Linhas
Quando observamos uma folha de papel em branco, por mais que desejemos que linhas a tracejem formando desenhos, a menos que intervenhamos nada acontece. O mesmo ocorre com o Universo. Se no início de tudo não havia nada, nada poderia ter simplesmente existido a partir de si mesmo, isto é, algo interviu para que fôssemos existentes e Deus me parece a melhor explicação para isso.
Céu Estrelados
Atravessava-se o universo como vespas luminosas e se contorciam entre linhas abstratas e igualmente luminosas. E eu abaixo das montanhas a admirar todo aquele resplendor celeste. Que só não era mais bonito que os olhos dela. Então me lembrei da tua inesquecível e sublime existência. Minha amada musa Carol, Carolina.
E no amor por ela me movo e no amor por ela escrevo todo meu amor e desejo. Pela rosa que se faz ser a mais sublime e formosa.
Em cada pétala dessa flor só restava-me a suspirar de amor.
E o sentimento de amor se fortalecia aquecendo-se no interior de minha alma e eu simplesmente esquecia das estrelas ao ver nelas o brilho dos olhos dela. E de novo e como sempre os sentimentos se fortaleciam como uma corrente de aço atravessando o espaço, revestida do fogo flamejante da minha, Kundalini. Um fogo sublime e intenso que por tua pura alma e pelo teu doce corpo eu sentia, num fogo eterno, eternamente eterno.
E me via a mergulhar em um lago luminoso e quente da minha própria alma.
Era então eternamente bom lembra-la. As montanhas me cercavam e as estrelas testemunhavam juntas com a lua a me iluminar, todo o meu amor que por minha musa retenho no fundo do meu coração selvagem, nas profundezas da minha alma solitária.
No coração desse leão das montanhas um amor místico guardo.
Um amor entre linhas
Entre idas e vindas
Pela estrada caminha
Sem consequências medidas
Inocentes embarcam
Com corações partidos
Na busca encontram
Cupidos feridos
O trem chega ao fim
Com corações perdidos
Ainda procuram
Curar pra suas feridas
Mas agora é tarde
O fim veio
E o amor partiu-se no meio
Linhas de meu punho trazidas do fundo de minhas entranhas com doces notas ousadas e penetrantes.
Traços fervorosamente colhidos antes do amanhecer, momento em que se encontram em suas plenitudes de beleza e vigor.
A Dama aguardava-o ansiosamente, trajando um negligê diáfano de seda branca com rendas guipir e em suas lindas e macias mãos um cálice de vinho que ao beber deixava seus lábios rosados e levemente úmidos....
Ele chega na pontualidade inglesa, ela se encontra trêmula, abre a porta. Seus olhos reluzentes e a energia dos dois reúnem -se, mesclam-se, aliam-se até já não se distinguirem um do outro, tamanha intensidade que ela perde o domínio sobre seu corpo, fôlego e palavras.
Ele se aproxima olhando firmemente em seus olhos, um olhar hipnotizante, penetrante porém doce e tenro.
Nunca haviam se visto antes, apenas trocavam cartas traçadas envoltas de aromas que os inebriava, mas quando se avistaram pela primeira vez a sintonia era tamanha que se percebia pelo olhar.
Muitas palavras já tinham sido traçadas e na exatidão elas não éram necessárias e o cavalheiro sem nada dizer segura suavemente o rosto da bela Dama e se aproxima para um beijo ávido e impetuoso que a muito tempo ambos ansiavam.
O toque macio de seus lábios úmidos nos dela, sua barba áspera contrastando com a suavidez e a maciez . Quando ela pensava em dizer alguma coisa, sentiu sua língua lasciva se misturando a dele num ballet clássico
renascentista harmónico e sereno ultrapassando o pólen e sorvendo até à última gota do mais puro néctar. Só se ouvia à suas respirações ofegantes e sons lancinantes que os roubava o ar de seus pulmões, atormentando-os, enlouquecendo-os, embriagando-os, levando-os a um estado de insanidade momentânea que os alucina e os entontece.
Autora A.Kayra
Estou eu aqui acolhida em minha alcova traçando algumas linhas trazidas das profundezas do meu mais inexplorado íntimo e as mesmas estão me levando a um estado de insanidade momentânea que me alucina e me entontece.
Autora A.Kayra
LINHAS VULNERÁVEIS DA SAUDADE
Forrei meu caminho de amor
Como a lágrima que sorrir
Mergulhei na alegria da tua alma
Num abraço que chora
Arrancando do peito
A única lágrima que me restava
Nas forças que poupei
Quando desastradamente passou por mim...
Sigo atônito nas linhas indecifráveis do tempo
Busco-te nos meus pensamentos noturnos
Em Frases cortadas pelo silencio
Ate que os sonhos novamente batam a porta
Folheio-me nas páginas da vida
Despertando em meus anseios ocos
Encontrando recordações impalpáveis...
E nessas linhas vulneráveis
Sou apenas resquícios de vida
Flutuando em tuas saudades
Você e Eu
Tuas curvas, singulares me arrepia.
excita, provoca ...
de linhas a frases controversas do nosso amor,
Carecidamente me tocando,
como fronteiras que vem e vão,
como o tempo
Que preenche minhas linhas mais curtas, cursivas, intensivas...
resistindo ao teu toque mais perverso!
Praticando em mim, suas objetivas
intensões amorosas
Trazendo-me a pós ressuscitação,
Dos teus contos constantes
Traga-me vagamente ao teu toque,
que nele posso sentir,
Preencha-me- com o teu calor
Que nele posso nascer de um verdadeiro amor.
A cor do mar lembram seus olhos.
São linhas tracejadas no horizonte de teu rosto.
Rochedos alcantilados que recordam a dureza que tantas vezes vi surgir.
A mesma cor, as mesmas linhas, a mesma dureza que tantas outras vezes me esforcei para esquecer.
Mas, se mesmo assim, tão falho que sou; ao me ver incapaz de apagar lembranças passadas; deixo então que as recordações tomem conta de mim e me embalem. Deixo que cada cor e cada traço se transforme na beleza cênica de um por-do-sol.
Seus olhos refletidos neste mar sem fim.
Por fim, é como se cada matiz e cada linha no horizonte sorrisse para mim. Então, sorrindo, me senti em paz por ter tido a oportunidade de sentir o carinho teu.
Pensamentos Ondulatórios
O corte da navalha
sobre os fios dos girassóis.
Queima as linhas horizontais
sobre a cruel e fria
tempestade de outrora.
Tempo, passado, remoto.
A vingança sobre a curva
das estradas.
Os olhares dos corvos
sobre a escuridão do
amanhecer.
Triste, triste testemunhas,
que agonizam as dores
da vida, nos olhares trêmulos
da morte.
Grotescas espumas
marítimas,
sobre as ondas do mar.
E o uivo a soar alto.
No corredor das longas
clarezas das noites sobre o
luar.
Sem pensamento
ondulatórios para pensar,
nesse vazio desgastante.
Sinuosa Morena
Sinuosas linhas sobre
minha cama, de tão
sinuosas, que me tirava
a seriedade e me enchia
de admiração.
Era o corpo dela, linda.
Preciosa pedra de talismã.
Sinuosas linhas que me atrelava
até o fundo da alma.
Doce menina, a sonhar,
a suspirar, ao dormir lindamente.
Beijaria, beijaria teu corpo nu,
teus lábios, tua rosa, tua flor.
Em baixo desse céu cheio
de estrelas lá fora, ela
também me faz sonhar.
Viajando de antemão...
De olhos abertos então, em um
mundo de sonhos, tão
doce feito mel.
Feito do teu, ar, do teu cheiro,
da tua doce e encantadora
beleza, Carolina.
Encantadora pedra de
Rubi, aquém meus olhos fitam,
no mais profundo e sublime mar.
De amor e de desejo por
uma linda e sinuosa, morena.
Se você quer me conhecer, aqui estou, nessas frases e linhas. Aqui descrevo a minha percepção das minhas relações. Aqui exponho com palavras os meus sentimentos mais confusos.
A maior parte das vezes faltam palavras que me compreendam, então o pensamento fica solto e livre podendo ser entendido apenas em sua imaginação.
O conteúdo desses versos são meus momentos de pura reflexão e liberdade de expressão, então nesse âmbito as críticas não me afetam, se você não compreende não deve ser julgado, se você acha que compreende você está enganado, porém, se você tem plena certeza que absorveu tudo e compreende esses versos completamente, você só pode ser eu mesmo, e cá entre nós, isso não é possível.
Tinha um medo terrível de últimas páginas, últimas linhas, últimas palavras. Preferia deixar o peito aberto e sentir a tinta rasgando suas folhas e costurando outras. No final, havia sempre algo inacabado, aberto a múltiplas possibilidades. Um eterno ciclo de aprendizados. E as histórias, elas nunca o deixavam sozinho
VIDA > SIMPLES ASSIM...
Muitos colocam nas límpidas linhas as suas emoções e, muitas vezes, transmitem uma leveza nas mãos pra escrever o que acho, até, simples e bonito.
Sei que não sou assim, sou contraditória e escancaro e assumo...
Quando escrevo minhas mãos usam o sabor agridoce da verdade e, em muitos casos, carregam no teclado o peso de alguns dias bem congelantes da minha vida.
Complicado e bem simples, assim!
"Feche os olhos.
Foque em mim.
Palavras serão ditas por meio de linhas.
Sentimentos serão postos à prova.
Mas de que vale o amor do homem se não é correspondido.
Foque.
Não desvie dos foco.
Um.
Dois.
Três.
É matemática.
Respire fundo.
Não chore na frente dele,
Mesmo que o verde dos olhos lhe cegue.
Siga em frente,
Mesmo que o verde lhe remeta casa.
Árvores.
Eu gosto delas.
São verdes.
Mas não me remetem olhos.
Nada.
A frieza de uma palavra.
Talvez, eu tenha perdido o foco.
Talvez, eu não sinta nada."
Sutil artesã
Este livro que com os olhos abraço
vagando entre linhas e espaços
me comoveu ao encontrar uma fotografia
apreciei um rosto
não sei bem se plebeu ou nobre
não me interessou
o que me encantou
estava atrás, o encosto
a almofada colorida
amarela, cor de ouro
com florzinhas de vergel amanhecido
O meu peito de orgulho, inflou
era ela
a almofada resguardada, sem desgaste, impávida
ela, tão distante, tão antiga e tão bela
que cosi e talhei por puro gosto.
LINHAS E LINHAS
Esse sentimento tênue.
assim como a linha da vida
essa vida pra valer...
Pela escada condenada
e na linha de escrever.
Essa linha toda fina
que desatou da minha roupa
essa roupa feita de linha
pela sala, pela cozinha
até na colher de sopa.
E essa linha do meu linho
do vestido e do meu terno
da pipa atiçada ao vento
a linha do meu silencio
despertada por um berro.
Linha de ferro e aérea
linhas traçadas em bilro
linha da vida e do morte
linha do sul e norte
linha disso ou daquilo.
E essa linha telefônica
que leva os recados meus
linha da encruzilhada
para o cão ou para Deus
linha dos evangelista
que um dia foram ateus.
Linha d'aquela toalha
que enxugou o rosto do home
do pano que cobriu o pão
do gasto que te consome
linha que pescou o peixe
do ficar e não me deixe
e do rasgo do lobisomem.
Linha da seca e da chuva
que caiu lá no agreste
das divisas e ignorâncias
daquele cabra da peste
linha da noite e do dia
linha da dona Maria
a rendera do nordeste.
Tantas linha que alinha
ate os meridiano
linha dos sonhos e planos
linha que desalinha
pelas mentiras do fulano.
Antonio Montes