Literatura
Não há nada na escrita. Tudo que você precisa fazer é sentar-se diante da máquina de escrever e sangrar.
Os livros são grandes presentes porque eles têm mundos inteiros dentro deles. E é muito mais barato comprar um livro para alguém do que comprar o mundo inteiro.
Declaro que, sem dúvida, não há prazer como a leitura! Como nos cansa depressa qualquer outra coisa que não seja um livro! Quando eu tiver minha própria casa, ficarei desolada se não tiver uma excelente biblioteca.
Você não tem que queimar livros para destruir uma cultura. Apenas levar as pessoas a parar de lê-los.
Quando a primavera chegava, mesmo que se tratasse de uma falsa primavera, nossos problemas desapareciam, exceto o de saber onde se poderia ser mais feliz. A única coisa capaz de nos estragar um dia eram as pessoas, mas, se se pudesse evitar encontros, os dias não tinham limites. As pessoas eram sempre limitadoras da felicidade, exceto aquelas poucas que eram tão boas quanto a própria primavera.
Escritores não são exatamente pessoas. Se forem bons, eles são um monte de pessoas tentando se transformar em uma pessoa só.
Corro atrás dos sopros de Zéfiro para me distrair.
Mas, meu coração só aspira ao rosto daquele que deu seu perfume aos ventos.
"Jesus cristo não é apenas o que queremos, ele é tudo o que nós Cristãos temos."
Trecho do livro: Eternidade
Estou absolutamente cansado de literatura; só a mudez me faz companhia. Se ainda escrevo é porque nada mais tenho a fazer no mundo enquanto espero a morte. A procura da palavra no escuro. O pequeno sucesso me invade e me põe no olho da rua. Eu queria chafurdar no lodo, minha necessidade de baixeza eu mal controlo, a necessidade da orgia e do pior gozo absoluto. O pecado me atrai, o que é proibido me fascina.
Mas o tempo passa rápido, olhe que as florzinhas do Montsouris já brotaram, que as crianças já vieram, que todos tomam sol esparramdos na grama, e o pombinho que havia caído no lago, batendo deseperada e inutilmente as asas, bem que foi salvo por um menino de boné branco. Nada mais contraditório do que ler Camus num domingo assim tão pleno. Aqui na terra tudo vai bem. Bem. E hoje, excepcionalmente, não temos vertigem. A banda começa a tocar, abafando o riso das crianças. Nada existe e tudo existe, a música cada vez mais forte, cada vez mais forte, abafando a morte e me distraindo da minha leitura." (O último verão em Paris, crônicas, 2000)
A melhor coisa sobre a leitura é escapar da sua vida, poder viver centenas ou até milhares de vidas diferentes.
Se não há lágrimas no escritor, não há lágrimas no leitor. Nenhuma surpresa no escritor, nenhuma surpresa no leitor.