Linhas
Coração
Talvez ele não siga linhas retas, talvez os obstáculos o fortaleza, talvez um dia ele se perca no caminho mas que logo ele seja encontrado, talvez diga mentiras para não ser machucado mas que pelas verdades ele seja julgado.
Não quero que o nosso amor
seja linhas paralelas
nem cruzamento de duas retas;
quero sim que seja um segmento de pontos:
contínuo e infinito.
"Eu amava escrever, sabia de côr todas as linhas que poderia me expressar e me soltar completamente, e escrevia tão bonito...
Mas aí você apareceu. Bagunçou minhas linhas e me deixou feita de borrões.
Não sabia mais o que era escrever, porque me vicei a falar, descobrir que me expressar de verdade era mais prático. Uma ilusão. Ninguém tem paciência de ler até o final, quem dirá ouvir?"
Quantas vezes a gente pesa na medida e despenca das linhas tênues? Linha tênue é especialmente desesperador pra mim, que não sou uma grande amiga ou conhecedora das medidas certas. Linha tênue entre ser sincera e grossa, entre ser boa demais e ótária, entre se amar e ser narcisista, entre realista e pessimista, desapegada e frígida, elas são milhares e as minhas quedas também, caio quase todos os dias. A que mais me assusta, é também a que eu vivo despencando: a linha entre amar e estar deslumbrada. Tombo feio. Queda recente, inclusive. Porque é muito fácil se encantar com um excesso de atenção e admiração preciptada de um carinha que você aparentemente gosta. E muito natural se acomodar nisso, como quem deita na cama quentinha, depois de um longo dia frio. Passar a enxergar nele mil possibilidades e um futuro promissor, como um tipo de salvação, sem parar pra analisar quem realmente ele é, pra não estragar a magia da coisa. É fácil e automático ignorar todos os mil indícios de que isso nunca daria certo e do quanto ele é errado pra você. O difícil, quase impossível, é a cama quentinha ser, de fato, a nossa. Sempre puxam as cobertas, tão rápido que primeiro eu sinto frio e só depois entendo que estou descoberta. Depois da queda, eu quis entender, confesso. Eram mais de 50 porquês, enumerados por ordem de importância e prontos para serem disparados, como uma metralhadora, sem dó. Só que todo e qualquer questionamento não passa de um grito no vácuo, fazer perguntas que o outro nem pode responder, porque eu consigo ver tudo muito mais claro e de um ângulo mais profundo, de um jeito que ele talvez nunca consiga observar nada na vida. Eu sei. Porque ele não é meu lar, nem minha cama. Ele não é ninguém, é só um cara desinteressante e ele quem, no fundo, precisa de respostas. Deixa pra lá, viro as costas. E fico a sensação de que a resposta é essa: Em que mundo eu cogitei a possibilidade de dar certo com alguém tão sem tudo que me tira o fôlego? Até que durou. Talvez não muito, mas durou tempo suficiente pra eu ser tempestade- porque é isso que eu sou. Então durou o que tinha que ter durado. Morto e enterrado, volto a me equilibrar.
Será?
Entre as linhas, curvas que se embargam, na direção da mente, dentro de nossas cabeças,se introduzindo no fundo da nossa imaginação, que é reconhecida como uma ilusão, quando não a colocamos para fora, em forma de idéias ou acontecimento físico, agente fica e imagina.
Como é recordar, todo aquele amor, que existiu entre nós dois, todo aquele calor, o toque das suas mãos, seus dedos, que se entrelaçavam nos meus, o calor intenso das mãos, que fortemente apertadas, podiam dar brilho e nitidez a prata das duas alianças, se refletindo fortemente como o sentimento que habitava dentro de nós, o calor físico do seu corpo encostado no meu, aquele calor que nos move, e nos introduz a milhares de pensamentos momentâneos, pensamentos que hoje dão lugar a esta lembrança.
Será que um dia ela será minha?! Será que está lembrança fugirá do interior da mente, onde está registrada, e voltará a forma física original, onde eu viverei tudo novamente e para sempre?!
Ou talvez eu deva somente alimentar dentro de mim, a amizade que elas implantaram com carinho sobre mim,em minha personalidade, e deixar que cada amor que eu conheci, permaneça quieto dentro da minha própria ilusão?!
Será que eu devo me isolar de amar alguém novamente, e ser amado novamente,e ajudar a semear somente o amor dos que vivem a minha volta?!
Ou será que eu devo, transformar essas lembranças da ilusão, que está comigo mesmo e guarda-la para viver a realidade com alguém novamente?!
O que será, um dia será, e qual será?!.
Dificilmente mudarás a base da ideia de uma pessoa, mas podes acrescentar linhas de pensamento que façam a base entrar em conflito.
Não importa se só tocam
O primeiro acorde da canção
A gente escreve o resto em linhas tortas
Nas portas da percepção
Em paredes de banheiro
Nas folhas que o outono leva ao chão
Em livros de historias seremos a memória dos dias que
virão
Se é que eles virão
"Não quero ser mais uma na vida,quero tratar as feridas.Não quero paginas coladas.Quero linhas bem traçadas,com inicio,meio e fim"
A PROCURA DE DEUS
Deus eu te procuro,
Nas linhas dos meus versos,
Nas feridas em mim abertas,
Procuro e não te encontro...
Tu és o Deus dono de tudo,
Por isso eu questiono,
Falo contigo todos os dias,
Por quê eu não te escuto?
Será que não aprendi a rezar?
Ou será que minha cruz,
Ainda tem que pesar?
Não vou deixar de lutar.
Oh! Meu Deus, onde está o Senhor?
Eu preciso lhe encontrar,
Pois me disseram que só o Senhor,
Tem o poder de me curar.
Deus eu te procuro,
Nos lugares onde passo,
Nos quatro cantos do mundo,
Procuro e não te acho.
Na minha incessante procura,
Encontrei um velho sábio, que me deu,
A resposta a minha procura,
E me disse onde encontrar Deus.
-Somos meros pecadores,
Mas não nascemos pra sofrer,
Se passamos por aflições hoje,
São lições que temos que aprender.
-Não precisa ir tão longe, isso cansa,
Pois ele está sempre com você,
No sorriso de uma criança,
Na brisa do amanhecer.
-Se procuras por Deus e não o vê,
Abra teu coração e arranque o ódio,
Que está dentro de você.
Verás que ela está, bem diante dos teus olhos.
Então abri os meus olhos e o vi,
Tão simples e tão nobre,
Ele estava em meu jardim,
E na comida que mata a minha fome...
De amor e fraternidade eu me cobri,
As belezas do mundo eu descobri,
Hoje Deus eu posso ouvir,
Na chuva no telhado, ou no cantar de um Bem-te-vi.
Nunca escrevi belas palavras, linhas ensaiadas, verbos distintos...Apenas descrevo meus sentimentos, e eles nunca foram belos, ensaiados e muito menos distintos...
Nós dois temos linhas de pensamentos, gostos, idéias e ideais parecidíssimos, por fim temos tudo o que duas pessoas precisariam para viver o resto da vida juntos em perfeita união e harmonia, mas a gente ainda cai naquela velha história de não saber lidar com isso, de não saber o que fazer. Talvez seja por isso que estejamos assim hoje, não como pretendemos, não como queríamos, mas como precisamos. Foi dada a cada um a chance de aprender a valorizar o outro, a respeitar, a amar. A chance de realmente entender o significado de uma alma em dois corpos. Pode parecer ironia do destino fazer isso com a gente, mas é esse mesmo destino irônico que vai nos unir mais pra frente. Não posso dizer quanto tempo isso vai levar, às vezes se dá em questão de meses, outra em questão de anos, mas uma coisa é certa, todo esse tempo separados é para aprender. Quando um dia estivermos compartilhando nossas experiências novamente, vamos olhar pra trás e ver o quando crescemos nesse tempo, o quanto tudo o que passamos foi importante, e vamos rir daquele tal de destino, que fez tudo parecer bagunçado e de pernas pro ar. Se bem que não é o destino que nos deixou tão atordoados, isso tem outro nome, na verdade, é um sentimento tão nobre que poucas pessoas ousam ter. Um sentimento indefinido, que esse tempo todo longe não se atreveu a sair daqui, chega a dar medo de nomeá-lo por ser tão intenso, por continuar sendo tão intenso. Quando eu estiver nesse tempo tão esperado que está por vir, quero olhar pra trás, junto com você, e lembrar de tudo o que eu disse, tudo o que dissemos, palavras que nem sempre foram sensatas ou tiveram fundamento, que ousamos nomear, rir, chorar, bagunçar, moldar, mas que estão todas guardadas em silêncio num profundo dentro de mim, e as minhas, dentro de você.
E entre linhas e pernas, eu ganhei você.
Te trouxe pra perto com poesia. Te prendi no amor. Te sufoquei nas dúvidas. Te fiz se dar. E fiz doer. Inspiração no papel. Piração na cama. Distância. Vontade. Ausência. Saudade. Reencontro. Desejo. Molhados. Ora lágrima, ora suor. Amor. De verdade.
Tanto querer. Ficar pra sempre. Ir embora, pra nunca mais voltar.
Minha boca que te fazia querer ficar. E querer sumir. Te engolindo, te agredindo.
Intenso. E tenso. Mas sempre-querer. Dentro. Forte. E mais, o tempo todo. Chão. Escada. Carro. Piscina. Cama, cama, cama. Chuveiro. Água gelada que esquentava o amor. Nós dois e os lençóis. O sol e você me esquentando. A noite chegando e nós dois amanhecendo. Tão dentro de mim. Pra sempre. Entre mente, coração e vontades.
Entre palavras e linhas. Poesia.
Entre dia e noite, lembranças.
A todo momento, ausência.
Na cabeça e no corpo, vontade.
De esperança ou espera: o tempo.
Bocas e quadris, encaixe.
Eu e você, saudade.
Quirino: Eu sei que não devia, to fechando aqui as linhas do meu destino. Mas não consigo segurar mais dentro de mim o que é maior que eu.
Maria: Mas Quirino, o que esta lhe acontecendo?
Quirino: Por favor. Eu lhe amo, Maria. Eu lhe amo com a força que não conheço, lhe amo desde que lhe vi. E o sentimento de lá pra cá só faz aumentar, não cabe mais dentro de mim, Maria. Olhe pra mim Maria, Por favor. Maria!
Maria: Quirino, por você eu guardo afeição, carinho de irmão.
Quirino: Não seu teu irmão! Desculpa, desculpa. É que eu espero um amor sem nome, Maria. Sem tamanho, como é o amor que lhe tenho. Eu espero, Maria. Quanto tempo for preciso.
Maria: Perdoa a franqueza, Quirino. Perdoa a franqueza, mas não espere de mim essa qualidade de amor. Coração meu já está tomado, já está dado a outro e nem eu nem ninguém pode mudar isso.
Quirino: Pode, Maria. Pode, Maria, pode. Amor gasta, se perde com a ausência, se perde com a distância.
Maria: Esse não, esse não! Esse é o amor prometido, já existia antes de eu nascer e grande sem tamanho me esperava. Eu só fiz foi procurar, adivinhar entre tantos caminhos aquele que me levava até ele.
Quirino: Não há amor assim, Maria.
Maria: Há, Quirino. Há! Tanto há que estou vivendo...
Quirino: Se afasta de mim!