Literatura Brasileira
Um verso blue
para mim
para você
(...)
Um verso blue,
my dear,
perdido
nesse sábado de pedra
nesse dia de chuva.
(...)
O que vê
espelho
fixado
na parede do quarto?
Vê
dia e noite
e rastro da insônia.
(...)
O que vê
senão
essa cara
sem dono
esse terno de linho
e esse lenço no pescoço.
(...)
Todas as pessoas têm coisas importantes para contar. Se criarmos um ambiente de confiança, calmo, íntimo, surgem grandes histórias. Pessoas sem importância têm grandes histórias. Mas se faço uma pergunta banal, obtenho uma resposta banal. As pessoas têm uma grande necessidade de falar de coisas sérias. Mas acontece que não lhes dão oportunidade. Ninguém as quer ouvir. Vivemos num mundo de banalidade. O trabalho do escritor é resgatar as pessoas dessa banalidade.
Retrospectiva
“Não foi apenas o vírus que ti acordou,foi a sua dor de ficar no mesmo lugar.
Mas, lembre-se, você caminhou até onde estais por que não caminhar mais um pouco, possa ser que encontre um lugar mais bonito..
Seja o seu melhor e faça o bem
Aí verás um ano bem diferente ..”
As pessoas costumam dizer que o povo brasileiro não gosta de ler e se esquece que o hábito da leitura deveria ser incentivado.
O maior problema é que acontece justamente o oposto...
Ele é elitizado.
Só gente muito ingênua acredita em autobiografia. E apenas hipócritas afirmam que estão contando o próprio passado.
Não tenho filhos, mas leitores, capazes por si sós de defenderem a civilização contra os avanços da barbárie. A eles nomeio sucessores de uma linguagem irrenunciável. E, embora duvide às vezes se vale defender alguns princípios hoje contestados, persisto em inscrever certas normas no código dos direitos humanos.
Com palavras muito bem escolhidas e voz tranqüila, a Mãezinha parecia receber inspiração especial ao falar de uma força que nós, mulheres, temos à disposição e devemos aprender a usar. Ela contou que, quando o mundo foi criado, Olodumaré, o Deus Supremo, mandou três divindades à terra: Ogum, o senhor do ferro, Obarixá, o senhor da criação dos homens, e Oduá, a única mulher e a única que não tinha poderes. Por causa disso, Oduá foi se queixar a Olodumaré e recebeu dele o poder do pássaro contido em uma cabaça, o que fez dela uma lyá Won, a nossa mãe suprema, a mãe de todas as coisas e para toda a eternidade, a que dá continuidade a tudo que existe ou venha a existir. Olodumaré disse a Oduá que, a partir de então, o homem nunca mais poderia fazer nada sem a colaboração da mulher.
Seus olhos estavam fechados. A expressão de fúria tinha desaparecido. Uma expressão de serenidade inabalada assumiu o lugar dela.
Aquele era um mundo em que uma garotinha podia voltar andando para casa sozinha, mesmo depois de escurecer, e se sentir segura.