidade. As vejo como novas plataformas para a linguagem da filosofia publica edificante na diminuição das diferenças, na correção das distorções históricas sociais e mesmo um dos mais abrangentes meios e veículos na promoção da felicidade.
Hoje minha vaca deu leite
Tá sol
É verão
Não tem sombra
Nem capim.
Mas chove,
E, na chuva,
a gente se molha,
mas a gente não bebe água
a gente se afoga.
A água desce morro a baixo
Mas a gente tá abrigado
Opa, caiu um ali
Acho que não tem mais casa
Porque foi levada
Ladeira a baixo.
Com a chuva
Não há mais casa
Talvez haja capim
Mas vamos ter que dividir
E nem vai nascer a jato.
Porque é Verão
Faz Sol
Não tem sombra
E nem trato.
Eu não vou fazer
Nada que eu não queira
Porque eles vão ficar felizes
Eu não vou dizer que sim
Quando na minha garganta
Um grande “não” espera
Para ser gritado
Não mais