Literatura Brasileira
Não Cortem os Meus Cabelos
Thersila era linda, o conjunto fazia a graça da sua beleza e o que mais impressionava eram os seus cabelos, tão longos como as horas de nossas vidas.
Sua mãe dizia: “corte os cabelos, estão muito compridos! Fez promessa?" Mas, ela se calava e seus cabelos cresciam feito horas de espera: intermináveis. Cresceram... Cresceram... que para lavá-los ia até ao rio Corumbá, desatava as tranças o que levava horas, e deitava sua longa cabeleira no cascalho das águas do rio.
Neste instante, os cabelos encharcavam e tomavam o movimento das águas e mais pareciam galhos e gravetos esparramados pela chuva. Lavava, secava e perfumava seus fios e retornava à casa.
Sua mãe bradava: "Que é isso? Promessa?” E os seus cabelos ainda mais cresciam... cresciam tanto, que seu marido fez deles seu colchão e suas cobertas, apaixonado pelos longos fios sedosos e cheirosos.
Amanhecia emaranhado, que o prendia feito teias, para que não abandonasse o leito.
Conselhos não adiantavam: corte as pontas, da força!
E não entendiam. Thersila fez promessa? Todos ficavam impressionados com ela sentada na poltrona trançando os fios esparramados pelo chão.
Ela passava horas a fio a desembaraçar e ajeitar os fios na cama e cobrir seu amado, confiando no enlace da paixão.
Num dia de irritação, ele entrelaçado e embaraçado em seus fios, bradou e cortou os seus cabelos.
Thersila, nesse instante entristeceu, empalideceu e emudeceu.
Sentou-se num canto da sala, começou a tecer os fios cortados, como teias, num crochê complicado e os dependurava nas janelas, como cortinas.
Ele desesperado com a sua mudez, pediu:
— Fale Thersila, são seus cabelos que lhe fazem falta?
Ela então falou:
— Você cortou meus cabelos, junto deles a minha história. Agora teço com o que restou, teias, para que os fios não voem pela janela afora, como palavras perdidas de uma história de amor que levei anos e anos para contar e lhe ACONCHEGAR!
Livro: Não Cortem Meus Cabelos
Autora: Rosana Fleury
Todas as histórias são mentiras. Mas as boas histórias são mentiras feitas de luz e fogo. E elas erguem nossos corações do pó e da sepultura.
Eleanor Faderman conhecia muitos livros. Mas, antes daquele, nunca tinha lido um livro que parecesse conhecê-la.
Ele queria percorrer as pilhas, pegar os livros, prová-los um após o outro, escalar as pilhas até o ponto mais alto e ver quais tesouros estavam escondidos lá.
O livro Gênio e o Gaollense no País do Genocida é uma obra literária que aborda o adoecimento da humanidade. Revela que em tempo de obscuridade da razão até mesmo os grandes gênios sucumbem ao breu. Eles enlouquecem por não lograrem êxito em persuadir sobre o óbvio.
Os livros podem ser uma aventura incrível. Fiquei embaixo do cobertor, mal me movi... E ninguém podia imaginar como minha mente acelerava e meu coração disparava com histórias.
Sobre a escrita.
Desistir nunca foi uma opção com tantos personagens e histórias gritantes na cabeça.
E sigo escrevendo sem grandes pretensões a não ser a de deixar-me ler...
Acho que quando se tem muitas ideias (um misto) nascendo o tempo todo não há muito o que fazer a não ser escrevê-las e se as calo de certo engasgo com elas...
O despertar do amor próprio
“ É como abri a cortina da janela e deixa o sol nos banhar mas o excesso pode nos prejudicar
Use protetor solar ..”.
Todos os atos que cometemos quando crianças, que não são penalizados ou advertidos de acordo com a justiça, reverberam para sempre na fase adulta em meio a sociedade.
Se alguma coisa une os vários livros e momentos até aqui é o modo como, por distantes que sejam ou pareçam, estou em cada história e em cada personagem.
Chegamos a vários pontos de lugares inconcretos, da falta de vida que engolimos dia após dia, dos mais próximos. Os de fora não luta pelo o que há dentro.
Contar histórias é uma paisagem e a tragédia é comédia e drama. Depende simplesmente de como você enquadra o que está vendo.
Não comece a escrever sem saber aonde ir. Em um bom conto, as três primeiras linhas têm quase a mesma importância que as três últimas.