Literatura Brasileira
A pior escolha foi o auto martírio para mascarar os abusos que causara na tentativa de desfrutar de "bom conceito" junto à plateia.
Ambição, egoísmo, cegueira e ódio regiam a autodestruição.
E a infeliz ainda contaminou as suas honestas moedas com a porção que não era sua, legalmente.
E agora come do suor dos inocentes após difamá-lo e condená-lo injustamente com as suas injúrias.
Se jogou mesmo na poça de lama! Que desfecho mais triste...
E assim vem ao meu encontro, caminhando sorridente,
se virando feito um girassol, procurando o calor do sol.
Maliciosamente ela vem com o fogo do seu corpo,
se deita próximo ao meu caule, beija a minha boca pedindo que eu a ame
e sua linda flor se abrocha derramando seu néctar em desejo.
.
"estive no inferno algumas vezes
perdi neurônios demais para lembrar dos detalhes.
pra quem não morreu
eu tô ótimo
pra quem tá ótimo
eu pareço péssimo."
"sempre tem aquela hora em que a noite é mais escura
carrego comigo mil noites que jamais acabaram."
Ei ! Escuta surdo !
“Se a falta de amor e excesso de orgulho doentio , não faz você sentir raiva..
Você ainda não entende o poder espiritual.”.
AUTORRETRATO
Demétrio Sena - Magé
Não há como encontrar em mim a sensibilidade que os seus olhos leem no poeta que sou. Quem mora no poeta é alguém mais frio e sem coração do que as pessoas que nunca se camuflaram nos versos. Leia no romantismo dos meus poemas comoventes, algo escrito para convencer a mim mesmo. Veja nas minhas construções literárias que mais encantam pessoas, um desencanto pessoal. Uma incapacidade como indivíduo, para corresponder aos ideais.
Quem conhece profundamente a humanidade, a tal ponto que a interpreta, compreende ou conforta, não é uma pessoa física. É o imaginário em redor da pessoa incapaz de manter o encantamento; a confiança afetiva; o romantismo; a segurança emocional. O indivíduo que mora no poeta é frio; seco; apático; insensível... tenta, em vão, ser o poeta que é... repetir o poeta no sujeito e se apossar do seu predicado... vencer a si mesmo ao se matar como indivíduo, para sobressair-se como entidade... a entidade que se faz amar através das letras... da alma literária... alma de fora... armadura do corpo e da alma que se anulam, porque não podem corresponder aos sonhos que levam às essências longínquas.
Fique apenas com o poeta... com a doce mágica do seu próprio imaginário... e do meu lado impessoal. A pessoa que recheia o poeta é um indivíduo de corpo e vícios... que pelo quanto alimenta o poeta, já se tornou oco... é árido, escarpado e sem graça... é triste, rígido e deserto... é de fácil decepção e com certeza lhe magoaria, no futuro... talvez até o fizesse não muito tempo depois.
Se num futuro imprevisível... por algum descuido seu ou por uma tocaia inadvertida em minha solidão, você vier a me conhecer, antecipadamente me perdoe por eu não ser o poeta... o poeta que sou, mas que voa mundo afora e me deixa no abismo do apenas eu... tão vazio da poesia com que abasteço corações remotos.
... ... ...
#respeiteautorias Isso é lei.
Não foi sempre assim. Hoje posso dizer que está resolvido, mas foram dezenas de mensalidades ao terapeuta.
Não. Calma.
Também não é assim. Falando assim até parece que sou maluco, esquizofrênico.
De repente até sou. Ou não.
É difícil conviver com essa iminência de ser louco, sabe. Da vigia constante. Ou será que é ele que gera esse suspense pra me manter por perto, em dia com as mensalidades?
Perturbador ir para sessão pensando; "é hoje que ele me dá o diagnóstico".
Mas se sobreviver hoje, amanhã é outro dia.
Nunca desconfiei que poderia estar enlouquecendo. Ninguém nunca me falou, também.
Será que eu não tenha permitido essa aproximação?
Será que minha grosseria espantou os candidatos a diagnosticadores de loucura?
Mas também, nunca me excedi.
Eu sempre achei que as pessoas - depois que falam comigo, se cutucam e cochicham quando eu saio de seus campos de visão. Será que eu sempre achei isso mesmo? Ou será que só penso nisso quando paro para pensar nisso? Vai ver que nunca percebi isso, mas agora estou buscando isso na memória que talvez nem seja memória, seja uma criação nova, instantânea.
Mas se eu não sei se criei isso agora, como vou saber se nunca pensei nisso antes?
As pessoas cochicham de mim? Eu nunca percebi.
Acho que quando eu termino as frases as pessoas querem rir.
Ou de mim ou para mim. Eu me considero engraçado, isso sim! Sempre me achei o engraçadão da turma.
Tá aí! As pessoas riem porque sou naturalmente engraçado! Como não percebi isso antes?
Porque só pensei nisso agora, talvez?
Pensei agora que acho que já pensei antes que as pessoas depois que falam comigo cochicham rindo ou se cutucam comentando que acham que sou louco?
Mas se eu pensei nisso agora, como pensei que pode ser que pensei que isso aconteceu antes porque sou engraçado? Então eu já pensei antes. Se eu sei que sou engraçado quer dizer que já pensei que sou engraçado. E se eu sei que sou engraçado é porque eu já vi gente rindo de mim ou para mim. Se eu já percebi pessoas rindo de mim ou para mim, eu já parei para pensar nisso.
Mas não era isso que eu queria falar...
Eu queria falar sobre....
Bom, agora eu tenho terapia, depois eu volto pra falar sobre o que eu pensei sobre o que eu queria realmente falar.
Até!
O Pintor de poesias
Assemelha-se o poeta,
A um jeitoso pintor,
Que após desenhar a reta,
Faz um quadro de valor.
Enquanto o dotado artista
Pinta as cores de uma flor,
O hábil e audaz lirista
Acha a alegria na dor.
Imagens a tinta escreve
E a palavra pinta rima;
Mesmo um feito muito breve
Torna-se única obra-prima.
Risca, pincela, sombreia
Às letras mortas, aviva.
Zela, contenta, anima
Ao bom descanso convida.
Pensa, avalia, medita,
Às cores mortas, alegra.
Rima, argumenta, versa
À bela arte invita.
É o pintor de poesias
E o poeta de afrescos.
O feitor das alegrias
E dos autos principescos.
Vinde à agradável arte
Do espírito eloquente.
E pintai seu estandarte
Adornado belamente.
E o corre? Ocorre?
Sim, o corre!
O que ninguém vê.
Que o tempo não tira.
E o filtro não cobre.
O corre!
"Segredo" do ser.
Que te faz vencer.
Parceiro da sorte.
Ocorre?
Se não ocorre...
Corre!
**Receita de fazer versos medíocres**
Esta receita é infalível
e todo poeta
que não tem leitura
nem troca versos com outros poetas
sejam eles vivos em livros
ou amigos que cantam...
Com ela
poderão fazer poemas
o tempo todo!
E é bem fácil de aprender:
Reclame de dor de amor em uma primeira frase
depois coloque palavras difíceis eruditas
até francês na segunda frase...!
Desde que rime é o que vale
e que pareça bem culto!
Na segunda estrofe diga esperanças
E rime tudo
não importa com quê
desde que eruditíssimo
E sucesso você vai ter!
Vai ganhar concursos literários
Vai sentar na roda dos novos escarnecedores
Vai até viajar a Europa!
Pois do culto ao culto
você deve participar
E mesmo que não tenha sentido
Rime rime tudo com o erudito
Pois mais vale a rima
na mediocridade
que a ideia boa na sanidade!