Literatura
Teatro não serve para nada, pensam alguns, e literatura é elitismo, pensam outros, e na verdade não pensam, porque é no teatro e na literatura que encontramos a transgressão possível e a provocação necessária. O mundo não anda fácil nem digerível. É homem-bomba explodindo em festas de casamento, é corrupção pra tudo que é lado, é muito desamor travestido de prazer, é uma urgência de ser feliz que impede a construção da felicidade mesma, que é mais vagarosa. Para onde estão indo todos nesta correria? Não sou a única que ainda vive, em certos aspectos, na era da pedra lascada, mas corro igual, porque se parar, me atropelam. Regurgitar: vomitar. Fagia: comer. Então regurgitofagia é simplesmente expelir o inútil e voltar a se alimentar do que precisamos. E do que precisamos? Anote aí, é pouca coisa: silêncio, arte e amor.
Nos piores momentos de nossa vida, abrigo-me debaixo de uma boa literatura e rezo para poder compreender a situação...
Ode à Literatura
Han Yu
Poeta chinês do séc. VIII
"Tudo ressoa, mal se rompe o equilíbrio das coisas. As árvores e as ervas são silenciosas: se o vento as agita, elas ressoam. A água está silenciosa: o ar a move, e ela ressoa. As ondas mugem: é que algo as oprime. A cascata se precipita: é porque falta-lhe solo. O lago ferve: algo o aquece. Os metais e as pedras são mudos, mas ressoam se algo os golpeia. Assim também o homem. Se fala, é porque não pode conter-se. Se se emociona, canta. Se sofre, lamenta-se. Tudo o que sai de sua boca em forma de som se deve a um rompimento do seu equilíbrio... A palavra é o mais perfeito dos sons humanos; a literatura, por sua vez, é a mais perfeita forma de palavra. E assim, quando o equilíbrio se rompe, o céu escolhe entre os homens os que são mais sensíveis e os faz ressoarem."
O problema é que criamos soluções humanas demais. Na literatura, as soluções são mais mágicas e com um significado maior. Abrir a cabeça? Cortar a pele até encontrar o osso e depois retirá-lo.
O NADA LITERÁRIO
Cuidado com a “literatura” que não serve como literatura para o conhecimento sobre si mesmo, nem para prolongar a longevidade, porque para se chegar à verdade não há sabedoria nem caminhos.
"Psychic operator" pelo Mind Control Institute Inc. Laredo Texas - USA
AUTORRETRATO
Tenho um metro e setenta e três
de altura
e noventa e cinco quilos de
literatura.
Sinto-me como uma joia bruta,
primitiva, que o tempo está modelando.
A maturidade encontrou-me de repente
quando eu cruzei a esquina
tocando a Lira dos Quarenta Anos.
Não nasci para o comércio,
não sei comprar nem vender,
sei apenas fazer versos...
No meu primeiro livro:
"Um Juntador de Palavras",
ajuntei tantas palavras
que a poesia criou asas.
Não nego o meu amor
pela minha amada flor,
nem nego a minha fé
em Jesus de Nazaré.
Considero-me apenas
um cantador desentoado,
um repentista sem repente
e um sonetista desmetrificado.
Tenho um milhão de sonhos
no meu coração
que sonho um dia concretizá-los...
Por isso considero-me
um ser milionário.
E Já me acostumei
com minha careca...
Para os outros não,
mas para mim
rima com poeta!
Sei que minhas virtudes
sobre ponhem meus defeitos;
até porque há muito tempo
deixei de contá-los.
Tenho a cara séria
de delegado de polícia,
mas dentro de mim
esconde-se:
um palhaço,
um menino
e um poeta!
A literatura é a maior arte expressiva, pois com uma imagem as interpretações são amplas. Mas com palavras podemos ter uma expressão bem mais profunda e verdadeira
A ARTE EM SEU VALOR E GLAMOUR
Toda arte - seja música, canto, dança, pintura, literatura, teatro..., enfim: a "verdadeira" ARTE - tem um "que" de divino! Já parou para observar as pinturas de Van Gogh, Góia, Picasso, etc? E o que dizer de Michelângelo em A Capela Sistina? É pura magia que transcende a alma! impressiona, conectando-nos com a divindade interna de cada um. A músca clássica nos faz levitar e dá a impressão de que estamos saindo do corpo: se não estivermos preparados para ouvi-la, sentimos medo e se não formos corajosos, fugimos da música, fugimos do que é divino. O canto, em sua delicadeza, parece nos purificar a alma. A dança (clássica) parece nos retorcer o corpo, deixando-o em leveza e bem-estar. A literatura nos leva a um mundo fantástico e imaginário que jamais encontraremos em realidade. E a verdadeira "ARTE TEATRAL", em sua plena magia, é capaz de nos conectar coração, alma e mente, nos fazer viver as mais belas loucuras, os mais belos sentimentos, chorar todos os prantos e sorrir todos os risos, nos faz amar e ser amados, nos faz mentir em viver a mais plena felicidade quanto que a felicidade maior é viver o teatro em sua plenitude. É ver com a alma, pensar com o coração, sentir de todas as maneiras o seu encanto. Tudo isso porque é uma das formas como Deus se manifesta, da maneira mais efêmera.
Mas eis que entre a arte e seus operadores, para equilíbrio de todas as coisas, surge o "demônio" enciumado e, com falsas promessas, oferece o coquetel da perdição, um cálice contendo os piores ingredientes: o pior deles, o pai de todos os outros, é o egoismo, inflado pelo orgulho e a vaidade, pela inveja e a ambição.
Ainda bem que a atividade teatral não se pratica sem um líder, que é o diretor. E como todo bom líder, com espírito nato da liderança, nasceu para saber arrancar o melhor de cada um, buscar no íntimo dos seus dirigidos o que tem de mais magnífico dentro de si e fazer isso aflorar em divina magia, para a verdadeira beleza da mais efêmera das artes, que é o teatro. E assim embelezar mais e mais o nosso mundo.
Mas o "demônio', com sua típica malícia, foi ao diretor o primeiro a oferecer o coquetel da perdição. O qual, na prepotência típica dos diretores de arte, revelou que ele seria, se não o único, o primeiro a merecer todas as benesses do espetáculo. Afogou-se em profundo gole colocando em perigo a beleza harmônica que o "CRIADOR MAIOR" nos colocou à disposição.
Eu sempre fui apaixonada pela literatura, a escrita me fascina e o abstrato me domina. O amor me conduz, é vago, porém intenso. A intensidade me permite ser melhor no que posso. Dias bons fazem parte dos planos dos quais a minha memoria planeja contemplar.
Salvo à literatura
Aprimorar o atributo humano através da literatura é uma atividade de grande valor para o desenvolvimento intelectual. Afinal, desde o início dos tempos a utopia caracteriza o conceito abstrato humano. A ficção no entanto oferece um mar de possibilidades, nos projeta ao infinito.
Tudo em abundância. A literatura nos oferece um mundo extraordinário, nos mostra o caminho para o eldorado. A síntese do pensamento que evolui de um conto a um enredo e pode transformar-se em um conjunto de obras.
Júbilo em demasia. Sob a influência do entusiasmo podemos nos tornar até parte dessa trama, é possível inclusive construir uma nova vida através do imaginário. Os seres humanos têm a necessidade de sonhar, fugir à realidade e emergir a um mundo inventado. Criar uma segunda história, um estado adequado aos desejos num conceito oportuno.
Temos o domínio da literatura, que no entanto, exerce sobre nós um poder incomensurável, não há como negar que a vida torna-se melhor com a possibilidade de uma realidade particular, mesmo que subjetivamente. Afinal, sentimentos pertinentes a amor e vida, figuram o cerne.
Expressar o imaginário é uma qualidade inerente nos seres humanos. Somos capazes de produzir de um opúsculo a uma obra-prima, de um esboço à produções literárias capazes de comover e causar todo tipo de emoção.
Por fim, expresso aqui o incontestável valor da literatura a todo aquele que se encontra imerso a essa vida e que de alguma forma almeja a possibilidade de uma biografia emocionante e cheia de glamour. O subterfúgio de uma realidade vulgar a um ambiente completamente novo, salvo à literatura.
A importância da leitura
A literatura é uma das artes mais antigas da humanidade, e aprimorar o conhecimento é uma atitude que depende da leitura. Ler livros nem sempre foi uma atividade comum, o saber da escrita e leitura em épocas remotas era concedido à pessoas da corte. Entretanto, nem todos tinham acesso ao privilégio da leitura, que em casos do barroco por exemplo, era visto como algo banal para a reforma cristã.
Todavia, hoje o benefício da leitura é acessível em todo Brasil, por meio de bibliotecas públicas que auxiliam pessoas de baixa renda em ter acesso ao conhecimento.
Contudo, o maior problema é que muitas pessoas da nossa sociedade atual não exercem interesse para com a leitura, provavelmente o maior problema desta perda do foco à leitura, seja a fraca educação pública.
O que incentiva a leitura é uma base de educação reforçada, e não recursos literários públicos. Pois, caso o incentivo de leitura seja acessível como bibliotecas são, as pessoas terão uma afinidade maior com a leitura e sim aumentando o intelecto dos brasileiros.
O conhecimento e elevação social deve à arte da leitura, e para despertar o interesse desta atividade, o investimento público deve ser maior. Um excelente investimento seria em aulas de literatura a partir do ensino fundamental.
A leitura é muito importante para o crescimento do indivíduo, e o incentivo dela precisa ser maior na educação pública brasileira.
Jorge Luis Borges, que não acreditava em Deus, dizia que a religião é um ramo da literatura fantástica. Triste conclusão de Borges.
Trabalhar com literatura no Brasil é uma das coisas mais difíceis que existe. E é uma pena, por que isso inibe jovens e pessoas que escrevem e que não tem espaço. É muito difícil sobreviver às editoras e as livrarias.
A Literatura é a arte do deslumbramento, obtém convidar e acercar-se o leitor de outras vidas, destarte, um artifício de cogitação do mundo e das temporadas que o circunda. É na Literatura que nossas vontades, sonhos, perspectivas, expectativas, ações e nossas reações se encontram, desencontram, e não alcançados no mundo real, porque, a escrita literária nos proporciona uma viagem/travessia por um mundo extraordinário. Além disso, é a representação da ação do Homem, a revelação de civilizações, finalmente, a Literatura é a constituição de outros lugares, mundos desconhecidos, com outras probabilidades e outras naturezas de existir, fundamentado logicamente, no mundo que existimos.
Quando eu morrer, me joguem no mar da literatura. Dizem que lá vivem eternamente os guardiões intelectuais.
Chuva Fina
Chuva fina, café na caneca.
Nesse tempinho tenho uma meta.
Ler uma ótima literatura.
Esta é a minha cura.
Uma musica no vinil.
Só Caetano e Gil.
Musica e leitura.
Charme e ternura.
Me dando certa inspiração.
Com meu bloco de anotação.
Começo a fazer rimas e versos.
Com as letras fico imerso.
E quando vejo já está tarde.
Quase esqueci de comer meu chocolate.
Abro a janela para apreciar.
A neblina aparecendo devagar.
Eu gosto do barulho que a chuva faz.
Cheiro da terra encharcada me traz paz.
Faço minha prece.
E nada mais me aborrece.
Já vou me deitar.
Sem pensar em acordar.
Feriado ta logo aí.
E eu fico por aqui...