Literatura Brasileira
AS ESTAÇÕES
A alegria é a nossa companheira, pois tem que ser, sem ela, jamais teríamos vivido a felicidade, durante toda a vida, desde a hora em que nascemos...
Passando pela infância, juventude e chegando, na fase adulta, ultrapassamos a porta da rua, sem medo de enfrentar a vida com seus percalços...
Nascemos, na primavera da vida. Por essa estação, só pensávamos em brincar. Para nós, não havia o futuro, depositávamos esperança, no verão, que seria a juventude...Ah... como gostaríamos que o verão chegasse logo, para podermos curtir essa estação...
Adentrando na juventude, ou seja, no verão da vida, depositávamos, ali, a espera de que a fase adulta logo chegasse; o outono da vida, em nós...
Pensávamos, como toda jovem pensa, que a fase do outono vai chegar e iríamos nos casar...
Somente imaginávamos, adentrando a nave de uma igreja, com aquela marcha nupcial linda tocando... As pétalas de rosas sendo jogadas e os convidados a nos admirar...Esquecemos de pensar é que poderíamos tropeçar no véu de noiva e irmos ao chão...
Não gostaríamos que houvesse aquelas promessas todas, pois, se o amor é autêntico, adoraríamos, se só existisse a festa, tanto na igreja, como no buffet, sem aquele acordo todo, recheado de promessas, que, muitas vezes, não são cumpridas...
Os sacerdotes só esquecem de fazer-nos prometer que, depois que a vida terminar, continuaremos a amar por toda a eternidade...Deveriam incluir isso...
Iríamos nos divertir muito mais... Os convidados não ficariam cansados à espera da cerimônia terminar... Riríamos muito e nos tornaríamos, dali, para a frente, casadas e realizadas, para sempre...
Seguiríamos pelos caminhos das estações da vida, retirando os espinhos das rosas e enfeitando nossos caminhos, apenas com suas pétalas perfumadas...
Não permitindo que os espinhos ferissem os nossos pés, e, portanto, caminharíamos tranquilas...
E de tal modo, prosseguiríamos, até que a velhice chegasse, ou seja, o inverno da vida, mas, já maduras e sabendo o que queríamos da vida, aproveitaríamos, muito mais, essa estação gostosa...
É a síntese da mulher, que soube construir, ao longo dos anos, fases nas estações da existência...
É a substância, que fica, em nossa essência, depois que passamos por todas as estações da vivência...
Amantes e esposas do homem a quem amamos durante toda a nossa vida e até a eternidade...
Marilina Baccarat no livro "É Mais Ou Menos Assim" página22
As mães nunca morrem, apenas saem de cena, apagam as luzes e fecham as cortinas, nos deixando sozinhos no palco da vida... E, a bruma que desce, envolvendo o momento, encobrindo nossos olhos, do que antes era visível e, agora é impalpável... Em nosso eu, retumba, antigos sons, contando-nos histórias antes de dormir, ou chamando-nos para o banho... Dizem que tudo passa, mas, as mães não passarão... Elas apenas entardecem junto com o pôr do sol... Mas, estarão para sempre junto à nós, caminhando pari passu, com a nossa alma e nosso coração...
Pois, não sabemos quanto tempo temos, só sabemos dos dias do tempo, que trazem a esperança, não podemos parar o tempo, só nos resta esperar com esperança...
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "Musicalidade Colorida" página 24
A inveja é a dor da felicidade alheia.
Não se importe com ela, pois essa dor poderá voltar para você...
Marilina Baccarat de Almeida Leão (escritora brasileira)
Não deixe que a saudade lhe sufoque, que a rotina se acomode, que o medo o impeça de tentar...
Esse é um trecho de um texto de Marilina Baccarat, escritora brasileira, que se encontra no livro "Escalando Montanhas"
Quem é esse inverno, que quer ensinar a beleza da primavera, quando ele é bastante congelado, e nunca avistou o nascer das flores...
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "E a Vida TInha Razão"
Então, deixei os momentos irem, como pássaros que voam livres no verão e se protegem do frio no inverno... Deixei o passado cair como as folhas de uma árvore no outono, mas , tenho certeza de que na primavera elas voltarão... Volverão como lembranças e assim, deixarei brotar o presente, tal qual as flores, florescendo e espalhando o seu perfume... Enfim, esperarei o futuro chegar, assim como os pássaros esperam o verão para voarem livremente, e os bulbos entumecidos que esperam a primavera para florescer e exalar o seu perfume. Assim somos feitos... Passamos pela vida, que é feita de passado, presente, futuro, momentos, lembranças, verões, invernos, primaveras e outonos...
Marilina Baccarat (escritora brasileira) no livro E a vida tinha razão
COMBINEI COM O TEMPO.
Fiz um acordo com o tempo, combinei com ele, pois vai fazer frio por esses dias. Pedi para que ele passe bem devagar e me deixe ver os ipês, que ainda estão floridos, neste final de outono. Que ele me deixe admirar as flores de maio, retardatárias, tão cheias de botões, que só agora, quase em junho, resolveram florir.
Combinei com o tempo para que ele espere um pouco mais, que eu possa sorrir mais, antes que o frio venha. E que as mil tarefas, que tenho a fazer, todos os dias, não sejam tão cansativas.
Fiz um trato com os relógios da casa, pedi mais tempo para mim, tempo para sentir o silêncio e para curtir mais este finalzinho de outono.
Andei ouvindo a voz do tempo, contando-me coisas antigas, como se ele tivesse retrocedido. E eu, buscando lá atrás, dentro dos sonhos, o que realmente me interessa...
Esse acordo foi firmado, sem assinatura ou cartório. Pedi ao tempo um momento, para eu poder olhar o céu e a chuva, sentindo, na alma, o sopro do vento, de um século, que não mais existe!
Saboreando um chá, que ganhei de terras distantes, tem sabor de amizade e carinho. Tem um que é bem adocicado.
Meus pés estão frios, mas as mãos aquecidas pela escrita e pela memória. Já sinto saudades da estação, que está prestes a terminar, como se esvaziasse de mim mesma, os sonhos, que foram colocados em minha memória.
Lá fora, a chuva cai, enquanto escrevo as últimas linhas...
Faz frio la fora,mas, como combinei com o tempo, queria que fosse assim. O ar gelado me é agradável e o meu coração mantêm-se aquecido, pelo prazer de ter feito o tempo retroceder...
De tê-lo colocado lá, no passado, para sempre, em letras, bem grandes, meu legado, uma estória dentro da história.
Que o tempo, este senhor que tudo pode, me permita, não me prender ao tempo, para não confundir, achando que a felicidade ficou para trás. Quero ver o tempo impresso e dando, a outros, o prazer que me deu, de voltar no tempo e escrever sobre o que senti em meus sonhos...
Combinei com o tempo, cumpri meu trato. E ele, o seu. Agora é só esperar!
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "Em Busca dos Sonhos" página 55
Conselhos para novos escritores, que desejam participar dessa estrada maravilhosa, que é a literatura.
1) Marilina Baccarat de Almeida Leão, escritora brasileira, escreve pela madrugada adentro, até as 4h00... Quando o sol desponta no horizonte, ela já escreveu e, dorme até ao meio dia. Escrever pela madrugada, ou, pela manhã o rendimento é melhor...
2) As redes sociais e o celular, são os maiores aliados da procrastinação, por isso, Marilina Baccarat desconecta-se de todas as suas redes sociais durante as horas em que se dedica a escrita.... É claro que, a vontade de checar as novidades do facebook, do twitter, do Instagram, as fotos de nossos amigos é uma vontade, mas, se o escritor quiser realmente ser um escritor de sucesso, o autocontrole, a disciplina e o compromisso com o trabalho, devem vir em primeiro lugar.
3) Cobrir-se de doses diárias de novas ideias, este é um dos segredos da escritora brasileira Marilina Baccarat, manter um fluxo constante de pensamentos...
4) A escritora aconselha que todos os escritores iniciantes, separem alguns minutos do dia para um relaxamento, antes de começar o trabalho. Uns minutos de reflexão, onde devemos rever tudo o que está a nossa volta e, aliado à sua criatividade e imaginação. Construir um universo que será posteriormente materializado pelas suas palavras...
5) Escrever todos os dias, mesmo quando não tiver veleidade para escrever.... Não deixe de exercitar constantemente a sua escrita.... Pois, a cada escrita, surgem novas nuances, novas perspectivas e passamos a enxergar com os olhos da alma...
Pensamento do escritor Russo Tolstói:
“Devo escrever a cada dia sem falhas, não tanto pelo sucesso do meu trabalho, mas para não sair da minha rotina”
Tolstói (escritor Russo, que distribuía seus livros de graça para o povo Russo)
"Se és capaz de me sentir bem perto,
Embora longe um dia me encontrar,
Se só te embalam sonhos mil, que ao certo,
Verás que sabes mais e mais me amar".
(Marilina Baccarat De Almeida Leão)
Uma linda tarde gente amiga de todos os cantos.
Compete, a nós, escolhermos o que vamos guardar dentro de nossos corações... Que não sejam bugigangas de sentimentos, tal qual a raiva, a inveja e o desamor... Que sejam sentimentos sonoros, tal qual uma sonata, que só é linda, quando, ao final, ela chega, levando às lágrimas qualquer mortal...
Marilina Baccarat de Slmeida Leão no livro "Musicalidade Colorida"
Fases da vida
Somos pessoas felizes por ter vivido bem cada etapa da nossa vida... De cada uma delas, saindo mais rica e mais forte, mesmo através do sofrimento... Algumas vezes, trôpegas, com vontade de desistir... Noutras, eufóricas, querendo permanecer, para sempre, em alguma fase vivida... Mas, seguindo em frente... Mesmo assim, por isso mesmo, aprendemos que tudo passa... O tempo não passa sozinho no relógio e na contagem desenfreada dos dias... Passa, tão rápido, e com ele passamos nós e tudo o que vivenciamos em nossa caminhada... Tentamos validar nossas experiências, a cada decisão tomada, a cada ação desenvolvida... Porque é preciso não perder o objetivo e esse objetivo é justamente saber usar todo o tempo que foi vivido, o conhecimento adquirido, a luz que não se apagou, que são os anos vividos e que carregamos... Tenhamos vinte, trinta, quarenta, cinquenta, sessenta, setenta, oitenta, noventa, cem anos, o que não é difícil chegar...ou mais, quem sabe... Pois, toda idade receberá, da vida, sua bagagem de informação. E o entrosamento, dessas noções, formará o Eu de Nós... Respeitar e procurar entender as razões de cada idade. Pois cada uma é diferente; se não reverenciarmos, não seríamos o Eu de Nós, pois, cada passagem da vida, é dessemelhante, assim como são as pessoas...
Marilina Baccarat no livro "O Eu De Nós" página 15
A vida é um grande jogo,
Na qual fazemos acontecer,
Pois os momentos passam logo,
E a derrota vai suceder.
Marilina Baccarat
A vida em suas circunflexas, folheia as páginas do tempo, mostrando-nos, que ela é um jogo de momentos...As nossas atitudes, os nossos sentimentos, são como pétalas de um mal-me-quer...
Quando permanecíamos com uma margarida em nossas mãos, que fora extraída do jardim, lá íamos nós, desfolhamdo-a arrancando pétala por pétala, e cada uma que tirávamos, dizíamos: mal-me-quer, bem-me-quer, até chegarmos ao final, onde ficava somente o miolo da flor...
A cada novo dia, surgem novos desafios, cabe somente a nós, transpô-los...Ninguém fará isso por nós...
A vida é como um jogo de momentos. É impossível ser jogada sozinha...
Todos somos jogadores e cabe a nós sermos adversários ou companheiros, nesse jogo de momentos, onde não se pode perder a calma...
Todos os dias, aprendemos algo diferente, que funciona como regra desse jogo. As nossas palavras, os nossos experimentares, fazem parte do jogo...
São como pétalas de um mal-me-quer, ora vão com o vento, ora vêm com a chuva e murcham com o sol...Mas, quando a noite chega, se refrescam com o orvalho, que cai sobre elas...
Precisamos decidir se queremos, ou não, respeitar e seguir as regras desse jogo de momentos...
A sensação de saudade do que já se viveu, saudade de brincar com uma simples flor, na brincadeira do mal-me-quer, bem-me-quer, gira em nossa memoria constantemente, num vaivém sem parar...
Saudade da canção que o tempo prometeu e não tocou para nós... Saudade dos outros tantos risos, que a brincadeira do mal-me-quer nos arrancou, quando o pôr do sol surgia no horizonte...
A vida, como um jogo, um dia se acaba...Mas, tanto nela, quanto em um jogo, é a forma como agimos, que vai determinar a conquista, por muito pouco, ou quase nada...Nós é quem determinaremos...
Como numa parábola, tal como a do mal-me-quer, seremos desfolhados se não nos encorajarmos, para vencermos o jogo...Pois do oposto, desfolharemos...
A vida desfolhar-nos-á, pétala a pétala... Mas, ficaremos na expectativa, de que conseguiremos vencer o jogo do mal-me-quer, quando a última pétala for a do bem---me-quer...
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "Nas Curvas do Tempo" página55
O riacho e sua música
Certa vez, olhamos para o rio, no auge do seu esplendor, chegamos à conclusão de que suas águas,ao declinarem e batendo em suas pedras, são bastante
parecidas com a regência de um grande coral, regido pelo horizonte... Quando as águas, ao descerem em direção ao mar, cantam suas canções...
Os nossos corações se aquietam, para poderem ouvir aquela cantiga...
Há uma infinidade de vozes, ali, dentro daqueles talentos... Ali, parece existirem clamores de sopranos,contraltos, baixos e tenores e, de cada um deles,parece haver o maior ajustamento possível, que permitirá
que todos eles sigam o ritmo, criando o mistério da sinfonia da música...
Como um rio calmo, vai correndo com sua melodia...Ela é perfeita e cresce conforme ele desce, regendo o coral, dominando profundamente o nosso ser... Com os raios derramados pelo sol, que refletem,em suas águas. Ali, acharemos a calma e a paz...
Ao lado da sonata, que é executada, para nossa admiração, observamos que, sempre, há flores em suas margens...
O útil e o belo precisam onviver,iluminando-se, mutuamente, pois, do contrário, não
haveria a harmonia, de que muito a música precisa...Mas, quem invade o espaço do rio somos nós, que não paramos para ouvir a sua melodia, que é bem gostosa de se ouvir, alegrando o nosso ser..
Pessoas se aproximam e logo dizem para as crianças: – Não se abeire, pois pode ser perigoso...
E nós a escutar, pensamos com os nossos botões: – Perigoso por quê?
As crianças aprenderiam a ouvir sua música e, com isso, aprenderiam a cantar...
Mas quem abonaria o aproximar das crianças perto das beiras, que têm suas margens floridas?...
Ninguém permitiria que elas se aproximassem, pois não haveria segurança, conforme eles diziam...
Então, elucubramos: – garantia do quê? Vista como uma maravilha da natureza, a música, que esse coral executa, não averia o porquê, de não haver uma abonação...
Muitas vezes, quando estamos em suas margens, ouvindo sua canção, tentamos imaginar, naquelas águas, que correm para o mar, rostos de pessoas, que, a nós, são caras... Às vezes, parece-nos que ainda estamos vendo seus gestos, quando olhamos para o rio... As nossas mãos são como as delas, calejadas por remarem todos os dias, contra a correnteza das águas da vida... Mãos machucadas de tanto remar contra os infortúnios da vida, elas são vigorosas, mas, ao mesmo tempo, capazes de transformar, de uma hora para outra, sua força em delicadeza...
Do mesmo modo que ele se encontra com o oceano, cantando a sua canção, o nosso mundo está cheio de fatos misteriosos, abitolado e restrito, apenas àquilo que, a nós, é visível... Nunca ficamos irritados
com suas histórias, pois, para nós, suas temulências trazem uma espécie de pozinho mágico, que alegra nosso navegar pelas águas calmas...
No fundo, estávamos convencidos de que aquele ribeirão fosse algo, extremamente, feminino, onde o feminismo significa uma atitude própria, de quem não precisa se empenhar, seriamente, nas coisas concretas da vida...
Não contestamos e, muito menos, procuramos explicações acerca daquilo, que defendemos, pois, evidentemente, não temos a capacidade de fazê-lo, pois as torrentes descem, com uma tal velocidade, que não seria possível a uma fêmea possuir a força daquelas águas...
Acostumamos a ver, todos os dias, as carraspanas descerem violentamente, levando os barcos, com uma violência, que chegamos a pensar que a vida poderia ser assim, tal qual a sua correnteza, mas, que levassem as nossas dores...
Que avaliassem as nossas relações, cantando suas melodias, que, hora parecem ser uma sonata e, em outra, um adágio a nos embalar em suas margens floridas...
Sentiríamos o seu perfume e, certamente, encontraríamos o andamento e aprenderíamos a navegar juntamente com suas moafas... Nesses assuntos, a única coisa, que poderia nos unir, às suas correntezas, além de sua música, seriam as flores em suas margens...
Dispomos de mais tempo que os arroios, pois eles descem velozes e não conseguimos acompanhá-los, pois eles dispõem de mais tempo do que nós...
Há dias em que, ouvindo a melodia, que é executada por ele, com nossos barcos aproximados, colocamo-los no rio e, juntamente, com suas correntes, vamos navegando e, juntos, seguimos a sua regência, cantando-a juntos com ele...
E, de fato, quando retornamos, desse passeio, parecemos pescadores de contentamentos, garimpeiros em busca da jovialidade, que suas melas parecem nos oferecer por toda a nossa vida, afora...
Porém, enquanto o rio corre na perfeita paz, marcando o tempo dos nossos pensamentos, com seus cantares, nossas palavras parecem suspensas, no silêncio...
Já não eram meras palavras, mas pedras preciosas, que dançavam, à nossa volta...
Entorno de nós, corria o rio do mistério... E era, justamente, esse mistério, que nos dava a certeza de que pequenas janelas são abertas, com suas melodias...
Marilina Baccarat no livro "Corre Como Um Rio" página25
Eu dedilho a canção da alma,nas teclas do computador. Assim como a música da escrita, que é dedilhada nas teclas do computado, com a canção da .alma.
Como borboletas, que seguem em direção à luz, que cada uma de nós saiba abandonar os antigos casulos e voar em direção à luz, desse dia, que está trazendo o novo, a mudança, a alegria, em direção ao brilho da vida, que está no dia, que acabara de nascer, com o sol maravilhoso e o céu azul a nos encantar
O DIA EM QUE O CRAVO BRIGOU COM A ROSA
A briga foi assim:
Disseram à rosa
que o cravo beijou
a camélia cheirosa.
Pronto!
Foi o fim.
Nunca mais o cravo e a rosa
viveram felizes no jardim.
A rosa sempre chorosa,
o cravo quase sem cor
e a rosa se despetala
e o cravo morre de amor.
No canteiro, margaridas
ficam zombando, atrevidas,
desse romance sem fim.
E mais; poetas perversos,
à falta de novos versos,
catam rimas no jardim.
Muitas vezes, somos uma janela fechada, atrás da qual se esconde a tristeza, e, atrás de sorrisos, carregamos muitas, todas tantas lágrimas, incertezas... Somos muitas vezes o que parecemos não ser, tampouco diferentes do que aparentamos ser.
Marilina Baccarat, no livro musicalidade colorida
Quem vive a vida, permitindo-se deixar enfraquecer, cedo ou tarde, vai se machucar, se frustrar, se magoar, com suas finalidades...
Mas, certamente, conhecerá a felicidade, a alegria e o amor, se, ao cair, aprender a se erguer sozinho, levantar e seguir em frente...
Quando tudo nos direciona para a busca da ventura, parece mesmo ridículo afirmar que as pessoas têm medo de amar e, com isso, não buscam o amor, se esqueceram delas mesmas...
E, assim, acabam estragando seus momentos felizes, com os temores. Transformando tudo em angústia, em um medo, enorme, de amar...
Por que essa estranha sensação, que temos, de sentirmos medo do próprio amor?
Por Marilina Baccarat de Almeida Leão
As lembranças são como um concerto de uma grande orquestra sinfônica, em noite de gala no Municipal. Assistir a um concerto de gala, no municipal, nos leva até às alturas alcandoradas, mexendo com o mais profundo do nosso ser. Quando uma orquestra não segue o maestro, o músico se distrai, tudo vai meio que às cegas, pois, todos ficam sem nada saber o que fazer. Assim, são nossas lembranças, elas têm que seguir seu maestro, que é o nosso pensamento. Tudo, ali, no nosso pensar, fica gravado e escrito em uma partitura, dentro da nossa memória. Se as lembranças não estiverem conectadas com o nosso consciente, que seria o instrumento e o nosso pensamento sendo o maestro, tudo iria ficar às cegas, não iriamos ter as lembranças gravadas em nosso pensar. Mas, como elas seguem a pauta, olham para o maestro e fazem do jeito, que ele quer, tudo fica harmonioso. Na partitura da música, além de segui-la, o músico há de olhar para o maestro e entender a vontade dele. Se ele quiser florear a música ou, apenas, colori-la, os músicos têm que acompanhá-lo, do contrário não sairá nada com harmonia. O nosso pensamento é o maestro de nossas lembranças, queiramos ou não, é ele quem rege nossas lembranças. É por isso que temos todas elas em perfeita harmonia, podem passar anos, que lá estão elas nos fazendo lembrar de tudo o que passou. Quando as lembranças tristes surgem, é quando a orquestra desafina e o nosso pensamento fica aflito, querendo que entrem certo, que lembrem de alegrias! Há lembranças, que são teimosas e insis
tem em sair da pauta, desafinam, vão para os caminhos tortuosos e, com isso, ficamos melancólicos. Mas, o maestro toma a frente, exige que o nosso pensar pegue a partitura da alegria e desafie as lembranças, que só querem mostrar as partes tristes, que já passaram. Há lembranças, que não lembramos mais que lá estão, mas, o maestro resolve reunir toda a orquestra de lembranças com os instrumentos do pensar e, com elas, tomar o lugar de uma grande sinfônica, em uma grande apresentação. É quando as boas lembranças, reunidas, formam os instrumentos de corda e a alegria será a solista. As lembranças tristes, também, vão compor a orquestra, mas, o maestro as coloca lá nos fundos, para tocar a percussão... Ah, se elas não se comportarem, vão ser excluídas da orquestra e nunca mais farão parte dela. Todas elas vão ficar ótimas... Algumas inverossímeis e até divertidas, em um concerto, que, ao chegar, ao final, será capaz de levar, às lágrimas, qualquer mortal.