Lirio da Paz
O Lírio e o Beija-flor
Quando a noite chegou,
E o beija-flor se afastou,
O Lírio botão,
Despetalou o coração...
Mas por ser tão jovem,
E acreditar no amor,
Sabia que um dia,
Seu beija-flor voltaria...
O tempo passou,
O Lírio desabrochou,
Seu primeiro perfume,
O beija-flor não cheirou...
O Lírio cresceu,
Viveu histórias de amor,
Mas nunca esqueceu,
O seu beija-flor...
Até que um dia,
Por pura magia,
Diferente o vento soprou,
Deus! Eram as asas do beija-flor...
Tão pequenino,
Parecia um menino,
Diante da flor,
Estava de volta o beija-flor...
O beija-flor apaixonado,
Olhava o Lírio, encantado,
Voava alucinado,
Sobrevoava a flor...
Devagar,
Tentou se aproximar,
Todo o que mais queria,
Era sua flor tocar...
Quanto mais se aproximava,
Mais a flor perfume exalava,
O seu néctar ofertava,
E sorridente se dava...
Então o beija-flor se aproximou,
Mas um vidro encontrou,
Era a redoma do tempo,
Que o destino formou...
O Lírio e o beija-flor,
Sabiam da sua dor,
Mas nada poderia impedir,
Que vivessem um grande amor...
Mesmo de longe,
O beija-flor olhava,
Mesmo de longe,
A flor se dava...
A redoma que o tempo criou,
Impedia que se tocassem,
Mas jamais impediu,
Que os dois se amassem...
Esta é verdade,
Sobre o Lírio e o beija-flor,
Não há tempo que apague,
Uma verdadeira história de amor...
Final
Aconteceu,
A água escorreu,
O lírio morreu
O cão adormeceu.
Acabou,
O sono da noite
A festa na boate,
E a erva do mate.
Encerrou,
O canto do galo
O miado do gato,
A orquestra do maestro.
Ao fim chegou,
Aquele parágrafo
Os comprimidos do calmante
E, esta poesia.
coroa imperial
lírio-de-natal ou lírio-sangu-salmão
os ramos sustentados por longos estames
reunidos em grande umbela
na ponta de um pecíolo grosso e forte
floresce no verão bem na época do natal
e depois desaparece num suspiro
entra em estado vegetativo
deixando o caule à mostra e solitário
no outono perde as folhas restando a terra firme
e o vaso sem ornamentos
reabre lentamente no fim da primavera
foi meu avô quem a encontrou
em um passeio
numa manhã dominical
de mãos dadas ao acaso
viu no canteiro de um vizinho do bairro
e agachado roubou uma muda
entregou à minha avó
presente de reconcialiação:
a árvore genealógica da família
Você sempre estará no meu olhar
Como um lírio no campo que ainda não foi visto
Cujo perfume ainda não foi sentido
Mas que possa sentir
A força dessas palavras
E se for imaginar
Que numa tarde qualquer
Talvez veja meu lugar onde sempre estive
E não muito a tardar
possa sentir minha falta
Talvez no lugar que nunca tenha olhado.
CORAÇÃO APAIXONADO
De que adianta um lírio,
Se não enxergas a suavidade que ele transmite!
De que adianta o sol,
Se não sabes que o brilho dele é que ilumina sua vida!
De que adianta o mar,
Se não vês no flutuar de suas ondas o seu mistério!
Mulher
Um dia morremos de amor, mas no outro renascemos puras, como um lírio sob a sombra da lua, exalando toda nossa beleza, e perfume de mulher.
Triste lírio do campo
carrega a dor de pétalas arrancadas
perdeu seu encanto
o brilho de jasmim
e agora só lhe resta o pranto.
Perdeu o amor
a púrpura cor
que radiava ao infinito
nada era mais bonito.
Até o perfume que exalava
dissipou-se ao vento
e deixou todo o tormento
de tristes dias a respirar.
Quase sem vida
com pedras às suas pétalas tocar
roubaram-lhe a plenitude
e os sonhos que tinha a desejar.
Não é mais o mesmo lírio do campo
naufragou na vida e no delírio
e ali, encravado ao chão
sucumbido naquele escuro jardim
teve seu triste fim.
CUIDA DE MIM:
Como o lírio que floresce no deserto...
Como jóia resgatada no oceano ...
Como Águia ferida...
Como quem ama sem medida...
Como criança perdida, pedindo socorro...
Porque não sou eu quem escrevo! É a inspiração que fala por si...
Que horas chora e outras sorri;
ao sentir o desejo de partir...
Porque aqui, não é o meu lugar...
Ao me deparar com um mundo:
Onde mentir é mais certo que a própria verdade...
Onde a felicidade é fingida e não vivida...
Onde o que pode mais! É o que ama menos...
Onde o afeto não é doado e sim comprado...
Onde corremos feito loucos, sem saber porque e nem para que...
Pode parecer anormal , mas é natural me sentir ausente; descrente do universo que eu não desejo...
Porque conheci o amor...
A entrega sem retorno...
O sofrimento de resistir,
de reconstruir o que muitos tentaram destruir...
De persistir até conseguir a vitória...
De ir embora sem jamais me despedir...
Porque não sou eu quem escrevo! É a inspiração que fala por si:
Cuida do meu beijo como algo perfeito.
Como guardas o teu leito ao dormir.
Ao sentir a paz afagando o espírito cansado;
molestado pelo engano...
Porque vive em mim a sensibilidade dos poetas:
Que morreram de paixão;
Se doaram a ilusão;
A emoção sem limite;
Ao passado e ao presente;
Porque não sou eu quem escrevo! São palavras da inspiração que vive em mim. E que seja assim, até a eternidade...
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
Oh Lírio Santificado,
convosco está o Senhor!
Deste Ventre Imaculado
nascerá O Sol do Amor.
Alegrai-vos, Graça Plena,
por toda vida fiel!
Escutai-me, serena:
sou de Deus, sou Gabriel.
Virginíssima Maria,
no solo de Nazaré!
Não tenhais medo: confia.
A Luz reinará na fé.
Sou de Deus o enviado
para honrar-Vos, Bendita.
em Vós, O Bem aguardado
vencerá a maldade aflita.
Bendito seja este Fruto
gerador de toda Luz:
poreis nEle o nome augusto
de santíssimo Jesus.
Sobre Vós dos Céus Rainha
descerá o Espírito Santo:
toda ventura caminha
ao seu louvor sacrossanto.
Por mais um pouco, descansa.
Cessa a noite, vem o dia:
toda glória da esperança
palpita em vós, ó Maria.
com a pleníssima aurora
da divina anunciação,
sois Santíssima Senhora -
Senhora da Conceição.
Nenhum lírio floresce, perfuma, inebria, fenece, nenhum gatinho nasce, alegra, sofre, padece, morre, sem o mover da mão de Deus. Sua soberania se revela em todas as situações, em todos os acontecimentos, em todos os momentos. Sua vontade sempre prevalece o tempo todo.
Uma flor amarela
Tão linda e singela
Talvez seja um lírio
Reluzindo seu brilho
Nesse lugar encantado
Que fica no alto da serra
Chamada Diamante da Serra
Em suas pétalas, manchas laranjas
Perfeitas por serem imperfeitas
Pintadas pela mãe natureza
Dão um toque todo especial
A essa flor descomunal
é na voragem do tempo que me perco e me encontro, ora lírio desmaiado, ora estrela em céu dourado...
Única e última vez
Do jardim da sua casa
À cadeira de balanço na sacada,
a lua prateando lírios na parede!
Deve ser mesmo uma casa encantada!
E o azul índigo na sua calça jeans desbotada.
A camiseta perfumada de francês.
Era a nossa única e primeira vez
Você para mim é assim
Linda igual uma rosa
Um dia um Lírio no outro Jasmim
Mas sempre elegante sempre formosa
Num pedaço do norte naquele cantinho
Vive a rosa da cor mais bela
Tão delicada não tem espinho
Desenho de ti a mais linda aquarela
Hó rosa! Hó rosa! Porque se esconde ?
Logo tú a mais bela flor
Não se pergunte nem onde nem como
Apenas desperte para o meu amor
Mas queria o destino a rosa distante
Sofro e choro e não tenho escolha
Todo amor que dou nesse instante
Explode no ultimo verso dessa folha
Passarinho, passarinho!
Quando a flor de agosto murchar em setembro
E apenas o lírio vermelho-fosco, permanecer
Na fugaz noite de seu delírio...
Quando uma nota se fechar no piano louco
E nossa música não mais se ouvir.
Quando a chuva dos olhos secar
E ficar apenas a retina, de tanto chorar.
Olharei para setembro com sonhos de desgosto
porque tudo dali partiu.
Hei de chamar um passarinho
E dizer o quanto o amei,
e que todas as minhas flores
Para ele eu deixei.
__Passarinho! Passarinho!