Linhas
Imprescindível diagnosticar todas as linhas tortas e aquelas palavras engolidas a seco. Tem dias que o paradigma é ser ruim, e duram além do próximo amanhecer. Tem vezes que perco a glória dessa existência ínfima. Tanta subjetividade para nenhuma certeza. Respostas que não existem são esperas cheias de ilusão.
Escrevo pra destrinchar o que eu penso, e em algum verso pode até ser que te entenda.
As palavras doem pra sair. Parece justificativa para a pouca frequência, mas é que a felicidade não permite intervalos. Todas as vezes que escrevo sou triste. Extensão de tudo que não sei falar e que tu nunca quis ouvir por medo de saber.
Só o que tento querer é mais de você, mas tropeço no silêncio que criou pra me afastar, ao mesmo tempo me prender, sujeito a ignomínima da ingenuidade em não saber o que fazer. Em tanta instabilidade enevoa-se os sentimentos. Se eu devo esperar, vai doer saber. Quis fazer parte da redenção, mas quase todos os dias acabam em desilusão.
Me sinto preso em parágrafos sem fim, e tudo que não foi dito corrói a dor até perder a sensibilidade. Talvez meu futuro seja relembrar. Buscar sentidos sempre tirou minha paz, mas não consigo ignorar. Se é mais do que consegue explicar, é só dizer, estou aqui pra você. Só não vamos falar em prioridades, meu amor… O orgulho já me abandonou também. Viver no por enquanto é muito menos do que preciso.
Essas palavras não eram pra você, mas já não há como evitar.
Amar é:
...escrever em linhas paralelas versos contíguos...
...esboçar a dois o colorido desenho de felicidade...
...gracejar sem sentido os sentimentos da vida...
...uma conquista diária para quem vivencia o AMOR!
Pensamentos estranhos!
Começo agora a escrever para não enlouquecer.
As linhas que se seguem não as tomem por arte ou qualquer coisa que o valha.
É somente uma ordem ditada pelo “Eu”, que quer dar a luz a pensamentos (De origem que a mim ainda é desconhecida), parindo-os em letras, caso contrário apodreceriam em minha mente, envenenando-me.
Terminaria por abortá-los em forma de sarcasmo agressivo nos picos de fúria, oops, quero dizer euforia, ou frases de um pessimismo cáustico e mórbido, produzidos pela apatia angustiante.
Já sacaram do que “Eu” estou falando?
Mas deixemos os motivos e as razões para lá, pois agora preciso dar atenção aos que nascem.
Pensamentos estranhos vieram a mim, quase tive medo de pensá-los tal era a natureza deles.
Tudo começou em um dia desses, de uma semana dessas, que chovia muito, parecia que o próprio Divino liquefazia-se.
Olhando para o céu deu-me a impressão que uma nuvem recusava-se a chover, e na verdade parecia que procurava abrigo da chuva.
Viagem minha? Pode ser, talvez. Quem sabe?
O fato é isso me impressionou muito, todavia, resolvi não matutar sobre isto, e acabei por esquecer.
Até que em um dia desses, em uma semana dessas, em que fazia muito calor, parecia que o próprio Divino ardia em febre.
Tentando olhar para o Sol, queria blasfemar contra Ele, oops, que é isso? Uma nova impressão, um raio de Sol fugia de Si mesmo, e procurava uma sombra!
Eu sei, é demais até para mim mesmo que estou acostumado a viver em meio aos devaneios, porém, sendo alucinação, viagem, delírio ou não, foi a partir dessas duas visões, que desconheço a origem, e da ligação que fiz entre elas é que fecundaram minha mente onde germinaram tais pensamentos.
Será que não fugimos também de nossa natureza? Será que não nos recusamos a chover ou a raiar? Fugimos ou não de nossa virtude, ou seja, fugimos da causa primária de nossa Existência, que seria:
Evoluirmos como somos?
PALMA DA MÃO
Eu não conheço a palma da minha mão.
Entre tantos cruzados de linhas,
E mais de um veio principal
Onde descambam as águas dos meus dias.
Não tenho noção do que seja a palma da minha mão,
Reconheço, e já é volumoso
As coisas que toco, a embaralhar meu destino.
Reconheço, quando a espalmo frente aos olhos,
Alguns poros suados, o anel centenário,
A cor, que coincide com a cor do meu corpo inteiro.
Na aventura a que me lancei,
Em me procurar e me achar,
Em algumas partes de mim deu pra ver
Outras nem que eu virasse o mundo o contrário
Daria para medir, saber, esboçar.
Alguém, como eu, desconhece, numa vista frontal
O seu crânio, seu cabelo, tal como tal, são?
Ou conhece seus buracos
Que só na cabeça contam-se sete,
Afora os outros por onde se mete
Nosso temor, dizer explorar.
E os seus encontros de mãos e pernas,
Como uma árvore, quem conhece?
O por trás todo, ninguém sabe o que é.
Sabemos dos outros, também minúcias,
Nada de definido se sabe
O que conhecemos de nós mesmos
Também os ouros conhecem,
E somos mais conhecidos por eles,
Do que por nós, da mesma forma inversa.
Se por fora de nós pouco sabemos,
Imagine um devaneio por dentro.
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naeno*comreservas
PICASSO
Quem observa a invenção de Picasso
Ver linhas, curvas, traços, compasso.
Sente a ligadura de pontos, a largura
Do corpo desproporcional e ver algo
Incomum na terra, uma paz desenhada.
Ele como que escancara o consciente
Mostrando à vista o inconsciente
Pelos homens tão temidos, uma aquarela.
Quem ler Picasso ver a genialidade
Comum dos escolhidos e sente a dimensão farta
Do juízo agoniado pela maldade.
A idade da razão soterrada no alvoroço
Ou a comoção manifesta ao coração,
Como se não fosse ele, mas dele toda a razão.
Quem determina o caminho
Por onde se esvai os pincéis, é Picasso
E por se saber, foi o que foi, é o que é
Um gênio que ainda não foi enterrado
Posto que ainda não morreu
E certamente nunca morrerá.
naenorocha
Quem julga o livro pela capa, merece ler apenas as primeiras linhas do prefácio e nunca ler o final e ficar curioso pro resto da vida.
Na beleza de um verso
entre as linhas eu te pesso
no teu lindo olhar
queria mesmo era so te amar
mas vc nao entende, diz que é amizade
mas me pergunto,e isso q arde?
Porque o coraçao chora?
pq ele implora?
mas digo a voce
é mais facil entender
do que viver sem ter...
A vida não é uma poesia. Seus versos escrevem-se mais pelas páginas de dor que pelas linhas de alegria.
Tudo já foi dito... Todas as linhas que escrevemos, tudo que desabafamos, todas as palavras que escaparam, Não existe mais nada a ser quebrado, pois já está quebrado, tudo já foi dito Na luz do dia dia nossas mágoas do desabafo vão desaparecendo, conforme vamos encontrando nossos caminhos e expectativas, pois estivemos conversando dias e dias e olhando um para o outro sem saber como será nosso futuro e se ainda vai existir os melhores dias, Não a mais nada a fazer... pois tudo já foi dito...
Nossa vida escreve as linhas
Não partilhamos com nenhum outro
Nós 2 contra o resto - para nós e para todos
Nós 2 contra o resto - para nós e para tudo o que somos
Te vi em todos os lugares que eu queria ver. Percebi suas existência em pequenas linhas, ou até em pequenas distâncias. Mas olhei fixamente e percebi que não era você, talvez o corte de cabelo fosse igual ou o jeito de sorrir, não sei. Só sei que havia algo familiar nele que eu conhecia e sei os pequenos detalhes. Pude te ver nos lugares onde eu passei, ou até mesmo, nos lugares que avistei. Pude te ver no sorriso inocente de uma criança. Pude te ver no arco-íris pela metade que havia no céu. Eu pude te ver. Mas isso não seria o suficiente. Ou seria? Não me importo, já que você não se importa.
E algo que eu te vejo inteiramente, e talvez, eternamente. Te vejo todos os dias dentro de mim.
Alguém que não é capaz de ler um texto de dez linhas, não é para mim. Sabe por que? Porque preciso de alguém que (sic) me leia, me interprete, me comente. Alguém que disseque cada palavra que meu olhar transmite, sem saber; e que me conclua.
Não se justifica poesia. Não tente se redimir nas linhas finais de ter sido grosso demais, duro demais, profundo demais no começo.
O texto mais belo que escrevi, foi aquele que com agulhas de prata e linhas de ouro teci, como as estrelas bordam o éu escuro, no papel bordei as letras que juntas formaram uma teia de palavras e frases que falavam sobre você, o meu quase grande amor.
E o que fazer , quando a estoria nao esta escrita como voce imginava ?
ignorar , a varias linhas em branco para serem preenchidas pela frente
Caminho pelas calçadas sem pisar nas linhas enquanto penso em algo bom, me distraio medindo minha altura com a dos prédios, sei que um dia vou crescer, mas é tão bom ser criança. Tão forte, posso carregar comigo todo o futuro que estar por vir, seguro a sua mão, minha ilusão de segurança, uma ingenuidade tão sutil que chega a dar medo.. Por isso ainda durmo com a luz acesa. Perder uma tarde é fazer nascer um sorriso, um novo sorriso é ganhar a vida, ganhar a vida é, de fato viver, mas sou muito nova pra saber, ou pra fazer você me ouvir. Não tenho o poder que queria ter, quero ser o vilão, acho que sei porque.. Quando estão quase sendo derrotados, os vilões crescem e ficam mais fortes, foi isso que aprendi da TV ”-Mas os vilões sempre perdem no final!” Ah, como eu adoro perder, só pra poder voltar com uma nova cara e uma nova arma no episódio seguinte. Ainda faço você pagar por isso. Porque você é o culpado pelos meus traumas, você é o culpado por eu me tornar o que você mais odeia, você é o culpado por eu ter me tornado uma criança calada, você é o culpado por eu detestar aniversários, você é o culpado por eu ter medo de trovões, você é o culpado por eu ser tão carente, você é o culpado porque não me deu atenção quando mais precisei e machucou quando tive que sair, machucou quando precisei te ignorar, machucou quando te vi chorar e ainda machuca quando preciso lembrar. Obrigado… Por me tornar forte, jamais conseguiria sem você e hoje caminho pelas ruas, cabeça erguida e orgulho lá em cima, bem mais alto do que todos esses prédios e bem mais alto do que todos esses muros que você construiu pra me manter longe de você. Você é meu herói.