Linha Reta e Linha Curva
LINHA DO HORIZONTE
Cabisbaixo caminhando para encosta desta terra firme para ver o oceano. Terra esta tão firme que me canso de sua dureza. Já é fim de tarde, minha sombra sempre a um passo adiante de mim, enfim, apressada alcança o atlântico antes do que eu. Mergulha mais não goza do prazer que o mar de graça lhe ofereceu, diferente-mente, eu aos lamentos desta terra que não me deu os frutos do quais me prometeu. Não alcancei, não foi porque não luto, a batalha foi grande e o que tenho alcançado não me satisfaz. Por muito que tenho lutado talvez só no meu luto haja de encontrar paz. A linha tênue do horizonte leva meu pensamento à reflexão, pois nela se esconde duas grandes ilusões. Como tão comprida de milhares de quilômetros em extensão e ao mesmo tempo possa caber esta linha em minha tão pequena e fadigada retina que contempla esta visão? Honrosa linha que esconde outro segredo. Como no mar tão agitado como um toro embravecido e assim elevam-se ondas com sinuosas curvas valentes; Entretanto, na visão profunda essa maravilhosa linha se demonstra reta com perfeição? São segredos que aquietaram meus pensamentos que fugiram de minha atual situação e com isso aprendi mais uma lição.
Nem tudo que parece é, pois meus olhos tão fortes apesar de pequeno venceu o horizonte e sua extensão. Talvez não pudesse reconhecer a pequenez dos meus problemas e amedrontado me tive por perdedor. Tremendo como fraco me mostrei prostrado em vez de reto como a linha do horizonte em pleno mar agitado.
Nesse entardecer dei a costas para o mar, o sol ainda não havia se escondido e como raramente a lua já começava a se mostrar, os astros ali reunidos, para o meu retorno contemplar. Minha cabeça já estava levantada, meu espírito renovado. Vi que na frente de meus passos só havia luz que brilhava o meu caminho e atrás de mim a sombra de minha silhueta mostrava-se gingante em torno de dez metros pelo menos, fosse pelo ângulo do sol ou refletindo o que já sentia por dentro. O vigor da reflexão que observando o mar que com compaixão compartilhou comigo seu conhecimento.
VIAGEM EXÓTICA SABORES EXÓTICOS
A boca, o beijo são o paladar dos sentidos
Bebamos o café com chocolate e hortelã
Tu já sabes que desejo-te na penumbra da noite
No entrecosto assado com limão, louro e alho
Eu não sei por onde anda o teu perfume de dia
De noite sinto-te no bolo de azeite, mel e nozes
Sei de ti na espera interminável, num dia de trabalho
Nas batatas assadas com bacon, alecrim e míscaros
Onde os gestos gritam de prazer na incerteza da dor
Do forno das peras assadas com mel e vinho do porto
Desejo-te só a ti e percorro cada cantinho da tua doce pele
Como se de um bolo de abóbora com laranja tratasse
Prometes-me a lua e eu acreditei na tua promessa
Entre o salmão assado com açúcar mascavo e cominhos
A tua respiração engole os meus doces suspiros
No borrego grelhado com o molho de iogurte e hortelã
Desejo-te só a ti como nunca desejei alguém
Como tu desejas o bife com molho de cerveja e ovo
Os teus lábios abrigam a minha boca do frio
No pato com laranja ou nos figos com amoras com vinho tinto
À noite fizemos o que mais gostávamos de fazer, perdermo-nos
Nos olhos um do outro entre a canela, gengibre e pimenta
Os olhos são a janela da tentação, o corpo a porta do prazer
O passaporte é o amor, ele é fundamental para a viagem pelos sabores exóticos.
SE EU FOSSE TALVEZ UM POETA
Se eu fosse talvez um poeta
Faria em magia todas as páginas
Livres sem lágrimas, sem dor
Refeitas de sonhos coloridos
Vestidas com tinta da liberdade
Pintadas com dignidade e vida
Se eu fosse talvez um poeta
As letras tornar-se-iam em magia
Cobririam as páginas em branco
Já vazias, esquecidas, perdidas
Que de negro se vestiram
Pelas mágoas, dores e sofrimentos
Se eu fosse talvez um poeta
Escreveria somente poesia
Na autenticidade de um verso
As letras tornar-se-iam em magia
Cobriam as letras de toda felicidade
Neste mundo de dor sem amor
Se eu fosse talvez um poeta.....
DESLIZAS AMOR
As tuas mãos deslizam
- Sobre a minha pele
No calor do verão
- Entre os ventos outonais
- Acalentando o meu refugio
E o teu toque umedece
- A minha alma
Nos sons que ecoam
- Uma eternidade inteira.
Quero perder-me
- Nas curvas do teu sorriso
Onde deslizas no meu corpo e eu no teu.
Deixo em cada passo, o perfume. Em cada linha, um pedaço desta jornada de lutas. Em cada caminho, um legado de amor, de paz e de aprendizagem. O vento se encarregará de levar a essência de cada momento, que permanecerá para sempre na lembrança de cada um.
PÉS DESCALÇOS PASSOS FURTIVOS
Pés descalços em passos furtivos
A chuva cobre-me na indecisão do tempo
Horas reprimidas na sonolenta noite
Instantes de esperas que escraviza a força
No silencio estremece o caminho da alma
Reticências cúmplices nos passos furtivos
Beijo faminto de um solitário ceifador
Que prega na escuridão da nossa mente
Amanhece por caminhos desconhecidos
Nas esquinas dos pensamentos sombrios
De devaneios surdos em pérolas perdidas
Insensatez desejada entre as rimas das palavras
Tatuada no contorno da alma dos pés descalços
Passos furtivos do lobo refém no corpo adormecido
Entre por leves caminhos nas margens do rio que tenho
Palavra sussurrada de gestos, de anseios noturnos
De estrelas, nas noites e nas manhãs desvanecidas
Pés descalços horas reprimidas na sonolenta noite
A chuva cobre-me os meus passos furtivos.
MÁGICO LIVRO
Sou um livro mágico
Que tu nunca leste, nem iras ler
Páginas recheadas de amor
Sou uma história que não conheceste
Disfarcei-me num livro de amor
Mas tu nem te deste ao trabalho
De olhar, de o abrir de o tentar ler
Se ao menos o tivesses lido
Terias amado e entendido o meu amor
Recebi abraços, sem ser os teus
Afinal escolheste outro caminho
E morreste sem teres lido
Ou vivido esse amor.
Remendos
Primeiro vou
alinhavando os trapos
refazendo
com pontos largos
depois ajusto
com pontos miúdos
juntando os pedaços
parte a parte
puxo daqui
uma linha ali
por ultimo um nó
bem apertado
que é pra ver
se não me desfaço
"Viver é um rasgar-se e remendar-se."
(Guimarães Rosa)
minha primeira experiencia com essas anomalias foi como se tivese sofrido uma reincarnaçao pensando alto e claro em cima de min quem voçe vai querer ser agora...
2 parte
os comunicadores em determinado dia começaram a vincular particularidades da minha vida como nome e sobrenome e chegaram ao ponto ate de comunicar o que faço em casa e se acontecer um constrangimento na grande maioria das vezes comunicam
filho tudo isso e seu...
Amor é quando o tempo apaga a linha tênue entre razão e emoção, e tudo o que era confuso ganha um novo sentido.
O amor é sólido, é a perfeição, mas a saudade, um mecanismo sensível do afeto, está na linha tênue da insatisfação.
As vezes devemos para de andar tanto assim na ' LINHA ' e curti mais a vida Pois ela é uma alucinante aventura na qual ' JAMAIS ' sairemos vivos...
MAL TRAÇADAS LINHAS
Antes de existir,
Tanta tecnologia,
Era preciso possuir,
Papel, caneta e ousadia.
Geralmente assim,
começavam as modinhas,
E as cartas de amor,
Escrevo-te estas mal traçadas linhas,
Dizia o tal sonhador.
Enviava o envelope,
Por algum menino ou estafeta,
Mandava a galope,
Com rosas ou violetas.
A resposta da donzela,
Aguardava ansioso,
Observando a janela,
Sempre curioso.
Ah! Mas tinha um medo tremendo.
Do pai da jovem e saía correndo,
Pois o primeiro gritava,
Minha filha casará com um doutor,
E o último retrucava,
E serei eu, sim senhor.
Depois de muitas confusões,
Os apaixonados se casavam,
A custa de choro e safanões,
Ambos se amavam.
Então as crianças chegavam,
Os avós se rendiam,
Com alegria esperavam,
E sobre os netos amor derretiam.
E a vida então seguia,
Mas chegou um dia,
Que veio a tal tecnologia,
E uma estranha mania.
As conversas em rodas de amigos,
Hoje são por uma tal,
de rede social,
E aí mora o castigo,
A juventude pouco lê,
Mas tem opinião,
Mesmo que seja a da TV,
Para alguma ocasião.
Escrever até que escrevem,
Com figuras de linguagem,
Erros ortográficos e abreviações,
Claro que há exceções.
Ainda existem papel e caneta,
Mas isso quase não se usa mais,
Restou a ousadia com nova faceta,
Apenas para romances banais.
Hoje se escreve na rede social,
E perdoem-me se pareço banal,
Mas ainda usarei a expressão,
Escrevo-te estas mal traçadas linhas,
Para confessar minha paixão,
E sonhar que um dia serás minha.
Não apenas namorada,
Mas também esposa e amiga,
Amante amada,
Companheira querida.
Perdoe estas mal traçadas linhas.
Autor: Agnaldo Borges
03 e 04/10/2014 - 18:30 - 16:28
Nem tanto à coincidência, nem tanto ao destino. Entre as duas hipóteses há uma linha muito tênue pronta a ser partida. Não creia tanto assim e somente um tanto em cada coisa.