Literatura Brasileira
Me sinto menosprezado pelo seu sentimentalismo frio! Sinto-me como um poço sem fundo com seu silêncio pertubador. Ignorado ou rejeitado? Qual palavra definiria esse sentimento retroverso...?
Não há novas histórias. Tudo depende de como você lida com elas. Nos romances, os personagens vão se apaixonar; você sabe disso quando vê a capa do livro. É como chegar lá que é divertido.
Eu queria que ficasse essa coisa para a frente e para trás. Não estou inventando nada de novo. É mais ou menos como funciona a memória, apesar de não ser como um fluxo de consciência.
Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.
É apaixonante ver como o trabalho realizado em solidão se transforma numa experiência partilhada com muitíssimas pessoas que convergem num mesmo ponto.
Eu creio que escrever é o que nos mantém jovens. Qualquer arte mantém as pessoas como novas, porque nunca se reformam.
As palavras são como parafusos, porcas e chaves de fenda. No caso da crônica, a palavra errada vem da pressa e você vai descobrir se é a chave Philips ou a chave tetra que vai abrir aquele significado. Essas chaves são as palavras. Meu interesse na literatura é este: a literatura como chave para entender o mundo e chave para explicar o mundo.
Quando comecei a escrever, não tinha noção de que seria publicada - eu estava escrevendo para mim e não imaginava que alguém mais fosse ler.
Eu gosto de ler o mundo através dos olhos de um escritor, ao invés de ver um escritor olhando para si mesmo como se estivesse no centro de gravidade do mundo ao seu redor.
[...] não me recordo de nenhum livro que tenha lido, a tal ponto eram minhas leituras estados de minha própria mente [...].
Uma história era uma forma de telepatia. Por meio de símbolos traçados com tinta numa página, ela conseguia transmitir pensamentos e sentimentos da sua mente para a mente de seu leitor. Era um processo mágico, tão corriqueiro que ninguém parava para pensar e se admirar. Ler uma frase e entendê-la era a mesma coisa; era como dobrar o dedo, não havia intermediação. Não havia um hiato durante o qual os símbolos eram decifrados. A gente via a palavra castelo e pronto, lá estava ele.
Os bons escritores são aqueles que conseguem colocar os leitores na pele do outro. Creio ser essa a maior virtude da leitura.
Como leitor, muitas vezes fico desagradado com autores e histórias sem famílias ou crianças e toda a angústia e alegria que elas trazem consigo.