Lisboa
Com os olhos fechados
Você falou que viu alguém
Fazendo coisas que não se faz
Com ninguém,
Mas com os olhos abertos
Você não enxergou
A consideração
Que alguém presenteou.
De boca em boca algo você ouviu
Algo que nem deu pra acreditar,
De boca em boca você expandiu
Algo sem certeza para dar
Precisamos primeiro nos conhecer
Pra depois talvez tentar definir alguém,
Precisamos primeiro nos definir
Pra depois com certeza poder conhecer alguém.
Cego, surdo e mudo da realidade,
Visão apurada para cenas sem verdade,
Tapa os ouvidos pra não ouvir do amor,
Não sente a paz, não fala do que é bom.
Ganhou apoio dos menos informados,
Por ser menos todavia era a grande maioria,
O tempo passa e o bolso dele vai enchendo,
E ele assim vai esquecendo do povo
A quem estendeu a mão.
Ontem te deixei nadando em lágrimas,
Desesperada e procurando não se afogar,
No mar da desilusão afundei seu coração,
Quanto tempo pode suportar sem me respirar.
Mistérios de uma sociedade
Individualista e que faz
Qualquer coisa que todos fazem,
Meu povo não é assim
Amamos quem merece respeito
Mesmo que não sobre ninguém.
Eu não sei o quanto ainda posso respirar,
Só sei que cedo ou tarde você vai entender,
No fim da tarde ou no amanhecer
Eu vou poder te mostrar.
Pra te abraçar, pra te beijar, pra te ver sorrir
Pra ouvir você cantar,
Pra dizer te amo, pra não deixar em branco
E não me arrepender do que quis fazer,
Pois agora não há chances de eu poder te dizer
Guardo as palavras em mim
As vezes me recordo de uma amor
Que poderia não ter fim,
Pra eu não mais chorar pelo que se perdeu
Preciso ser mais forte do que eu
Ser mais forte do que eu, ser mais forte.
Muito antes de ver chorar eu vi
A pedra que te fez cair,
Mas eu não sou ninguém pra você
Eu sabia que você não ia me escutar.
Parecia ouro era pesada demais
Mesmo assim você queria levar,
Tinha sua beleza e tudo parecia tão normal,
E quando você menos esperou
Ela veio ao chão sem sentir a dor,
E sem perceber você também tropeçou.
É certo que eu bem sei
Onde quero chegar com você,
E não há ninguém
E não há alguém
Que me impeça de acreditar.
É proibido ficar acomodado então
Vou devolver em dobro seus agrados,
Vamos dançar a vida
Vamos deixar o amor nos guiar,
Pois não há ninguém
Só existe alguém
Pra meu amor completar.
E cada um no seu lugar
Estava pronto a se deixar,
Porém um vento frio
Veio para anunciar
Que as águas que caem la fora
Não deixou irmos embora
Pois o tempo resolveu nos lembrar,
Que quando está frio sinto até um arrepio
Nossos corpos se aquecem sem parar.