Literatura Brasileira
A vida é um grande jogo,
Na qual fazemos acontecer,
Pois os momentos passam logo,
E a derrota vai suceder.
Marilina Baccarat
A vida em suas circunflexas, folheia as páginas do tempo, mostrando-nos, que ela é um jogo de momentos...As nossas atitudes, os nossos sentimentos, são como pétalas de um mal-me-quer...
Quando permanecíamos com uma margarida em nossas mãos, que fora extraída do jardim, lá íamos nós, desfolhamdo-a arrancando pétala por pétala, e cada uma que tirávamos, dizíamos: mal-me-quer, bem-me-quer, até chegarmos ao final, onde ficava somente o miolo da flor...
A cada novo dia, surgem novos desafios, cabe somente a nós, transpô-los...Ninguém fará isso por nós...
A vida é como um jogo de momentos. É impossível ser jogada sozinha...
Todos somos jogadores e cabe a nós sermos adversários ou companheiros, nesse jogo de momentos, onde não se pode perder a calma...
Todos os dias, aprendemos algo diferente, que funciona como regra desse jogo. As nossas palavras, os nossos experimentares, fazem parte do jogo...
São como pétalas de um mal-me-quer, ora vão com o vento, ora vêm com a chuva e murcham com o sol...Mas, quando a noite chega, se refrescam com o orvalho, que cai sobre elas...
Precisamos decidir se queremos, ou não, respeitar e seguir as regras desse jogo de momentos...
A sensação de saudade do que já se viveu, saudade de brincar com uma simples flor, na brincadeira do mal-me-quer, bem-me-quer, gira em nossa memoria constantemente, num vaivém sem parar...
Saudade da canção que o tempo prometeu e não tocou para nós... Saudade dos outros tantos risos, que a brincadeira do mal-me-quer nos arrancou, quando o pôr do sol surgia no horizonte...
A vida, como um jogo, um dia se acaba...Mas, tanto nela, quanto em um jogo, é a forma como agimos, que vai determinar a conquista, por muito pouco, ou quase nada...Nós é quem determinaremos...
Como numa parábola, tal como a do mal-me-quer, seremos desfolhados se não nos encorajarmos, para vencermos o jogo...Pois do oposto, desfolharemos...
A vida desfolhar-nos-á, pétala a pétala... Mas, ficaremos na expectativa, de que conseguiremos vencer o jogo do mal-me-quer, quando a última pétala for a do bem---me-quer...
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "Nas Curvas do Tempo" página55
O riacho e sua música
Certa vez, olhamos para o rio, no auge do seu esplendor, chegamos à conclusão de que suas águas,ao declinarem e batendo em suas pedras, são bastante
parecidas com a regência de um grande coral, regido pelo horizonte... Quando as águas, ao descerem em direção ao mar, cantam suas canções...
Os nossos corações se aquietam, para poderem ouvir aquela cantiga...
Há uma infinidade de vozes, ali, dentro daqueles talentos... Ali, parece existirem clamores de sopranos,contraltos, baixos e tenores e, de cada um deles,parece haver o maior ajustamento possível, que permitirá
que todos eles sigam o ritmo, criando o mistério da sinfonia da música...
Como um rio calmo, vai correndo com sua melodia...Ela é perfeita e cresce conforme ele desce, regendo o coral, dominando profundamente o nosso ser... Com os raios derramados pelo sol, que refletem,em suas águas. Ali, acharemos a calma e a paz...
Ao lado da sonata, que é executada, para nossa admiração, observamos que, sempre, há flores em suas margens...
O útil e o belo precisam onviver,iluminando-se, mutuamente, pois, do contrário, não
haveria a harmonia, de que muito a música precisa...Mas, quem invade o espaço do rio somos nós, que não paramos para ouvir a sua melodia, que é bem gostosa de se ouvir, alegrando o nosso ser..
Pessoas se aproximam e logo dizem para as crianças: – Não se abeire, pois pode ser perigoso...
E nós a escutar, pensamos com os nossos botões: – Perigoso por quê?
As crianças aprenderiam a ouvir sua música e, com isso, aprenderiam a cantar...
Mas quem abonaria o aproximar das crianças perto das beiras, que têm suas margens floridas?...
Ninguém permitiria que elas se aproximassem, pois não haveria segurança, conforme eles diziam...
Então, elucubramos: – garantia do quê? Vista como uma maravilha da natureza, a música, que esse coral executa, não averia o porquê, de não haver uma abonação...
Muitas vezes, quando estamos em suas margens, ouvindo sua canção, tentamos imaginar, naquelas águas, que correm para o mar, rostos de pessoas, que, a nós, são caras... Às vezes, parece-nos que ainda estamos vendo seus gestos, quando olhamos para o rio... As nossas mãos são como as delas, calejadas por remarem todos os dias, contra a correnteza das águas da vida... Mãos machucadas de tanto remar contra os infortúnios da vida, elas são vigorosas, mas, ao mesmo tempo, capazes de transformar, de uma hora para outra, sua força em delicadeza...
Do mesmo modo que ele se encontra com o oceano, cantando a sua canção, o nosso mundo está cheio de fatos misteriosos, abitolado e restrito, apenas àquilo que, a nós, é visível... Nunca ficamos irritados
com suas histórias, pois, para nós, suas temulências trazem uma espécie de pozinho mágico, que alegra nosso navegar pelas águas calmas...
No fundo, estávamos convencidos de que aquele ribeirão fosse algo, extremamente, feminino, onde o feminismo significa uma atitude própria, de quem não precisa se empenhar, seriamente, nas coisas concretas da vida...
Não contestamos e, muito menos, procuramos explicações acerca daquilo, que defendemos, pois, evidentemente, não temos a capacidade de fazê-lo, pois as torrentes descem, com uma tal velocidade, que não seria possível a uma fêmea possuir a força daquelas águas...
Acostumamos a ver, todos os dias, as carraspanas descerem violentamente, levando os barcos, com uma violência, que chegamos a pensar que a vida poderia ser assim, tal qual a sua correnteza, mas, que levassem as nossas dores...
Que avaliassem as nossas relações, cantando suas melodias, que, hora parecem ser uma sonata e, em outra, um adágio a nos embalar em suas margens floridas...
Sentiríamos o seu perfume e, certamente, encontraríamos o andamento e aprenderíamos a navegar juntamente com suas moafas... Nesses assuntos, a única coisa, que poderia nos unir, às suas correntezas, além de sua música, seriam as flores em suas margens...
Dispomos de mais tempo que os arroios, pois eles descem velozes e não conseguimos acompanhá-los, pois eles dispõem de mais tempo do que nós...
Há dias em que, ouvindo a melodia, que é executada por ele, com nossos barcos aproximados, colocamo-los no rio e, juntamente, com suas correntes, vamos navegando e, juntos, seguimos a sua regência, cantando-a juntos com ele...
E, de fato, quando retornamos, desse passeio, parecemos pescadores de contentamentos, garimpeiros em busca da jovialidade, que suas melas parecem nos oferecer por toda a nossa vida, afora...
Porém, enquanto o rio corre na perfeita paz, marcando o tempo dos nossos pensamentos, com seus cantares, nossas palavras parecem suspensas, no silêncio...
Já não eram meras palavras, mas pedras preciosas, que dançavam, à nossa volta...
Entorno de nós, corria o rio do mistério... E era, justamente, esse mistério, que nos dava a certeza de que pequenas janelas são abertas, com suas melodias...
Marilina Baccarat no livro "Corre Como Um Rio" página25
Eu dedilho a canção da alma,nas teclas do computador. Assim como a música da escrita, que é dedilhada nas teclas do computado, com a canção da .alma.
Como borboletas, que seguem em direção à luz, que cada uma de nós saiba abandonar os antigos casulos e voar em direção à luz, desse dia, que está trazendo o novo, a mudança, a alegria, em direção ao brilho da vida, que está no dia, que acabara de nascer, com o sol maravilhoso e o céu azul a nos encantar
O DIA EM QUE O CRAVO BRIGOU COM A ROSA
A briga foi assim:
Disseram à rosa
que o cravo beijou
a camélia cheirosa.
Pronto!
Foi o fim.
Nunca mais o cravo e a rosa
viveram felizes no jardim.
A rosa sempre chorosa,
o cravo quase sem cor
e a rosa se despetala
e o cravo morre de amor.
No canteiro, margaridas
ficam zombando, atrevidas,
desse romance sem fim.
E mais; poetas perversos,
à falta de novos versos,
catam rimas no jardim.
Muitas vezes, somos uma janela fechada, atrás da qual se esconde a tristeza, e, atrás de sorrisos, carregamos muitas, todas tantas lágrimas, incertezas... Somos muitas vezes o que parecemos não ser, tampouco diferentes do que aparentamos ser.
Marilina Baccarat, no livro musicalidade colorida
Quem vive a vida, permitindo-se deixar enfraquecer, cedo ou tarde, vai se machucar, se frustrar, se magoar, com suas finalidades...
Mas, certamente, conhecerá a felicidade, a alegria e o amor, se, ao cair, aprender a se erguer sozinho, levantar e seguir em frente...
Quando tudo nos direciona para a busca da ventura, parece mesmo ridículo afirmar que as pessoas têm medo de amar e, com isso, não buscam o amor, se esqueceram delas mesmas...
E, assim, acabam estragando seus momentos felizes, com os temores. Transformando tudo em angústia, em um medo, enorme, de amar...
Por que essa estranha sensação, que temos, de sentirmos medo do próprio amor?
Por Marilina Baccarat de Almeida Leão
As lembranças são como um concerto de uma grande orquestra sinfônica, em noite de gala no Municipal. Assistir a um concerto de gala, no municipal, nos leva até às alturas alcandoradas, mexendo com o mais profundo do nosso ser. Quando uma orquestra não segue o maestro, o músico se distrai, tudo vai meio que às cegas, pois, todos ficam sem nada saber o que fazer. Assim, são nossas lembranças, elas têm que seguir seu maestro, que é o nosso pensamento. Tudo, ali, no nosso pensar, fica gravado e escrito em uma partitura, dentro da nossa memória. Se as lembranças não estiverem conectadas com o nosso consciente, que seria o instrumento e o nosso pensamento sendo o maestro, tudo iria ficar às cegas, não iriamos ter as lembranças gravadas em nosso pensar. Mas, como elas seguem a pauta, olham para o maestro e fazem do jeito, que ele quer, tudo fica harmonioso. Na partitura da música, além de segui-la, o músico há de olhar para o maestro e entender a vontade dele. Se ele quiser florear a música ou, apenas, colori-la, os músicos têm que acompanhá-lo, do contrário não sairá nada com harmonia. O nosso pensamento é o maestro de nossas lembranças, queiramos ou não, é ele quem rege nossas lembranças. É por isso que temos todas elas em perfeita harmonia, podem passar anos, que lá estão elas nos fazendo lembrar de tudo o que passou. Quando as lembranças tristes surgem, é quando a orquestra desafina e o nosso pensamento fica aflito, querendo que entrem certo, que lembrem de alegrias! Há lembranças, que são teimosas e insis
tem em sair da pauta, desafinam, vão para os caminhos tortuosos e, com isso, ficamos melancólicos. Mas, o maestro toma a frente, exige que o nosso pensar pegue a partitura da alegria e desafie as lembranças, que só querem mostrar as partes tristes, que já passaram. Há lembranças, que não lembramos mais que lá estão, mas, o maestro resolve reunir toda a orquestra de lembranças com os instrumentos do pensar e, com elas, tomar o lugar de uma grande sinfônica, em uma grande apresentação. É quando as boas lembranças, reunidas, formam os instrumentos de corda e a alegria será a solista. As lembranças tristes, também, vão compor a orquestra, mas, o maestro as coloca lá nos fundos, para tocar a percussão... Ah, se elas não se comportarem, vão ser excluídas da orquestra e nunca mais farão parte dela. Todas elas vão ficar ótimas... Algumas inverossímeis e até divertidas, em um concerto, que, ao chegar, ao final, será capaz de levar, às lágrimas, qualquer mortal.
Cada um de nós carrega, dentro de si, o bem e o mal, mas temos o poder de decidir qual prevalecerá. É uma escolha diária, individual e que faz toda a diferença.
Assim é a vida. É preciso aprender a subir e também a descer, a cair e se levantar, mas ter sempre a mesma coragem. Se escorregarmos numa ladeira de incertezas, podemos usar as nossas habilidades para parar e voltar de novo. Mas vamos precisar de um amigo para nos ajudar. E assim continuaremos a nossa caminhada. Marilina Baccarat De Almeida Leão
Veneração, para mim, é um dos sentimentos mais salutares que existe...A alma fica leve, quando se tem valimento... Respeito pela vida, pelo ar que respiramos, pelo pão que nunca faltou, pelo amor, pela amizade.
Primavera
Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.
LIDAR COM MUDANÇAS EM NOSSAS VIDAS, NÃO É TÃO DIFICIL.
Cada mudança, positiva ou não, nos leva a enfrentar modos de pensar e agir que fogem do esperado.
Quem não teve modelos de ousadia entre entes próximos, como pais, avós e amigos, terá mais medo de encarar os desafios do que os cercados de pessoas destemidas.
Há inúmeras estratégias para encarar bem uma mudança. Trocar o "por que?" pelo "para quê?" Vale a pena.
Ao se perguntar "para que?", o indivíduo procura um sentido que está dentro dele, ao contrário de " por que?", pois a pessoa pode se sentir vítima do destino e desistir de mudá-lo.
Assim trocando o "por que?" pelo "para que?" você sempre terá uma resposta para poder encarar a nova realidade,pense nisso!
A tempestade, quando passa, em nossa vida, parece querer nos destruir, mas, se soubermos ultrapassar essa tempestade, jamais seremos levados pela enxurrada, que quer nos derrubar, saberemos vencê-la...
"Nas alamedas do coração, há flores, nós podemos contemplar, mas, quem não pode, penso eu, saberá dar mais valor às flores, que não poderá ver, pois sentirá o perfume, que, talvez, nós, que podemos ver, não sentiremos e, muito menos, ficaremos perfumadas de nós mesmas."
Da escritora Marilina Baccarat de Almeida Leão
No livro "Alamedas do Coração"
Ouça o vento tocando as folhas, o canto dos pássaros, o tagarelar das crianças. Descontraia e se divirta muito. Não deixe sua vida girar em torno de uma coisa só.
Marilina Baccarat de Almeida Leão
Não podemos ser como os pessimistas, que dizem que a chuva resultará em lama. Temos que agir como os otimistas, que acreditam que ela servirá para assentar a poeira.
Os encantos acostam-se sem que eu esteja esperando, explodem como se fossem bulbos entumecidos, em baixo da terra, que, ao se soltarem, explodem em flores de várias qualidades e perfumes diferentes, tal qual os encantos...
Marilina Baccarat de Almeida Leão - no livro "Vivas Emoções"
Se quisermos mesmo vencer os obstáculos,temos que deixar de sofrer pelo que é trágico e nos acostumar com tudo que acontece, sabendo enfrentar tudo com a verdadeira coragem