Literatura
A partir da década de 80, a literatura brasileira desaparece. A complexa e rica imagem da vida nacional que se via nas obras dos melhores escritores é então substituída por um sistema de estereótipos, vulgares e mecânicos até o desespero, infinitamente repetidos pela TV, pelo jornalismo, pelos livros didáticos e pelos discursos dos políticos.
No mesmo período, o Brasil sofreu mudanças histórico-culturais avassaladoras, que, sem o testemunho da literatura, não podem se integrar no imaginário coletivo nem muito menos tornar-se objeto de reflexão. Foram trinta anos de metamorfoses vividas em estado de sono hipnótico, talvez irrecuperáveis para sempre.
REFLETIR LITERATURA " DOSTOIEVSKI "
Amigo leitor e prezados amigos de rede, venho trazer um pouco de literatura para seu dia.
Alguns escritores possuem a capacidade de transformar seus textos em verdadeiros tratados teológicos e filosóficos. Admiro quem consegue transformar uma boa história em um momento de reflexão, sendo Dostoiévski a meu ver, um destes geniais escritores.
O livro Memórias do subsolo pode lhe parecer estranho à primeira vista, coisa que no decorrer da leitura passa, mas algumas nuances do texto nos prendem totalmente a obra.
O protagonista não tem nome, a princípio não entendemos, mas conforme o texto avança, é inevitável não sentir a vontade de dar o nosso nome ao personagem. É imprescindível nos vermos em alguns momentos narrados na história, pois no fim, somos tal como o homem sem nome, um misto de bondade e maldade, egoísmo e empatia.
O livro é um diário que não está sendo escrito para ser lido, é uma espécie de diário de desabafo de um pobre coitado e suas mazelas. De um homem muito mau, diga-se de passagem, sendo este um dos pecados que o personagem confessa logo nas primeiras palavras do livro: “
Sou um sujeito doente…Sou um sujeito maldoso. Um cara repulsivo eu sou” (DOSTOIÉVSKI, 2015, p. 21)
Quem é você caso ninguém tivesse lhe observando? Se por acaso você tivesse apenas desabafando em um diário, este desabafo iria condizer com quem os outros veem? Ou você vive um personagem.
Conforme avançamos na leitura, perdemos aquela estranheza, percebemos um pouco de nós e de como o ser humano é. Sendo as vezes invejoso, algumas horas hipócrita e em alguns momentos se vê dependente da aprovação dos outros. Cada um tem as suas falhas, não existe ninguém alheio a erros e contradições. O que existe são pessoas que não percebem suas falhas ou são orgulhosas demais para confessá-las. Luiz Felipe Pondé, em um livro onde ele discorre sobre o pensamento e a filosofia dos livros de Dostoiéviski, define o livro Diário do subsolo de forma bem pontual:
“Fazendo uma metáfora, podemos dizer que a fala do personagem de Memórias é uma espécie de dança macabra de átomos, embora ele ainda se revolte com sua caracterização como ser determinado” (PONDÉ, 2013, p. 229).
Sendo que a dança macabra é visível em todo o livro, quando o personagem se mostra como perfeitamente se definiu, “um sujeito maldoso”, além de cruel e egoísta.
A parte interessante é que você vê aquele homem maldoso sofrendo a todo o momento, se corroendo de raiva e inveja e fazendo alguns malabarismos para manter a sua aparência.
A crítica do livro é dirigido a Tchiernichievski, autor do livro “Que fazer?” Que acreditava que para um novo mundo surgir, a tradição e tudo o mais que existia deveria ser destruído (PONDÉ, 2013, p. 237, 238). O livro foi referência na revolução russa.
Já não sou tão novo para me deixar de impressionar com a maldade humana, e sou cristão demais para deixar de olhar para a Bíblia e perceber que ela tem razão quando diz que:
O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de compreendê-lo? (JEREMIAS 17:9)
O homem sem Deus não é nada, o ser humano quando é guiado por seu coração e suas aspirações, sempre se dirigirá para a maldade e o caos. Pondé termina a sua análise resumindo muito bem este homem:
“O indivíduo do subterrâneo é como que o ser humano mostrado na sua obscenidade interior: absoluta, sem nenhum prurido, na hipocrisia necessária à convivência” (PONDÉ, 2013, p. 242).
Eu sei que podemos ser até pessoas boas, quem sabe você esteja se perguntando: “será que eu sou realmente uma pessoa má?” A luz de realidade que nos circunda, acredito que possamos até sermos pessoas boas, honestas e bem intencionadas. A grande questão é que o homem tem uma propensão para a maldade muito grande.
Somos corrompidos pelo pecado, com isso, temos em nós uma capacidade de nos destruir e destruir o próximo sem tamanho. Sem Deus, perdemos o controle e seguimos nossos impulsos naturais em fazer o mal.
Deus é o nosso Norte, a bússola que não deixa com que o pecado tome a leme e guie a nossa vida para a destruição, sendo que eu vejo o personagem do “Diário do subsolo” como uma sombra de como o homem sem Deus é.
Nilo Deyson Monteiro Pessanha
A Grande Literatura do mundo contém um material que, para o estudante de Filosofia, é absolutamente precioso. A Literatura é uma maneira de você amadurecer na sua visão da Realidade. Claro que, pelos processos atuais de ensino da Literatura nas universidades, a experiência imaginativa pode se tornar totalmente impossível.
Cabedelo Paraíba.
Banhada em literatura
pelas águas da Miramar
Cabedelo é a moldura
da cultura popular
obra prima da pintura
dos pincéis azuis do mar.
Cabedelo é uma cidade
de beleza e sedução
de amor e de amizade
de respeito e de união
seguindo nesses planos
faz sessenta e quatro anos
de sua emancipação.
Cabedelo do pescador
do povo rogado em fé
do incansável estivador
do mangue e da maré
do prestativo arrumador
do portuário trabalhador
e do pôr do sol em Jacaré.
Cabedelo tua beleza
é algo espetacular
das pedras da Fortaleza
os encantos do quebramar
do folclore vem a riqueza
e das águas a sutileza
das praias desse lugar .
Aqui vivemos em paz
temos muito a oferecer
dos mistérios dos corais
ao pôr do sol no entardecer
e nossas belezas naturais
ainda esperam por você.
A literatura é a arte dos mortos que nunca partiram, que mesmo ficando entre os vivos, retratam tudo o que vivem no além em forma de poesia ou trova.
A literatura é o ar que respiramos, é o bálsamo colocado sobre as feridas proporcionadas pelo tempo e pela vida.
A literatura é a dor dos que verteram suor e lágrimas pelo seu povo e pela sua pátria a troco de nada.
A literatura é o cheiro que tonifica o nosso olfato em tempos de crise ... É a vida que vivemos em dias de solidão.
A literatura não é apenas a vitamina para os cérebros que se encontram deteriorados pelo tempo; é antes, a essência decente da vida e do viver de um ser pensante.
"A grande literatura de ficção mostra-nos como é a vida humana, mas não pode nos explicar o porquê. Para fazê-lo, teria de subir um grau na escala de abstração, tornando-se análise e teoria, abandonando portanto a contemplação da vida concreta, que é o seu terreno específico."